Discurso durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 75 anos de fundação da Viação Aérea Riograndense - Varig.

Autor
Moreira Mendes (PFL - Partido da Frente Liberal/RO)
Nome completo: Rubens Moreira Mendes Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. TURISMO.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 75 anos de fundação da Viação Aérea Riograndense - Varig.
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/2002 - Página 8263
Assunto
Outros > HOMENAGEM. TURISMO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMPRESA DE TRANSPORTE AEREO, VIAÇÃO AEREA RIO GRANDENSE S/A (VARIG), ELOGIO, ATUAÇÃO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, PARTICIPAÇÃO, TURISMO.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REFERENCIA, PESQUISA, INSTITUTO BRASILEIRO DO TURISMO (EMBRATUR), DISTRIBUIÇÃO DE RENDA, ATIVIDADE ECONOMICA, TURISMO, IMPORTANCIA, RENDA, EMPREGO.
  • APOIO, INCENTIVO, TURISMO, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO NORTE, REGIÃO CENTRO OESTE.

O SR. MOREIRA MENDES (PFL - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de mais nada, nesta tarde, desejo fazer uma referência justa e merecida, embora com relativo atraso, aos 75 anos da fundação da Viação Aérea Riograndense - Varig, ocorrido no dia 07 do mês de maior.

Quem se detém a apreciar a história dessa grande empresa, percebe que é a história dos grandes, dos que sabem fazer acontecer. História de luta, de conquistas, de eficiência, de absoluta determinação, iniciada nos idos de 1927.

A Varig é uma empresa que enche de orgulho a todos nós e, nesses seus 75 anos, traz a cada brasileiro um pouco de emoção ao reviver o seu passado, viver seu presente e sonhar com seu futuro. A Varig tem levado o nome deste País cada vez mais alto ao marcar presença em 18 países, 4 continentes, além de 36 cidades do Brasil. Realiza cerca de 435 decolagens diárias e transporta 11,4 milhões de passageiros anualmente. E fiel aos ideais pioneiros e revolucionários, criaram moderna e avançada entidade provedora de benefícios e serviços a seus funcionários, valorizando e respeitando os que fizeram e fazem a empresa acontecer. Parabenizo, pelos 75 anos da empresa, a equipe de funcionários, direção e a Fundação Ruben Berta, todos responsáveis pelo grande sucesso da empresa.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Varig tem tido participação fundamental no turismo interno e externo, contribuindo de maneira efetiva com a indústria do turismo, ainda com enorme espaço para crescer neste País, mas que, de uma forma ou de outra, tem sua responsabilidade na distribuição de renda, como podemos ver agora num trecho de artigo publicado na Folha de S.Paulo, no último dia 6 de maio, com a seguinte redação:

O turista brasileiro está conseguindo fazer, a passeio, durante as férias de verão, o que os programas sociais perseguem há décadas com muito trabalho: transferir renda de regiões mais ricas para cidades e Estados com menor nível de desenvolvimento econômico.

Essa matéria traz dados de muito interesse sobre as transferências de renda decorrentes do turismo, particularmente entre as regiões de nosso País. Os dados foram obtidos em pesquisa realizada em 2001 pela Fipe/Usp - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo e encomendada pela Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo. De acordo com o coordenador da pesquisa, o economista Wilson Rabahy, “Sempre se falou que o turismo gera distribuição de renda, mas só agora os dados permitem comprovar que isso realmente está acontecendo”.

Uma característica essencial da indústria do turismo é, de fato, o efeito multiplicador da sua geração de renda. Além dos gastos de hospedagem e transportes, os turistas consomem outros serviços e bens disponíveis na localidade visitada. Parte dessa renda vai dirigir-se a outros setores, passando a aquecer a economia local.

O principal ganho social, propiciado pelo turismo, a ser destacado já ocorre na própria geração de empregos, fator da maior importância para o nosso País, especialmente para as várias localidades brasileiras de maior apelo turístico, muitas vezes carentes de outras opções de trabalho. Fixar homens e mulheres em seus locais de origem, por meio de empregos com renda média superior à nacional, espalhando os efeitos positivos dessas atividades pela economia local e regional, dinamizando-a, não é pequeno mérito, Srª Presidente.

É comum depararmos com a constatação de que o turismo constitui uma das atividades econômicas de maior importância no que se refere à geração de renda e de emprego em todo o mundo, apresentando um crescimento contínuo nas últimas décadas. Isso posto, é inevitável lembrar o quanto falta fazer no Brasil para melhor aproveitar o nosso imenso potencial turístico, que compreende um fantástico manancial de recursos naturais, além dos atrativos culturais e históricos, que, tantas vezes, desta tribuna, tive a oportunidade de cantar e decantar. Investimentos em infra-estrutura, na qualificação de mão-de-obra e na profissionalização das empresas, aliados a uma maior e melhor divulgação de nossas atrações têm retorno garantido no aumento do fluxo interno, bem como na atração de turistas estrangeiros.

Se o dinheiro trazido pelos visitantes de outros países tem efeitos extremamente positivos para a população dos locais visitados, além de influir favoravelmente nos resultados macroeconômicos do País, foi nas transferências decorrentes do turismo interno que se concentrou a pesquisa a que me referi.

Constata o estudo da Fipe/USP que, no ano de 2001, para cada real que o viajante nordestino gastou no Sudeste, outros R$2,24 entraram no Nordeste pelas mãos de turistas oriundos dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Os gastos desses turistas no Nordeste somaram, em 2001, cerca de R$2,7 bilhões, o que corresponde a 35% do PIB turístico da região.

O aumento do afluxo de turistas para o Nordeste está relacionado não apenas a certos fatores conjunturais, como o aumento do dólar, que desestimulou as viagens para o exterior, mas é também resultado de uma política de investimentos públicos e privados direcionada principalmente para o encantador litoral nordestino da Senadora Maria do Carmo Alves, que no momento preside os trabalhos desta Casa.

            Mas não desconsideremos a ponderação do coordenador da pesquisa de que “o turista é um curioso, sempre em busca do novo”. Dessa forma, quem visitou o Nordeste pode optar por conhecer outras regiões nas próximas viagens. Portanto, declara Wilson Rabahy “os investidores deveriam estar mais atentos ao Norte e ao Centro-Oeste.”

Concluo, Srª. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, exaltando e incentivando a prática do turismo em nosso País, que acarreta efeitos tão positivos de geração e distribuição de renda, que podem ser multiplicados se soubermos explorar, com competência empresarial, apoio do setor público e respeito ao meio ambiente, nossas fantásticas riquezas naturais.

Muito obrigado, Srª. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/2002 - Página 8263