Discurso no Senado Federal

COMENTARIOS A NOTICIA VEICULADA PELO JORNAL O GLOBO NO DIA 28 DE OUTUBRO ULTIMO, SOBRE A DENUNCIA FEITA PELO MINISTERIO PUBLICO DA UNIÃO CONTRA OS ENVOLVIDOS NO CASO DOS PRECATORIOS.

Autor
Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PRECATORIO.:
  • COMENTARIOS A NOTICIA VEICULADA PELO JORNAL O GLOBO NO DIA 28 DE OUTUBRO ULTIMO, SOBRE A DENUNCIA FEITA PELO MINISTERIO PUBLICO DA UNIÃO CONTRA OS ENVOLVIDOS NO CASO DOS PRECATORIOS.
Publicação
Publicação no DSF de 05/11/1999 - Página 29776
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PRECATORIO.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DENUNCIA, MINISTERIO PUBLICO FEDERAL, AUMENTO, NUMERO, RESPONSAVEL, PARTICIPAÇÃO, IRREGULARIDADE, EMISSÃO, TITULO DA DIVIDA PUBLICA, RESULTADO, CONCLUSÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PRECATORIO.

O SR. ROBERTO REQUIÃO (PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, numa tarde dessas, durante uma sessão do Senado, o Senador Pedro Simon me cobrava um aprofundamento, uma rememoração de assuntos abordados pela CPI dos Precatórios, principalmente o envolvimento dos grandes bancos.  

Satisfiz o Senador em quatro pronunciamentos, mas, hoje, quero trazer ao Plenário uma notícia extremamente importante, publicada no dia 28 de outubro pelo jornal O Globo . Trata-se da denúncia feita pelo Ministério Público Federal de mais oito pessoas no escândalo dos precatórios.  

Oito envolvidos no escândalos dos precatórios foram acusados pelo Ministério Público Federal por gestão fraudulenta (pena de três a doze anos), formação de quadrilha (pena de um ano a três anos) e desvio de dinheiro público (peculato, pena de dois a doze anos).  

A denúncia foi entregue na 1ª Vara Criminal da Justiça Federal, na segunda-feira, e caberá ao juiz Júlio Emílio Abranches Mansur decidir se aceita os argumentos apresentados pelos Procuradores Artur Gueiros e Raquel Branquinha. Três dos acusados eram sócios do Banco Vetor: os irmãos Fábio e Mauro Nahoum e Ronaldo Ganon. Também foram denunciados o ex-coordenador da dívida ativa da Prefeitura de São Paulo, Wagner Baptista Ramos.  

Todos eles foram acusados dos três crimes, mas o importante vem a seguir:  

Os demais denunciados foram acusados de gestão fraudulenta e formação de quadrilha. São eles o então diretor do Bradesco, responsável pela área de títulos públicos, Katsumi Kihara, o dono da Distribuidora Paper, Augusto César Falcão de Queiroz, o chefe da mesa de open dessa instituição, Edson Ferreira, e o executivo da empresa Tarimba, Julio Victor Bittencourt Fabriani.  

Já foi encerrada a CPI há quase dois anos e V. Exª, que hoje preside a sessão, foi o seu Vice-Presidente. A Justiça anda devagar, o Ministério Público não corre, mas vemos que as coisas estão acontecendo. E, se como resultado dessa CPI a diretoria do Bradesco não fosse indiciada, a Comissão teria sido um fracasso completo, porque o diretor da Corretora Paper documentalmente provou que o acerto para a constituição da cadeia da felicidade era feito por antecipação com os dirigentes da mesa do Banco Bradesco.  

Quero cumprimentar o Ministério Público, dar, desta forma, cabal satisfação ao apelo do Senador Pedro Simon e fazer a S. Exª, que já é conhecido na República como exterminador de Ministros, um apelo todo particular, sugerindo-lhe um discurso demolidor sobre os escândalos do bingo e do Ministério dos Transportes.  

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/11/1999 - Página 29776