Discurso durante a 13ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

RESPOSTA A INTERPELAÇÃO DO SENADOR LEOMAR QUINTANILHA.

Autor
MARCUS VINICIUS PRATINI DE MORAES
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. POLITICA EXTERNA.:
  • RESPOSTA A INTERPELAÇÃO DO SENADOR LEOMAR QUINTANILHA.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2001 - Página 3001
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, LEOMAR QUINTANILHA, SENADOR, ADOÇÃO, MINISTERIO DA AGRICULTURA (MAGR), GOVERNO BRASILEIRO, PROVIDENCIA, PROTEÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, FRONTEIRA, PAIS, AUSENCIA, ERRADICAÇÃO, FEBRE AFTOSA, REVERSÃO, SITUAÇÃO, CONFIANÇA, PRODUTO NACIONAL, MERCADO INTERNACIONAL.

O SR. MINISTRO PRATINI DE MORAES - Nobre Senador Leomar Quintanilha, em primeiro lugar, permita-me agradecer-lhe as palavras generosas de introdução. Os inúmeros contatos que tenho tido com V. Exª têm sido produtivos, e espero também poder dar uma contribuição a seu Estado, que é extraordinário e que tem um progresso fantástico no agronegócio.

Com relação às suas perguntas, estamos neste momento em entendimentos com os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, revendo os atuais sistemas de defesa, que estão muito concentrados na área das pontes sobre o Rio Uruguai e em alguns pontos onde há balsas. O objetivo é ampliar a presença de unidades federais não só do Ministério, mas também da Polícia Federal, na realização do controle de fronteira, para evitar o trânsito de animais e de carne, que podem trazer o vírus da febre aftosa.

Essas providências já foram adotadas, porém, a nosso juízo, são insuficientes. Está prevista uma nova reunião para hoje, na qual vamos discutir a necessidade eventual de solicitarmos o apoio das Forças Armadas em determinadas regiões, para, com muita firmeza, mostrarmos que não admitiremos o contrabando, seja de animais, seja de produtos que possam trazer o vírus de aftosa.

O Rio Grande do Sul e Santa Catarina continuam livres de aftosa, sem vacinação, status que a Argentina perdeu e que foi formalmente anunciado hoje. As providências que o Ministério da Agricultura está tomando estão em estreita ligação com os governos dos Estados e com os produtores, porque não basta a ação governamental. Uma das recomendações que tenho dado é a de criarmos, a exemplo do que fez o Paraná, um conselho de sanidade animal e vegetal em cada Município brasileiro que tenha produção no agronegócio. Essa sugestão já está sendo implementada. Na semana passada, em São Borja, no Rio Grande do Sul, houve uma primeira reunião com os prefeitos da área, presidentes de sindicatos rurais e de associações rurais, produtores, pequenos produtores, federações de trabalhadores agrícolas, para conscientizá-los quanto à importância de termos atenção, cuidado e prioridade para a questão de sanidade.

Portanto, a conjugação Governo Federal, governos estaduais, secretarias de agricultura, entidades privadas e a própria população dos Municípios agrícolas contribui para que se crie a consciência da sanidade e se evitem as importações, o contrabando ou o comércio ilegal de produtos que podem trazer vírus ou doenças de fora.

Com relação à reversão do quadro negativo criado pela decisão canadense, acho que, em grande medida, essa reversão ocorreu quando recebemos do Canadá, dos Estados Unidos e do México um atestado de sanidade com relação à BSE, que o mundo inteiro tomou conhecimento. Mas isso não basta. A Associação Brasileira da Indústria de Exportadores de Carnes e um grupo de frigoríficos do sul do Brasil estão trabalhando num programa - praticamente concluído - de divulgação da carne brasileira no exterior. Está-se discutindo o momento de dar partida a esse programa de longo prazo, realizado pelo setor privado, que certamente contará com o apoio do Governo Federal por meio da Apex ou do Ministério da Agricultura. A idéia é começarmos a vender.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil há 500 anos é comprado. Primeiro, nem compravam; levavam daqui pau-brasil, ouro, diamante. Depois, levaram algodão, café, couro, minério. Nós nunca vendemos. Até hoje, vendemos muito pouco. Uma das lições que estamos aprendendo é que o Brasil agora terá que ser vendedor. E, para isso, teremos que fazer propaganda, relações públicas, investir em marketing e falar bem dos nossos produtos.

Um dos problemas que temos no Brasil, Senador, é que temos o péssimo hábito de falar mal das nossas coisas. Nós, brasileiros, gastamos sempre muito mais tempo falando mal das nossas coisas do que falando bem. É claro que há tanta mazela, tanta distorção, tanto problema numa sociedade em construção, que há muita coisa que falar e criticar. No entanto, em matéria de exportação, se quisermos ganhar essa guerra, vamos ter que falar bem dos nossos produtos. Vamos ter que falar bem, por exemplo, daquele abacaxi...

O SR. MINISTRO PRATINI DE MORAES - Como é o nome do Município?

O SR. MINISTRO PRATINI DE MORAES - Não comi nem na Paraíba. Espero que o Senador Suassuna...

O SR. MINISTRO PRATINI DE MORAES - Temos que falar bem das nossas coisas. Fiquei feliz hoje, pois, quando cheguei no gabinete do Presidente Jader Barbalho, S. Exª me ofereceu castanha-do-pará. É assim que tem que ser. Precisamos valorizar as nossas coisas. Precisamos falar bem dos nossos produtos para que os outros também os valorizem. Precisamos falar cada vez mais da nossa carne, e os empresários do setor devem fazer isso publicamente.

O SR. MINISTRO PRATINI DE MORAES - Muito obrigado, Sr. Senador.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2001 - Página 3001