Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

IMPROPRIEDADE DAS DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL SOBRE O ESTADO DE MINAS GERAIS. (COMO LIDER)

Autor
Arlindo Porto (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/MG)
Nome completo: Arlindo Porto Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • IMPROPRIEDADE DAS DECLARAÇÕES DO PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL SOBRE O ESTADO DE MINAS GERAIS. (COMO LIDER)
Publicação
Publicação no DSF de 08/10/1999 - Página 27087
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPROPRIEDADE, DECLARAÇÃO, ARMINIO FRAGA, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), RECOMENDAÇÃO, EMPRESARIO, PAIS ESTRANGEIRO, AUSENCIA, INVESTIMENTO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), DISCRIMINAÇÃO, UNIDADE FEDERAL.
  • CRITICA, FALTA, MANIFESTAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, ESCLARECIMENTOS, DISCRIMINAÇÃO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).

O SR. ARLINDO PORTO (PTB - MG. Como líder. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, inicialmente, gostaria de justificar a decisão de não apartear o nobre Senador Ney Suassuna, que nós respeitamos e muito admiramos. Assim fizemos para atender ao apelo da Mesa.  

Senador Ney Suassuna, primeiramente, quero dizer do nosso respeito, da nossa amizade e da importância de V. Exª nesta Casa. Eu, como Senador mineiro, gostaria de convidar V. Exª para visitar o nosso Estado. V. Exª vem trazer o sentimento que está vivendo, neste momento, o Dr. Armínio Fraga. Eu gostaria que o nobre Senador Ney Suassuna fosse a Minas Gerais para ver o sentimento dos mineiros.  

Nós não estamos abatidos. Nós não nos abatemos por questões menores, mas nós estamos sentindo o desrespeito com o qual os mineiros têm sido tratados em função de uma palavra inoportuna, impatriótica e, diria até, irresponsável do Presidente do Banco Central. Nós entendemos que essa posição transcende a uma questão meramente técnica. O Sr. Presidente do Banco Central sai do País para denegrir a imagem do seu povo; sai do País não para falar de mineiros, mas de brasileiros que somos.  

Lamento, Sr. Presidente, que até agora, mesmo com o posicionamento dos três Senadores, por meio de uma nota oficial assinada pelo Sr. Senador Francelino Pereira, pelo Sr. Senador José Alencar e por mim, nós não tenhamos recebido do Governo uma resposta que pudesse trazer aos mineiros, não o consolo, mas o sentimento daquilo que está acontecendo.  

Excluir Minas Gerais de um processo de desenvolvimento é excluir grande parte do Brasil. Recomendar que empresários não invistam em nosso Estado é um desrespeito ao Brasil, que é constituído de Estados. A Federação, neste momento, está sendo maculada. Por isso, reafirmamos: não recebemos por parte do Governo nenhuma manifestação, nem tampouco o líder do Governo nesta Casa, o mineiro Senador José Roberto Arruda, houve por bem trazer a nós, trazer aos mineiros algo que pudesse nos esclarecer. Não veio o líder do Governo como não veio o Presidente da República, por ele ou por seu porta-voz, dizer algo que pudesse esclarecer o que está acontecendo.  

Registro aqui, lamentando, na condição de mineiro sim, mas também na condição de brasileiro. Esperamos que o Governo possa ter mais seriedade, mais compromisso com as pessoas, mais compromisso com o povo e mais compromisso especialmente com aqueles que buscam desenvolvimento, buscam progresso, buscam gerar trabalho, dinamismo, seriedade e dignidade.  

Não se consegue dignidade apenas falando aquilo que eventualmente seja conveniente e oportuno, mas dando condições às pessoas de trabalhar, de participar, de construir, de, com dignidade, fazer com que o País possa ter progresso.  

São as minhas palavras, Sr. Presidente.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/10/1999 - Página 27087