O SR. GERALDO MELO (Bloco/PSDB - RN. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero dizer que estou muito comovido, porque é a primeira vez que mereço um discurso especial no Senado Federal dirigido à minha pessoa.

Em segundo lugar, eu gostaria de dizer ao Senador José Agripino que em momento algum fui à tribuna pensando em problema estadual. O Rio Grande do Norte não foi objeto nem tema do meu discurso. Fui à tribuna comunicar medidas que o Governo Federal acaba de tomar, anunciadas pelo Ministro da Fazenda e do Planejamento, e fazer um apelo a V. Exª, como Líder do PFL, para que conduza a sua Bancada, com a habilidade e a competência que lhes são características, no sentido de evitar novos retardamentos na CPMF.

            Foi tudo o que foi dito. O restante foi resposta a uma provocação que V. Exª mesmo fez, quando veio dizer-me que o PFL saberia cumprir o seu dever, coisa que todos nós sabemos e que eu acabara de dizer. Do mesmo modo que disse ao Senador Francelino Pereira que não tinha a intenção de chegar a uma conclusão que fosse a de dizer ao PFL o que deveria fazer, e V. Exª imaginou que fosse essa a minha intenção.

Na realidade, eu pretendia, em português claro - não falei esperanto, latim, chinês ou japonês -, dizer que foram tomadas medidas e que estas já estavam consumadas e iriam compensar a CPMF. Cabe a nós, como Senadores, já que o assunto está sendo discutido no Senado, encontrar formas de, antecipando a tramitação da CPMF, reduzir o tamanho da contenção que o Governo está sendo obrigado a fazer.

Alegra-me o conhecimento que V. Exª me dá de que vai, na reunião da sua Bancada, tratar de produzir um resultado que seja voltado para o interesse do País, porque, afinal, nada mais do que isto está sendo pedido. É somente isso. Tenho absoluta certeza de que esse é o primeiro resultado do discurso que V. Exª disse ter tido efeito contraproducente

Fui informado de que estão a caminho, dentro do PFL, responsavelmente, análises e apreciações que tendem a conduzir a que, respeitada a consciência jurídica do Senador Bernardo Cabral - S. Exª tem todo o direito a isso, e não seria agora diferente a sua conduta nem a sua posição -, respeitada a sua liberdade, como Senador, como intelectual, como jurista, profira o parecer que julgar que deve, respeitados os direitos de todos de nós nos debruçarmos responsavelmente sobre isto.

Ao concluir as minhas palavras, quero aproveitar a ocasião para reiterar que o PFL teve uma relação com este Governo, com o meu Partido, ao longo de sete anos que me obriga, ainda que eu não quisesse - e eu quero, faço isso espontaneamente - a reconhecer que o PFL deu uma enorme contribuição para tornar possíveis muitos dos avanços que foram conseguidos nesses sete anos. Isso não significa que o PFL não possa, agora, continuar em relação à CPMF na mesma postura que teve até o momento em outras oportunidades. E tenho certeza que com um Relator da envergadura do Senador Bernardo Cabral e um Líder como V. Exª o PFL encontrará a melhor forma de resolver este problema.

O que fiz foi um apelo. O apelo parece ter ofendido V. Exª, mas foi um apelo; e tão convencido eu estava de que deveria fazê-lo que encerro as minhas palavras renovando o apelo que fiz.