O SR. NEY SUASSUNA (PMDB – PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Nobre Presidente, antes de mais nada, peço a V. Exª que, após a minha fala, que será curta, garanta a palavra ao Senador Mozarildo Cavalcanti em toda a plenitude. Faço essa solicitação por entender que, quando falamos pela Liderança, acabamos por prejudicar os outros companheiros.  

Sr. Presidente, tratarei de três assuntos.  

Primeiramente, quero parabenizar V. Exª pelo discurso proferido sobre o processo de dolarização das economias das Américas do Sul e Central e, por que não dizer, de todos os outros Países que têm a mesma moldura econômica do nosso Brasil. A subcomissão criada no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos, com toda certeza, debaterá em profundidade esse assunto. Quero, pois, parabenizar V. Exª por ter hoje abordado o assunto da tribuna do Senado.  

O segundo tema que desejo abordar refere-se à matéria veiculada em O Globo , na qual o jornalista Márcio Moreira, citando-me nominalmente, diz do modo assustado como estou frente aos grandes problemas da República. É verdade. Eu gostaria que não tivéssemos esses problemas, mas os temos. No momento, por exemplo, enfrentamos sérios problemas com as companhias de aviação, os quais precisam ser equacionados. Não podemos desprezar, de maneira alguma, um setor tão importante como o da avião civil, principalmente num País das dimensões do nosso, visto que se constitui em um importante vetor do desenvolvimento nacional. Tanto estamos preocupados com isso que falávamos a respeito com um grupo de amigos, dentre os quais estava presente o jornalista Márcio Moreira.  

Também lembramos nossa preocupação com relação à balança de pagamentos. Comentávamos o caso da Argentina, onde, embora tenham sido privatizadas inúmeras empresas que não geram dólares, haverá remessa dos lucros dessas empresas para o exterior. Por isso, temos de aumentar nossa pauta de exportações em pelo menos 10% ao ano. Esse é um desafio que a economia brasileira tem a enfrentar.  

Abordávamos ainda outros assuntos, como a desnacionalização excessiva da petroquímica e da siderurgia; enfim, muitos são os problemas que estamos debatendo, como é o caso das companhias telefônicas. No particular, as empresas de telefonia fixa estão sofrendo grandes impactos pela concorrência com a telefonia celular. Tudo isso, que foi abordado em uma conversa entre amigos, posso afirmar, não é uma preocupação apenas do Senado, mas da República.  

Gostaria, contudo, de me contrapor às alegações de que nossa equipe econômica não é eficiente ou é irresponsável. Não concordo! Eu me referia à irresponsabilidade havida no passado, que levou o País a vários pontos de congestionamento, fazendo com que a atual equipe econômica, com eficiência, busque soluções para a dívida, para os problemas brasileiros, enfim, para nossa economia. Digo isso em alto e bom som, sempre que discurso aqui da tribuna, ainda mais porque vemos como o Ministro Pedro Malan e sua equipe econômica vêm conseguindo enfrentar, com muita garra, os problemas do Brasil. Quem não se lembra do Brasil de um ano atrás? Quem não se lembra das aves negras que diziam que o Brasil iria soçobrar e seria um País de economia inteiramente destroçada? Nós, pelo pulso firme dessa equipe econômica, estamos passando ao largo.  

Então, faço este registro para que não fique, de maneira alguma, essa idéia de que não comungo com as idéias da equipe econômica. Posso, às vezes, discordar de pequenas nuanças, mas sei do esforço que essa equipe tem feito para navegar no mundo extremamente difícil da área econômica.  

Por último, Sr. Presidente, eu queria falar da minha satisfação com a pacificação do PMDB paraibano. Cederam ambas as partes e conseguimos fechar um acordo, que, ainda que seja uma pequena planta recém-colocada na terra, com certeza, no futuro, teremos uma árvore frondosa. Quero parabenizar tanto o grupo do Senador Ronaldo Cunha Lima quanto o nosso grupo, capitaneado pelo Governador José Targino Maranhão, que tiveram a sabedoria, a ciência e a humildade de cederem nos momentos certos, e, dessa forma, começamos a construir a paz no nosso Estado tão querido, a Paraíba.  

Sr. Presidente, muito obrigado a V. Exª e ao Senador Mozarildo Cavalcanti, que me cedeu a sua vez.  

\ ¿