O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil e a universidade brasileira vêem-se hoje diante do desafio de alcançar um patamar de qualidade em sua produção científica, que seja, ao mesmo tempo, inovador e competitivo.

            O País necessita expandir seu Ensino Superior e sua Pós-Graduação sem descuidar, no entanto, da seriedade dos cursos que já existem ou daqueles que venham a ser criados. Crescer com eficiência é o grande desafio.

            Todo país, ao não viabilizar o seu desenvolvimento científico e tecnológico por meio de órgãos de pesquisa, públicos ou privados, favorece sua dependência econômica e cultural, correndo o risco de ver comprometido o seu desenvolvimento e, por via de conseqüência, toda e qualquer possibilidade de justiça social que se possa acalentar.

            A presença da universidade brasileira e de seus programas de pesquisa são relativamente recentes em nossa História. Na verdade, apenas a partir da década de 1960 é que as primeiras iniciativas, com significado efetivo neste setor, surgiram como respostas institucionais aos anseios de desenvolvimento científico e tecnológico da comunidade acadêmica nacional e da sociedade como um todo, impulsionando, assim, o Sistema Nacional de Pós-Graduação, hoje um modelo respeitado internacionalmente.

            Há cinqüenta anos, mais precisamente no dia 7 de fevereiro de 1952, o então Presidente da República, Getúlio Vargas, assinou o decreto nº 30.511, autorizando uma antiga instituição educacional, fundada no século XIX, em 1871, por missionários norte-americanos de confissão presbiteriana, a constituir sua universidade.

            A escola desses missionários, iniciada por Chamberlain, já se constituía uma referência nacional em termos de novas práticas pedagógicas, arrojadas e, ao mesmo tempo, sólidas.

            Esses dedicados missionários, preocupados em dar acesso à leitura da Bíblia para conhecimento da palavra do Senhor, inovaram a educação no Brasil ao derrubarem práticas discriminatórias, reunindo, em uma única sala de aula, meninos e meninas de diferentes etnias e religiões e ao abolirem os castigos físicos, prática comum nas escolas da época. Talvez suas atitudes fossem baseadas na certeza de que, para Deus, não existe diferença entre os seres humanos e o preconceito não encontra lugar em Sua vontade.

            Estamos falando da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que completa hoje, dia 16 de abril de 2002, seu cinqüentenário. São cinqüenta anos de serviços prestados à educação brasileira, à formação de jovens cidadãos competentes para um mercado de trabalho, que, embora competitivo, acreditamos possa ser , cada vez mais, ético.

            A Universidade Presbiteriana Mackenzie foi formada pela reunião de seus diversos cursos superiores, nascidos isolados e tendo a sua Escola de Engenharia como precursora.

            À legendária Escola de Engenharia, seguiram-se a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; a Faculdade de Arquitetura e a Faculdade de Ciências Econômicas. Este o núcleo que deu origem a este complexo educacional, situado no coração de São Paulo, e que reúne hoje cerca de vinte e oito mil alunos em suas onze Faculdades e em seus diversos cursos de Pós-Graduação, Mestrados e Especializações.

            Gerações e gerações de paulistas e de brasileiros, porque o nome Mackenzie desde sempre foi e é uma referência nacional, forjaram-se nos bancos escolares dessa instituição, que, embora seja transparentemente confessional, não é sectária e a todos recebe com igual carinho e respeito.

            No cinqüentenário da Universidade Presbiteriana Mackenzie, queremos reverenciar todos aqueles que ao longo do tempo imprimiram sua marca de educadores dedicados na história dessa Universidade.

            Desejamos, também e finalmente, nos congratular com quantos hoje naquele centro educacional trabalham e estudam. Principalmente, gostaríamos de nos irmanar com a imensa população de antigos mackenzistas, que com sua atuação social e política junto à sociedade brasileira, souberam dignificar o nome da Universidade onde se formaram, e com o Magnífico Reitor Dr. Cláudio Lembo.

            Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

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