O SR. JOSÉ JORGE (PFL - PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, ressalto a nossa alegria pela presença do Sr. Ministro Sérgio Amaral no Senado Federal. Tive a oportunidade de, há até pouco tempo, ter sido seu Colega no Ministério do Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando pude verificar a competência e o espírito público com que S. Exª está cuidando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tão importante para nosso País e cuja condução é muito difícil.

Sabemos que o Brasil é um País com grande potencialidade no comércio exterior, potencialidade esta que ainda não é plenamente exercida, visto que ainda temos uma pequena participação no movimento do comércio internacional. Ministro Sérgio Amaral, com o trabalho de V. Exª à frente daquele Ministério, está havendo um grande esforço no sentido de aumentar essa presença.

Talvez, por termos um grande mercado e por sermos um País bastante grande, não há aqui muitas empresas, inclusive pequenas e médias, que tenham feito no passado grande esforço para aumentar a exportação brasileira.

Portanto, é muito importante que esse trabalho seja realizado, porque somente por meio do comércio exterior o Brasil pode aumentar sua produtividade e conseguir uma moeda forte e necessária para se dar continuidade aos investimentos no País e também para fazer com que os produtos importados sejam consumidos aqui, barateando, assim, o preço ao consumidor brasileiro.

Mas há um ponto que preocupou muito o nosso Partido, o PFL, e o Senado: as medidas que o Governo americano tomou no sentido de proteção da sua indústria siderúrgica.

Todos sabemos que, na realidade, o Brasil fez um grande esforço no sentido de modernizar a sua indústria, que, até há pouco tempo, era estatal e que foi privatizada. Os setores privados que adquiriram essa indústria fizeram grandes investimentos, aumentaram a produção, a produtividade, de tal maneira que, hoje, o Brasil é um parceiro importante no mercado internacional de aços e de produtos siderúrgicos de uma maneira geral. Portanto, isso nos deu uma grande preocupação.

É muito importante a presença de V. Exª. Quero dizer que, tanto o nosso Partido, o PFL, como o Senado Federal estão solidários nessa luta que temos de travar para que possamos combater essas medidas protecionistas que um grande país como os Estados Unidos, com um grande mercado e com um grande poder econômico, está realizando.

É injustificável que um país com a estrutura econômica americana, com a sua importância no comércio mundial, tenha que tomar medidas protecionistas. Quando países mais pobres, como o Brasil ou a Argentina, e até mesmo países menores, tomam medidas protecionistas em relação ao seu produto são acusados de atrapalhar, de não estarem sendo solidários com o desenvolvimento do comércio internacional.

Então, o que dizer dos Estados Unidos, o país mais rico do mundo, quando fecham o seu mercado por intermédio de medidas que poderíamos chamar de arbitrárias - é verdade que temporárias - e fazendo com que os países que atendem ao seu mercado de aço fiquem com sua produção encalhada, sem ter como vendê-la.

Gostaríamos de dar essa sugestão política, porque é questão técnica e bastante complexa. São diversos os produtos e as regras são diferenciadas para cada um deles, mas esperamos que o Governo brasileira possa, com o o apoio do Congresso, tomar medidas mais duras, se necessário, inclusive de retaliação dos produtos americanos vendidos no Brasil. Tomo como exemplo a indústria cultural americana, que tem uma pauta extensa de exportação para o Brasil, e também outros produtos, para que possamos dar um resposta à altura.

Não desejo fazer perguntas, mas apenas demonstrar a nossa solidariedade, V. Exª conta com o nosso Partido e com o Senado Federal na adoção dessas medidas, as mais duras, se necessário, para que o Brasil possa, efetivamente, sair a contento dessa pressão que consideramos absolutamente desnecessária para um país tão rico e tão poderoso como os Estados Unidos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.