Discurso no Senado Federal

EXPECTATIVAS QUANTO A CONDUÇÃO DA POLITICA SOCIAL DO ATUAL GOVERNO.

Autor
Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • EXPECTATIVAS QUANTO A CONDUÇÃO DA POLITICA SOCIAL DO ATUAL GOVERNO.
Publicação
Publicação no DSF de 01/10/1999 - Página 25940
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, POBREZA, MISERIA, POPULAÇÃO, PAIS.
  • EXPECTATIVA, ORADOR, POLITICA SOCIAL, GOVERNO, COMBATE, MISERIA, POBREZA, DESEMPREGO, DESIGUALDADE SOCIAL.

O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL - MG) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, não vai aqui nenhuma intenção de censurar o ilustre Ministro da Fazenda, Pedro Malan. A imprensa de hoje publica com destaque declaração sua, a qual, numa visão incompleta, não expressa por inteiro o seu pensamento.  

A verdade é que a sua afirmação está sendo interpretada como se o brasileiro não tivesse vergonha do nosso estado de pobreza.  

Há – afirmo – do que ter vergonha. Vergonha eu não tenho em relação ao que está sendo feito na área social pelo governo do Brasil, mas da situação de pobreza, da perversa distribuição de renda, da indigência em que vivem milhões de brasileiros. Isso nos faz corar de vergonha.  

Até mesmo o Presidente Fernando Henrique Cardoso gostaria de governar um país que não fosse tão injusto, sobretudo com a grave desigualdade social que faz o Brasil permanecer entre os países do mundo como a 48ª nação em indicadores sociais negativos.  

Somos mais de 160 milhões de seres humanos e o nosso índice de desigualdade é superior a 60%. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano somos uma das últimas nações em negação dos direitos sociais indispensáveis à vida.  

Em verdade, no Brasil, os 10% mais ricos detêm quase 48% da renda nacional. Os 40% mais pobres não chegam a possuir 8,5% da riqueza total do país. O governo do Brasil está fazendo o que pode. Enfrenta o desafio de um ajuste fiscal que nos conduz à pobreza e à miséria.  

A manifestação do Bird e do FMI, com o apoio do Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton e o aplauso do mundo inteiro, revela que a pobreza é o principal desafio do novo milênio.  

A esse desafio – ou as nações ricas se unem entre si e se posicionam ao lado dos países pobres, ou todos caminharemos para o abismo de um mundo injusto, porque desigual e desumano. Agora, a hora é esta. A que está aí, aos nossos olhos, aos olhos do mundo inteiro.  

Ou nos unimos para eliminar ou pelo menos atenuar a vergonha que muitos países têm de sua própria pobreza, ou seremos sufocados – num mundo só – pela miséria, pela fome, pelo desemprego, pela desigualdade que não pode se transformar no signo do novo milênio que se avizinha.  

Vão daqui os meus aplausos ao Bird, ao FMI, aos governos dos países ricos e pobres que se juntam e se irmanam, no limiar do ano 2000, ao compromisso de construir a integração social, que já não é apenas o sonho, mas o grito de inconformidade dos povos do mundo inteiro.  

Muito obrigado  

 

aO¬


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/10/1999 - Página 25940