O SR. GERALDO MELO (PSDB – RN. Para uma comunicação inadiável.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho consciência de que o recurso à comunicação inadiável deve satisfazer a duas condições: a de que seja uma comunicação e a de que seja mesmo inadiável. Na realidade, desejo referir-me a um assunto que se tornou inadiável por entender que já tarda muito uma referência a ele nesta Casa.  

Quando desabrochava o ano 2000, quando as luzes novas deste ano começaram a iluminar o mundo, fechavam-se os olhos de um cidadão que, durante uma vida muito curta, marcou a sua presença por uma extraordinária qualidade que sabe dar ao trabalho a que se dedicou. Refiro-me a Marcantonio Vilaça.  

Não tive o privilégio de conhecê-lo, mas o mundo teve. Os que convivem diariamente com a arte, as suas manifestações, as inquietações que ela revela, o jogo de tensões internas que explodem nas manifestações artísticas, todos esses seres à parte da grande multidão humana o conheceram. Tenho comigo demonstrações extraordinárias da importância que teve Marcantonio Vilaça como homem dedicado à promoção dos jovens artistas brasileiros e à promoção do contato do Brasil com artistas importantes do mundo inteiro. A sua morte foi registrada no Brasil por toda a imprensa e também pelo New York Times , que lhe dedicou extensa notícia, não apenas um necrológio comum. Fez uma consideração extremamente relevante e justa sobre o papel que Marcantonio desempenhou no mundo das artes no mundo inteiro. Não apenas o New York Times , mas jornais como Miami Herald, Jornal da Tarde , jornais de Portugal, Canadá, Espanha e de praticamente toda a América Latina lhe fizeram justiça.  

Sei que, por estar fazendo uma comunicação inadiável, não posso receber apartes, mas sei o quanto alguns dos companheiros aqui presentes gostariam de fazê-lo. Conheço, inclusive, o sentimento e o pensamento de V. Exª, Senador Jefferson Péres, que preside a sessão neste momento, a respeito de Marcantonio Vilaça.  

Penso que o Senado Federal lhe deve uma homenagem, que eu formalmente proponho e pretendo transformar, no final desta sessão, num requerimento que encaminharei à Mesa para que se dê a essa homenagem um caráter de maior perenidade.  

Queria fazer chegar desta tribuna a minha palavra de solidariedade comovida ao Ministro Marcos Vilaça e Maria do Carmo. Sei, porque os conheço de perto, o quanto de devastador invadiu a alma de ambos com o desaparecimento daquele filho. Queria, na singeleza dessas palavras, deixar registrada minha homenagem pessoal e profunda ao Sr. Marcos Vilaça, à Srª Maria do Carmo e à memória de Marcantonio, que soube, nos seus 38 anos de vida, deixar uma marca profunda e definitiva da sua passagem entre nós.  

Esses eram a comunicação e o comentário que desejava fazer.  

Agradeço a V. Exª pela generosidade.