Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

INTERPELAÇÃO AO SR. MINISTRO DE ESTADO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, SR. CELSO LAFER.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • INTERPELAÇÃO AO SR. MINISTRO DE ESTADO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, SR. CELSO LAFER.
Publicação
Publicação no DSF de 14/03/2001 - Página 2924
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • INTERPELAÇÃO, CELSO LAFER, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), NECESSIDADE, ALTERAÇÃO, CONDUTA, DIPLOMATA, TRATAMENTO, PROBLEMA, NATUREZA COMERCIAL, RELAÇÕES DIPLOMATICAS, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, ESPECIFICAÇÃO, CANADA.

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Sr. Presidente, procurarei atender ao apelo de V. Exª.

Ministro Celso Lafer, primeiramente, quero comungar com o que disse o Senador Pedro Simon. Acredito que V. Exª e o Ministro Pratini de Moraes, da Agricultura, no que tange a essa questão da vaca louca, desse affair com o Canadá, agiram de pronto. Comungo com essa idéia, e nós, catarinenses, entendemos perfeitamente. Acho que não devemos medir esforços para reagir perante essa grande ameaça.

Talvez não possa afirmar o mesmo em relação ao Ministro do Desenvolvimento e da Indústria e Comércio, talvez tenha sido um pouco devagar em relação a essa questão. Até acho - e digo isso com muita franqueza - que apesar de o Ministro Pratini de Moraes não ser do nosso Partido, o lugar de S. Exª seria na Pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Na agricultura temos um gênio no Senado Federal, que também não é do meu Partido, mas digo isso porque ouvimos da “boca pequena” que o gênio da agricultura se chama Senador Osmar Dias. Imaginem o tripé de V. Exª no Ministério de Relações Exteriores, do Ministro Pratini de Moraes no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e do Senador Osmar Dias no Ministério da Agricultura. Acredito que para o Brasil, sem dúvida alguma, seria interessantíssimo.

Com essa questão da vaca louca até lembrei que em 1977 e em 1978 nós do sul do Brasil enfrentamos a peste sul-africana. Pode ter havido algo, mas muito se exterminou de matrizes. Naquela época, testemunhei isso muito de perto lutando com os pequenos produtores de Santa Catarina, e muito daquilo era fabricado. Eu estava quase fazendo uma similitude da peste sul-africana com relação à vaca louca agora no Brasil. Já foi debatido hoje aqui que o nosso gado come capim, o que é verdade, todos sabem. Não quero nem adentrar nisso neste momento, mas quero aproveitar, ao lado dos elogios da ação de V. Exª e do Ministro da Agricultura, para dizer que temos adidos culturais, temos adidos militares em algumas embaixadas.

Sei que o quadro talvez seja pequeno ou mínimo, mas será que não temos de ser um pouco mais agressivo nessa relação comercial? Sei que há setores nas embaixadas que atendem a questão comercial. Há países que têm embaixada no Brasil que têm adidos agrícolas. Não vou até isso, mas pelo potencial, não só catarinense, mas brasileiro na questão de agronegócio - sei que os diplomatas têm uma educação refinadíssima, no trato com as instituições, com outros países e governos -, mas na questão comercial, o quadro que V. Exª detém não é suficiente, mas tínhamos de ser um pouco mais agressivos; um pouco mais judeus nos negócios.

Parece-me que é isso. Se vamos importar, e a China tem muito alho, ela o empurra para o Brasil. Muito bem, podemos até precisar do alho, mas não podemos pagá-lo com filé mignon, não podemos pagá-lo com mercadoria de primeira grandeza ou em cash.

O SR. PRESIDENTE (Jader Barbalho) - Senador Casildo Maldaner, a Presidência apela que V. Exª conclua.

O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC) - Já encerro, Sr. Presidente. Tínhamos de devolver isso com outras mercadorias que talvez não sejam de primeira linha. Eu diria até “banana neles”, no bom sentido. Vamos pagar, então, com a nossa produção, com o que temos de sobra.

Penso que temos de ser um pouco mais agressivos nessa questão. Isso seria importantíssimo para o Brasil pelo potencial que representa nos agronegócios como em tudo o mais. Deveríamos ter um pouco mais de ginga.

Penso que precisamos um pouco mais de agressividade, se fosse possível, aumentando o quadro ou enfrentando essa questão de outra maneira; avançando um pouco mais.

No mais, eram estas as considerações que eu gostaria de trazer a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/03/2001 - Página 2924