Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com a retomada de crescimento economico brasileiro.

Autor
Romero Jucá (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Satisfação com a retomada de crescimento economico brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/2000 - Página 22199
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, RETOMADA, CRESCIMENTO ECONOMICO, EFEITO, CRIAÇÃO, EMPREGO, REDUÇÃO, POBREZA, AUMENTO, INVESTIMENTO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, REGISTRO, DADOS, EXPORTAÇÃO, ENTRADA, CAPITAL ESTRANGEIRO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PREPARAÇÃO, ESTABILIDADE, ABERTURA, ECONOMIA, AJUSTE FISCAL, BENEFICIO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


           O SR. ROMERO JUCÁ (PSDB - RR) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há uma grande e boa notícia para o Brasil, este ano, ainda pouco notada e insuficientemente anunciada: é a retomada de crescimento por que passa a economia brasileira. Estamos atravessando uma fase excepcional de desenvolvimento, com bases sólidas, e que tem tudo para persistir no futuro, com reflexos positivos na geração de emprego, na redução da pobreza e nos investimentos sociais.

           O crescimento econômico, este ano, está ocorrendo em praticamente, todos os setores. Nos últimos 12 meses foram criados mais de 900 mil empregos novos! Estima-se para o ano de 2000 um crescimento do PIB de cerca de 4%. A agropecuária deve crescer 6,5%; a indústria, 5%; o setor de serviços, 3%.

           A economia está passando por uma saudável revitalização, se movimenta, se dinamiza. E isso, com inflação baixa e sob controle. Crescem os empregos, aumentam os investimentos externos e internos. As exportações dispararam; o primeiro semestre deste ano registrou a maior marca de todos os tempos: em apenas 6 meses, o Brasil exportou 26 bilhões de dólares.

           Sr. Presidente, no início da década de 90, os investimentos externos somavam apenas 1 bilhão de dólares ao ano. O panorama agora é outro. Os investimentos vindos do exterior, que no ano passado foram de 30 bilhões de dólares, este ano repetirão esse valor: serão mais 30 bilhões. Esses dados, e outros referentes à expansão da economia estão muito bem enfocados no número da revista Exame datado de 12 de julho deste ano.

É preciso que se note que a ótima fase por que passa nossa economia não se deve a uma passageira bolha de consumo manipulada pelo Governo. Nosso crescimento tem bases firmes. Começou ainda no segundo semestre do ano passado, com uma reação positiva das exportações. É um tipo de crescimento saudável, que acaba se propagando ao mercado interno, aos empregos, ao consumo. Meras bolhas de consumo já tivemos várias na história recente do País; elas trazem benefícios, mas também muitos problemas, como déficit na balança comercial, que é uma barreira à continuidade do crescimento.

Na verdade, as raízes da atual expansão vêm de longe, do início do primeiro mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Promoveu-se, então, uma abertura do País ao mercado internacional, que forçou nossas empresas a se modernizarem. Muito importante também foi o estabelecimento e manutenção da estabilidade da moeda, a superação da inflação, que permite aos indivíduos e empresas planejarem e confiarem no futuro. Igualmente decisiva foi a conquista, nos anos mais recentes, do ajuste fiscal: o Governo não gasta mais do que arrecada. Isso calibra a economia, reduz o endividamento do Governo e permite diminuir os juros.

           Saneado nosso ambiente econômico dessa maneira, pela abertura ao exterior, pela derrota da inflação e pelo ajuste fiscal, as empresas puderam reagir e florescer. Milhares delas fizeram a lição de casa. Investiram em modernização, reduziram custos, treinaram seu pessoal. Com isso, começaram a vencer os obstáculos no mercado interno e externo. Passaram, então, a investir em expansão . O resultado é o crescimento que estamos testemunhando.

           Dezenas de setores industriais apresentam expansão excepcional este ano, como, por exemplo, os de material de transporte, borracha, mecânica, têxtil, metalúrgico, vestuário, material elétrico, extração mineral, papel e química. As empresas que compraram as estatais estão agora investindo fortemente na sua expansão e modernização, o que acrescenta dinamismo à economia.

           Esses efeitos benéficos transmitem-se aos consumidores. O setor de cartões de crédito estima o seu crescimento para este ano em 40%! O mercado brasileiro de microcomputadores, que já havia crescido 15% em 1999, crescerá 30% este ano.

           Esta nova fase de nossa economia se dá após três anos em que foi preciso superar os imensos obstáculos das crises financeiras internacionais da Ásia, da Rússia e da desvalorização do real. Hoje, podemos constatar que o Governo Federal soube adotar as políticas macroeconômicas corretas, equilibrou-se com sucesso ao atravessar correntes adversas. Agora, o País colhe os frutos dessas boas políticas.

           Segundo o economista Antônio Barros de Castro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ex-Presidente do BNDES, o Brasil está entrando em um novo ciclo de investimentos.

           É uma nova página em nossa história econômica. Nossas potencialidades começam a se concretizar. É preciso entender que um país como o Brasil oferece possibilidades de crescimento que as economias mais maduras não conhecem. Alguns exemplos: o mercado de cerveja nos Estados Unidos cresce apenas 0,4% ao ano; o mercado de biscoitos na Inglaterra não cresce há 10 anos. Os grandes potenciais de crescimento estão na Índia, China e Brasil. Desses, apenas o Brasil possui um contingente majoritário de consumidores modernos, capazes de promover uma marcha de progresso material e social, indutor da inclusão dos segmentos hoje excluídos.

           A classe média no Brasil representa uma população maior que a da Alemanha, da França ou do Canadá. Somos o quarto mercado mundial em máquinas de lavar e geladeiras, o terceiro em refrigerantes e o segundo em biscoitos. Temos condições para dinamizar uma grande economia, produzindo com eficiência, exportando, oferecendo produtos competitivos no mercado interno e externo.

           Sr. Presidente, a fase auspiciosa por que passa nossa economia tem tudo para persistir e consolidar-se. Pela primeira vez, em décadas, estamos tendo crescimento econômico com inflação baixa. Esse é um tipo sustentável de expansão econômica. É uma expansão com bases sólidas. Ela foi construída sobre os fundamentos saudáveis de políticas acertadas do Governo: abertura e modernização; estabilidade da moeda e superação da inflação; privatização dos setores onde o Estado não mais precisa atuar; apoio à educação; e, finalmente, e sumamente importante, o ajuste fiscal, a responsabilidade fiscal.

           Se tivermos, como nação, o pulso e a sabedoria de manter esse mesmo caminho e ainda fazer as reformas que nos faltam, o futuro da economia será brilhante. Teremos garantidos a prosperidade e os recursos necessários para vencer os desafios da pobreza, do desenvolvimento regional e dos investimentos nos setores sociais.

           Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/2000 - Página 22199