Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

ELOGIOS AO GOVERNO FEDERAL PELO LANÇAMENTO DAS CEDULAS DE R$10,00 DE PLASTICO, COINCIDINDO COM AS COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO NOSSO DESCOBRIMENTO.

Autor
Gilvam Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Gilvam Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • ELOGIOS AO GOVERNO FEDERAL PELO LANÇAMENTO DAS CEDULAS DE R$10,00 DE PLASTICO, COINCIDINDO COM AS COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO NOSSO DESCOBRIMENTO.
Publicação
Publicação no DSF de 18/05/2000 - Página 10111
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ELOGIO, GOVERNO, LANÇAMENTO, DINHEIRO, PRODUTO, EMPRESA DE MATERIAL PLASTICO, IMPORTANCIA, ADOÇÃO, TECNOLOGIA, VALORIZAÇÃO, REAL, MUNDO, REDUÇÃO, CUSTO, LONGO PRAZO.

O SR. GILVAM BORGES (PMDB – AP) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna desta Casa para elogiar o Governo Federal pelo lançamento das cédulas de R$ 10,00 de plástico, coincidindo com as comemorações dos quinhentos anos do nosso descobrimento.  

No último dia 24 de abril, em solenidade formal, o Presidente Fernando Henrique Cardoso apresentou as novas cédulas e já no dia 25, elas começaram a circular oficialmente em todo território nacional.  

A previsão é que um total de 250 milhões de cédulas de R$ 10,00 de plástico serão lançadas nos próximos dois anos. Neste primeiro momento foram lançadas 125 milhões, que estão circulando a título de experiência, e, em 2001, se houver realmente uma aceitação por parte da população, e se o material apresentar grandes vantagens em relação ao papel tradicional, serão lançadas mais 125 milhões. Daí para frente, de maneira gradativa, todo o dinheiro de papel será substituído pelo dinheiro de plástico.  

Hoje, no mundo inteiro, circulam mais de 100 bilhões de cédulas de papel que têm inclusive uma qualidade bastante variável. Evidentemente, por uma questão de economia e porque muitos países não têm condições de destinar verbas para a fabricação de dinheiro com melhor durabilidade e apresentação, os mais pobres têm uma moeda de baixa qualidade, de material bastante simples, de duração muito curta e muito fácil de ser falsificada. De uma maneira geral, o dinheiro do Terceiro Mundo é de baixa qualidade e reflete exatamente as precárias condições socioeconômicas que esses países enfrentam.  

Voltando à questão do plástico, é importante registrar que o dinheiro produzido com essa matéria-prima apareceu pela primeira vez na Austrália, que foi o primeiro país a conseguir desenvolver a mais avançada tecnologia para a sua confecção. A partir da experiência australiana, mais 13 países seguiram o mesmo caminho e adotaram o plástico como matéria prima para a fabricação de suas cédulas. Hoje, dando também um grande salto em direção da modernização e da inovação, o Brasil tornou-se o décimo quinto país do mundo a adotar o dinheiro de plástico como meio circulante.  

Apesar de ainda nos situarmos entre os países do chamado Terceiro Mundo porque apresentamos chagas sociais vergonhosas, dignas das regiões mais desgraçadas da África, da Ásia e da própria América Latina, somos a nona ou a décima economia do planeta. Portanto, um País que registra mais de meio trilhão de dólares de Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano; que produzirá muito brevemente 100 milhões de toneladas de grãos; que tem uma sociedade complexa e problemas complexos; que dispõe de mais de uma dezena de metrópoles com mais de 1 milhão de habitantes; que funciona com uma economia altamente diversificada; e que tenta a cada dia impor a sua presença no cenário da globalização, não pode ficar à reboque das grandes inovações.  

Por outro lado, ao longo de toda a nossa história, convém lembrar que sempre estivemos à frente de quase todos, mesmo entre os mais desenvolvidos, no que se refere à absorção dos avanços da ciência e da técnica de vanguarda. Além dessa abertura de mentalidade e de espírito que qualificam o povo brasileiro como um dos mais tolerantes do mundo, sempre dispomos das condições materiais para instalar em nosso território todas essas inovações que surgem a cada dia. Assim foi com a fotografia, com a energia, com a telefonia, e um pouco mais adiante, com a televisão, com a informática, e com os mais sofisticados métodos de produção industrial que nos colocam hoje entre a mais importantes nações tecnológicas do planeta. Em termos de acesso à internet, por exemplo, o nosso País apresenta, no contexto dos países em vias de desenvolvimento, os maiores percentuais de crescimento. Dessa maneira, o Brasil é hoje, de longe, o mais importante mercado emergente para a rede mundial de computadores.  

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, segundo os técnicos estrangeiros que assessoraram os brasileiros em todo o processo de fabricação das novas cédulas, o dinheiro de plástico tem um custo inicial mais caro do que o dinheiro convencional mas, no curto prazo do processo de circulação, essa vantagem desaparece completamente e o dinheiro de plástico torna-se bem mais barato do que o tradicional.  

O custo unitário de produção de cada cédula de papel de R$ 10,00 é de 0,6 centavos, enquanto que a de plástico custa 0,10 centavos. Todavia, após 25 meses de manipulação, os custos se igualam e o material plástico começa a ser mais lucrativo. Segundo os técnicos, daí para frente, as cédulas de plástico passam a representar uma grande economia para os cofres públicos e comprovam igualmente maior durabilidade. Os testes já avaliados em outros lugares, inclusive em países menos desenvolvidos do que o Brasil, têm demonstrado que a durabilidade das cédulas de plástico, em processo de intensa circulação, é quatro vezes superior à vida média do dinheiro de papel comum.  

Por outro lado, segundo fontes do Governo Federal, verificando a coluna de custos e benefícios desse projeto, o primeiro lançamento de 125 milhões de cédulas já representará uma economia final de 33 milhões de reais em favor dos cofres públicos.  

No que se refere às possibilidades de falsificação das cédulas de plástico, é importante ressaltar que elas oferecem também margens de segurança muito maiores do que as cédulas convencionais. Além das garantias de segurança que existem nas cédulas tradicionais e que foram aproveitadas, as de plástico agregam ainda os seus elementos particulares, ou seja, tintas altamente sofisticadas, desenhos próprios e configurações muito especiais.  

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, gostaria de terminar este pronunciamento dizendo que o dinheiro de um País perpetua a sua história e reflete o seu nível político, econômico e de organização institucional. Além de tudo isso, o dinheiro de cada povo lembra os principais vultos de sua história. No nosso caso por exemplo, as primeiras cédulas de plástico trazem a imagem de Pedro Álvares Cabral e mostram a exuberância de nossa fauna, de nossa flora e de nossa gente. No verso, aparecem as faces das três raças que compõem a nossa gente : os índios, os europeus e os africanos.  

O Governo Federal foi realmente muito feliz quando pensou e executou o projeto de lançamento do dinheiro de plástico em nosso País. Vale dizer que essa é mais uma iniciativa de vanguarda que levamos para o século XXI.  

Era o que tinha a dizer.  

Muito obrigado.  

 

 ê


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/05/2000 - Página 10111