Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

COMEMORAÇÃO DOS QUINHENTOS ANOS DO RIO SÃO FRANCISCO, REGISTRADO POR OCASIÃO DA PASSAGEM PELO RIO DO NAVEGADOR AMERICO VESPUCIO, EM 04 DE OUTUBRO DE 1501.

Autor
Carlos Wilson (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/PE)
Nome completo: Carlos Wilson Rocha de Queiroz Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • COMEMORAÇÃO DOS QUINHENTOS ANOS DO RIO SÃO FRANCISCO, REGISTRADO POR OCASIÃO DA PASSAGEM PELO RIO DO NAVEGADOR AMERICO VESPUCIO, EM 04 DE OUTUBRO DE 1501.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2001 - Página 23691
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, DESCOBERTA, RIO SÃO FRANCISCO, ANALISE, IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, PARTICIPAÇÃO, HISTORIA, BRASIL.
  • DEFESA, NECESSIDADE, ATENÇÃO, RECUPERAÇÃO, RIO SÃO FRANCISCO.

  SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. CARLOS WILSON (PTB - PE) - Sr Presidente, Srªs e Srs. Senadores, falar do rio São Francisco para quem, como eu, tem sua vida ligada ao Nordeste, é como se eu fosse hebreu e tivesse que falar do Sinai.

            Mais do que um curso d’água que integra cinco Estados, o velho Chico integra também a história brasileira com todas as suas idiossincrasias e contradições.

            Nasce em meio à vegetação verde e opulenta da serra da Canastra, em Minas, serpenteia pelo cerrado e pela caatinga, irriga a lavoura, gera energia, serve como meio de transporte e deságua poderoso no Oceano Atlântico.

            Ainda que o Brasil não tenha maturidade para empreender uma revisão histórica, é importante ressaltar que foi durante a verdadeira expedição do descobrimento, aquela empreendida por Américo Vespúcio, em 1501, que a foz do São Francisco foi descoberta.

            Vespúcio era um luminar de sua geração. Navegava nesta expedição com a bandeira de Portugal. Por isso mesmo, no dia 4 de outubro, dia de São Francisco, homenageou o santo de Assis, sem saber que nos seus mais de 2,7 mil quilômetros um dia estaria inserida toda a contradição do Brasil.

            Foi pelas águas do rio São Francisco, que os índios chamavam de Opara, que muitos escravos fugiram da inclemência dos fazendeiros de Alagoas e se refugiaram em quilombos pelo sertão. Foi pelas suas margens que os bandeirantes descobriram os cerrados e as minas de pedras preciosas. Foi inspirado na sua grandiosidade que Antônio Conselheiro enxergou o germen da revolta que deu origem a Canudos e onde os cabras de Lampião saciavam a sede de justiça social.

            Quinhentos anos depois, é chegado o momento de retribuir ao velho Chico a sua participação na história. É hora de reavaliar suas forças. É hora de preservar sua pujança. Sabemos hoje, em plena crise, que o São Francisco dá sinais de cansaço. Não consegue responder ao que dele se exige.

            É demais pedir-lhe que abençoe com umidade o solo árido de Pernambuco e da Bahia, depois de ser represado e gerar energia. É hora de cuidar de suas nascentes ameaçadas de assoreamento e de poluição. É hora de olhar para ele e de olhar para aqueles que habitam as suas margens. É hora de repensar o velho Chico e na essência repensar o Brasil.

 

            O SR. PRESIDENTE (Ramez Tebet) - Esta Presidência se associa a todas as homenagens prestadas ao rio da integração nacional, da unidade nacional, o rio São Francisco. Eu, particularmente, que estive à testa do Ministério da Integração Nacional, lutando para o desenvolvimento do projeto de revitalização do rio São Francisco, não posso deixar, nesta hora, de me associar a todas as homenagens que são prestadas a este rio tão importante para o desenvolvimento, para a integração e para a unidade nacional.

 

            


            Modelo14/19/249:23



Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2001 - Página 23691