Discurso durante a 94ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A IMPORTANCIA DA SOJA COMO VETOR AGRICOLA DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL DO ESTADO DE RORAIMA.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PFL - Partido da Frente Liberal/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • A IMPORTANCIA DA SOJA COMO VETOR AGRICOLA DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL DO ESTADO DE RORAIMA.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2000 - Página 16366
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, AMPLIAÇÃO, PROJETO, CULTIVO, SOJA, CERRADO, ESTADO DE RORAIMA (RR), AUMENTO, EMPREGO, EXPORTAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA, ELOGIO, PRODUTIVIDADE.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PFL – RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho a satisfação de ocupar a tribuna do Senado Federal para tratar de um importante assunto para o desenvolvimento econômico e social do Estado de Roraima: a nova fronteira agrícola que se abre com a soja no meu Estado.  

Poderíamos chamar essa iniciativa de um projeto-piloto, pois as plantações de soja em Roraima deverão ocupar inicialmente apenas 5.850 hectares, equivalente a 65% do Projeto Grãonorte, instituído pelo Governo Estadual.  

Mais importante que o volume inicial da área plantada é analisarmos a rapidez de implantação da soja em Roraima: em 1999 foram plantados apenas 1.000 hectares de soja, o que demonstra o interesse dos empresários nessa importante atividade, na possibilidade de criação de novos postos de trabalho, de novas oportunidades de geração de renda e de exportações.  

O início do plantio da primeira safra comercial de soja em Roraima demonstra que nossos produtores estão voltados para as exportações para a Venezuela, abrindo novos mercados, contribuindo para novas possibilidades de integração entre o Mercosul e a Comunidade Andina, aumentando os laços comerciais entre Brasil e Venezuela.  

Dos 4,5 milhões de hectares de cerrado de Roraima, cerca de 1,5 milhão apresentam vocação para a produção de grãos e a soja poderia ocupar cerca de 700 mil hectares, o que equivale a uma produção potencial de 2 milhões de toneladas, ou 6% da produção brasileira atual, conforme estudos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) . 

Não se trata de excesso de otimismo em relação a um projeto que apenas se inicia: a fertilidade das terras do cerrado de Roraima, as chamadas terras do lavradio , já está comprovada pelos elevados índices de produtividade obtidos nas primeiras colheitas de soja da região (2.700 kg por hectare), muito superior aos 1.800 kg por hectare obtido nas primeiras colheitas no cerrado do Brasil Central.  

Não foi sem motivo que muitos produtores da Região Centro-Oeste vieram para Roraima a fim iniciar a implantação da mais nova fronteira da soja no Brasil.  

O novo pólo produtor de soja é beneficiado por muitas condições atraentes: terras planas e férteis, adequadas para o cultivo da soja, amplas possibilidades de exportações para a Venezuela e regiões vizinhas, alta produtividade por hectare e redução de custos de transporte com a pavimentação da nova rodovia Manaus-Boa Vista-fronteira com a Venezuela (BR-174).  

Os custos com corretivos do solo também representam um atrativo adicional para os empresários que escolheram Roraima para o desenvolvimento de suas atividades: enquanto em muitas áreas do Centro-Oeste são necessárias até 5 toneladas de calcário por hectare para correção da acidez do solo, em Roraima essa necessidade é de apenas 600 a 1.200 quilos por hectare.  

A proximidade da Venezuela, fornecedora de calcário e fertilizantes, e potencial mercado consumidor da soja a ser produzida em Roraima, também contribui para reduzir os preços dos fretes, com a possibilidade de adoção da chamada tarifa de retorno , que poderá dar maior competitividade aos produtores de Roraima, que terão incentivos à exportação, com isenção de ICMS e taxas estaduais.  

Os preços atrativos das terras têm permitido a antigos arrendatários tornarem-se proprietários das terras, o que contribui para elevar as condições sociais de muitos antigos trabalhadores rurais.  

Outro fator que contribui para o aumento da produtividade da soja em terras de Roraima é a localização junto à linha do Equador, com 12 horas de luz solar por dia, o que encurta o ciclo produtivo da soja de 30 a 40 dias.  

Sr. Presidente, a safra de grãos 1999/2000 deve ser uma das maiores da História do Brasil: 85,7 milhões de toneladas, com uma produção de soja de 31,44 milhões.  

É muito e devemos comemorar essas metas. No entanto, ainda é pouco para o destino do Brasil de tornar-se o verdadeiro celeiro do mundo.  

Os produtores agrícolas e os trabalhadores do campo de Roraima estão dispostos a trabalhar para que o Brasil se transforme no maior produtor de soja do mundo.  

O Ministro Marcus Vinícius Pratini de Moraes está realizando um importante trabalho de estímulo à produção agrícola nacional e certamente contribuirá para o desenvolvimento e consolidação dessa nova fronteira de soja no Brasil: o novo pólo que se estabelece, rompendo marcos geográficos e ultrapassando a linha do Equador.  

Muito obrigado.  

 

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2000 - Página 16366