Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Associando-se ao requerimento do Senador Vasco Furlan, que solicita votos de congratulações às Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em Nova Trento, Santa Catarina, e à Nunciatura Apostólica do Vaticano, em Brasília, pelo anúncio feito pelo Papa João Paulo II da canonização da beata Amabile Lúcia Visenteiner, Madre Paulina. Necessidade da criação do Fundo de Defesa Civil.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Associando-se ao requerimento do Senador Vasco Furlan, que solicita votos de congratulações às Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em Nova Trento, Santa Catarina, e à Nunciatura Apostólica do Vaticano, em Brasília, pelo anúncio feito pelo Papa João Paulo II da canonização da beata Amabile Lúcia Visenteiner, Madre Paulina. Necessidade da criação do Fundo de Defesa Civil.
Publicação
Publicação no DSF de 27/02/2002 - Página 872
Assunto
Outros > HOMENAGEM. CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • CONGRATULAÇÕES, POSSE, VASCO FURLAN, SENADOR, SUPLENCIA, JORGE BORNHAUSEN, CONGRESSISTA, LICENÇA.
  • HOMENAGEM, IRMÃ DE CARIDADE, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), RECEBIMENTO, TITULO, IGREJA CATOLICA, SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, DOCUMENTO, BIOGRAFIA.
  • APREENSÃO, FALTA, PREVISÃO, CALAMIDADE PUBLICA, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, INUNDAÇÃO, SECA, JUSTIFICAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, CRIAÇÃO, FUNDO ESPECIAL, DEFESA CIVIL, ORIGEM, RECURSOS, SEGURO OBRIGATORIO, VEICULOS, AGILIZAÇÃO, AUXILIO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. CASILDO MALDANER (PMDB - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, cumprimento o nobre Senador Vasco Furlan, que tomou posse no lugar do Senador Jorge Borhausen, em licença. Congratulo-me também com S. Exª pelo requerimento de homenagem à Madre Paulina, que será canonizada. É a primeira santa do Brasil e, por sinal, é de Santa Catarina.

            Ao lado do requerimento que o Senador Vasco Furlan propôs à Mesa, quero consignar nos Anais da Casa uma pequena história de Madre Paulina. Peço que conste dos Anais da Casa um estudo a respeito de Madre Paulina, que nasceu na Itália. O estudo relata toda sua jornada, desde os nove anos, em Nova Trento, no nosso Estado, e, para orgulho dos catarinenses, principalmente dos que seguem a nossa religião, temos a honra de ver consumado esse fato inédito no Brasil.

            Em segundo lugar, Sr. Presidente, não poderia deixar de externar, neste instante, embora em breves palavras, minha preocupação com as catástrofes que vêm ocorrendo em nosso País. Dois projetos de minha autoria tramitam na Casa sobre esse assunto. Precisamos criar uma Defesa Civil Nacional para enfrentarmos tais problemas. Sabemos que todos os anos, em datas comemorativas, como Natal, 1º de janeiro, com a virada do ano, Páscoa, acontecem sempre as chuvaradas, no Sul, na grande São Paulo, em Minas Gerais e outras localidades, e não somos previdentes.

            No meu Estado não é diferente. Além das enchentes, há também os períodos de seca que ultimamente enfrentamos na região mais ocidental do Estado de Santa Catarina, bem como no Rio Grande do Sul e no Paraná. A seca acabou com grande parte da produção, principalmente de milho e feijão - cerca de quatrocentos e quarenta mil toneladas de milho no meu Estado -, acarretando prejuízos enormes também para outros setores, como a avicultura, por exemplo. Mais ou menos oitenta e três mil famílias ficaram desamparadas, sem ter como buscar outras saídas. Em função disso, ocorre muitas vezes o êxodo rural.

            O que queremos? Pretendemos criar um Fundo de Defesa Civil no Brasil, custeado pelo seguro de automóveis, destinando um terço para Defesa Civil Nacional, outro para as defesas civis estaduais e o outro terço - para completar o inteiro - para todas as defesas civis do Brasil, em todos os Municípios.

            Assim, Sr. Presidente, nobres Colegas, quando acontecerem acidentes, catástrofes e imprevistos, teremos um socorro imediato. E quando os recursos da Defesa Civil Municipal não forem suficientes, haverá o fundo da Defesa Civil Estadual e, se ainda não forem suficientes, recorrer-se-á à Defesa Civil Nacional.

            Atualmente, quando ocorrem catástrofes, a queda de uma ponte, de um bueiro, de uma escola, ou faltam recursos para puxar água, faz-se um levantamento, dirigido à Defesa Civil Estadual, por meio das Prefeituras, que o encaminham à Defesa Civil Nacional. Chegando aqui, não há orçamento também. Então, faz-se uma medida provisória, que vem para o Congresso Nacional e volta para o Palácio do Planalto. Nesse meio tempo, leva-se meio ano para prestar socorro, e não dá para ficar, sem pinguela, com a escola caída, entre outras coisas.

            Por isso, deixo mais uma vez a conclamação de que precisamos nos reunir e fazer com que o Brasil seja mais previdente.

            Assim, com essas poucas palavras, deixo aqui, mais uma vez, uma preocupação que é não só do meu Estado, mas do Brasil inteiro: precisamos nos organizar melhor em relação a essas questões.

            Eram as ponderações que gostaria de apresentar, numa comunicação inadiável. Sei que não há tempo para isso, mas não poderia deixar de fazê-lo, Sr. Presidente, nobres Colegas.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR CASILDO MALDANER EM SEU PRONUNCIAMENTO

(inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno)

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            Madre Paulina se torna a primeira santa brasileira no dia 19 de maio

            Dia 19 de maio. Essa será a data de canonização da primeira santa brasileira. Nesse dia, madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus torna-se oficialmente - segundo o governo pontifício do Vaticano -, um "espírito brasileiro santificado".

            O processo religioso para a canonização começou a correr em Roma em 1965. Foi necessário que médicos, peritos e representantes do alto escalão do Vaticano confirmassem ao menos dois milagres realizados pela madre Paulina antes de sua conclusão.

            A canonização é uma das mais antigas reivindicações dos religiosos no Brasil, considerado a maior nação católica do mundo. O país nunca teve um santo reconhecido pelo Vaticano. Além de madre Paulina, há espanhóis, italianos e até um índio mexicano na relação de novos santos católicos. O processo deles passou por todas as instâncias da Igreja.

            O pronunciamento do papa era aguardado com ansiedade pelo católicos brasileiros. Segundo o padre Eduardo Coelho, da Cúria Metropolitana de São Paulo, trata-se "de um acontecimento extraordinário" para os fiéis.

            A irmã Terezinha Santa Negri, que pertence à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição - ordem fundada por madre Paulina - não esconde sua satisfação e diz aguardar com "ansiedade e curiosidade" o pronunciamento de João Paulo II.

            Da Itália para o Brasil

            Apesar de ser considerada a primeira santa brasileira, madre Paulina nasceu na Itália, mas veio para o Brasil com dez anos, em 1875. E 1890, quando tinha 25 anos, a madre descobriu sua vocação religiosa e fundou sua congregação no município de Nova Trento, no interior de Santa Catarina. Ela morreu em 1942, aos 77 anos, no Ipiranga, em São Paulo. Durante toda a vida, a madre trabalhou em hospitais, cuidando dos mais diversos tipos de doentes. A tradição é mantida até hoje pelas freiras da congregação.

            Protetora das pessoas com câncer

            Depois de ser canonizada, o dia 9 de julho será instituído como o dia de homenagens à madre Paulina, pois foi nesta data, em 1942, que ela morreu. A exemplo do que acontece com outros santos, a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição promete rezar missas em todos os dias 9 do ano.

            Se depender da vontade das irmãs da congregação, madre Paulina será oficializada como "a santa protetora das pessoas com câncer", porque trabalhou com muitas pessoas afetadas pela doença enquanto estava viva. Além disso, mais recentemente, diversas pessoas alegaram que se curaram após rezar para a madre. "Estamos torcendo, mas quem vai dizer isso é o papa", diz a irmã Terezinha.

            Biografia de madre Paulina, a primeira santa brasileira

            Apesar de ser considerada a primeira santa brasileira, madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus nasceu na cidade de Vígolo Vattaro, em Trento (norte da Itália), no dia 16 de dezembro de 1865, mas veio para o Brasil com dez anos, em 1875.

            Em 1890, quando tinha 25 anos, a madre, chamada Amabile Lucia Visintainer, descobriu sua vocação religiosa e fundou sua congregação no município de Nova Trento, no interior de Santa Catarina. Ela morreu em 9 de julho de 1942, aos 77 anos, no Ipiranga, em São Paulo, em conseqüência da diabete. A doença levou a sucessivas amputações.

            Com a permissão do pai, madre Paulina deixou sua casa e passou a morar num casebre para aí cuidar de uma mulher cancerosa desamparada. Era o dia 12 de julho de 1890, data que marca a fundação da obra de madre Paulina.

            Durante toda a vida, a madre trabalhou em hospitais, cuidando dos mais diversos tipos de doentes. A tradição é mantida até hoje pelas freiras da congregação.

            Segunda de 14 filhos (nove homens e cinco mulheres) do casal Antonio Napoleone Visintainer e Anna Pianezer, ela fez primeira comunhão aos 12 anos.

            Cada nome de madre Paulina - Paulina do Coração Agonizante de Jesus- tem um significado. Paulina por ter estudado na faculdade missionária de São Paulo, Coração como representação do amor, agonizante pelas dificuldades pelas quais passou, e Jesus em homenagem a Jesus Cristo.

            Veja milagres atribuídos à madre Paulina, primeira santa brasileira

            O Papa João Paulo II canoniza, no dia 19 de maio, madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, que será a primeira santa brasileira. Segundo a irmã Terezinha Santa Negri, da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, diversas pessoas contam que foram curadas após rezar para madre Paulina, mas apenas dois milagres foram reconhecidos pelo Vaticano.

            O primeiro aconteceu na década de 60 em Ibituba, no Espírito Santo. Eloísa Rosa de Souza estava no sétimo mês de gravidez mas teve um problema durante a gestação e sofreu um aborto natural. Ela sofreu uma coagulopatia de consumo (hemorragia interna), com choque irreversível.

            Os médicos que tratavam a paciente a desenganaram, afirmando que nenhum tratamento poderia alterar o seu quadro. O milagre aconteceu quando uma freira que trabalhava no hospital decidiu colocar o pedaço de um roupa que havia sido usada por madre Paulina sobre o peito de Eloísa. Subitamente, ela melhorou e os médicos constataram que ela havia sido completamente curada, sem explicação aparente.

            O segundo milagre ocorreu mais recentemente - há dez anos - em Rio Branco, no Acre. A garota Iza Bruna Vieira de Souza havia nascido com má formação cerebral. Com cinco dias de vida, ela foi submetida a uma cirurgia e depois de 24 horas começou a ter convulsões e apresentou uma parada cardiorrespiratória. Iza foi colocada em um balão de oxigênio, e a família instruída pelos médicos a chamar um padre para batizar o mais rápido possível a criança. Mas a avó da menina decidiu colocar uma imagem de madre Paulina na mão da neta. A criança sobreviveu e, no exame seguinte, foi constatado que ela não apresentava mais nenhum problema de saúde. Hoje, Iza tem 9 anos e leva uma vida completamente normal.

            Madre Paulina sofria de diabetes e teve braço amputado

            A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada por madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, afirma que a religiosa passou por "terrível prova" ao se transferir para São Paulo, além de sofrer de diabete, que levou à amputação de seu braço.

            Depois de fundar as Casas de Nova Trento e Vígolo, em 1903, madre Paulina se transferiu para São Paulo, convidada pelo padre Luigi Maria Rossi. Na capela do Ipiranga, iniciou seus trabalhos com filhos de ex-escravos e velhos ex-escravos, depois da abolição da escravidão, em 1888.

            Nas vésperas de sua transferência para São Paulo, madre Paulina foi eleita superiora geral ad vitam por padre Rossi.

            A partir de 1909, segundo a congregação, as dificuldades criadas pela intromissão de "pessoas estranhas", apoiadas por algumas religiosas e pela autoridade eclesiástica, acabou provocando a deposição de madre Paulina, que passou a ser reconhecida pelo título de "veneranda madre fundadora".

            De 1909 a 1918, madre Paulina viveu na casa fundada por ela em Bragança Paulista (83 km ao norte de São Paulo), passando por humilhações materiais. No período que vai de 1918 a 1938, distinguiu-se pela oração constante, pela amorosa e contínua assistência às irmãs doentes.

            Em 1938 começou sua "via sacra" por causa de diabete. Ela passou por progressivas amputações, tendo o braço direito cortado, até ficar cega. Ela acabou morrendo em 9 de julho de 1942, aos 77 anos.

            Conheça as orações feitas em homenagem a madre Paulina

            Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus será a primeira santa brasileira. A data de sua canonização será anunciada amanhã, terça-feira, pelo Papa João Paulo II. Veja abaixo as principais orações dedicadas a ela pelas irmãs da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.

            Oração para todos os dias

            Ó madre Paulina, tu que puseste toda a tua confiança no Pai e em Jesus e que, inspirada por Maria, te decidiste ajudar teu povo sofrido, nós te confiamos a Igreja que tanto amas, nossas vidas, nossa família, a vida religiosa e todo o povo de Deus. (pede-se a graça desejada) Madre Paulina, intercede por nós junto ao Pai, a fim de que tenhamos a coragem de lutar na conquista de um mundo mais humano, justo e fraterno. Amém.

            Oração de Madre Paulina a Jesus

            Amável Jesus, aceitai desta humilde serva a promessa que agora vos faço, na presença de Maria Imaculada e de toda Corte Celeste, de exercitar-me continuamente, para vos alegrar, Coração amorosíssimo, na santa caridade interna e externa com o meu próximo, especialmente com minhas Irmãs. Ajudai-me Senhor, na minha fraqueza, e bendirei eternamente as vossas misericórdias.

            Oração à Madre Paulina

            Ó Deus, Nosso Senhor e nosso Pai, em que a Madre Paulina depositava toda sua confiança com amor filial, dignai-vos mostrar que a Congregação religiosa por ela fundada para a expansão do reino de Deus e as virtudes heróicas que praticou em toda sua vida vos foram agradáveis, concedendo-nos o favor que vos pedimos... e, se for para honra vossa e de Maria Imaculada e glória da vossa Igreja, concedei que vejamos a Bem-aventurada Madre Paulina canonizada. Por Jesus Cristo Nosso Senhor, Amém. Rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória ao Pai.

            Fonte: Folha-online

 

            


            Modelo13/29/2411:46



Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/02/2002 - Página 872