Discurso durante a 90ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Agradecimentos ao Senador Arlindo Porto pelo pronunciamento de homenagem de pesar pelo falecimento de seu irmão, o advogado Álvaro Álvares da Silva Campos.

Autor
Lauro Campos (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Lauro Álvares da Silva Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Agradecimentos ao Senador Arlindo Porto pelo pronunciamento de homenagem de pesar pelo falecimento de seu irmão, o advogado Álvaro Álvares da Silva Campos.
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/2002 - Página 12403
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, ARLINDO PORTO, SENADOR, PRONUNCIAMENTO, HOMENAGEM POSTUMA, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ALVARO ALVARES DA SILVA CAMPOS, ADVOGADO, IRMÃO, ORADOR.

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O SR. LAURO CAMPOS (PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estas são palavras que eu jamais gostaria de proferir. O Senador Arlindo Porto, com a delicadeza e a atenção que lhe são peculiares, pronunciou algumas palavras, num rápido necrológio a meu irmão, que nos deixou há alguns dias.

Em nome da família, dos irmãos, de meu pai, tios de Álvaro Álvares da Silva Campos, e de nossa irmã, gostaria de agradecer o panegírico feito pelo Senador Arlindo Porto. A nossa família mais estrita é bastante limitada.

Quando no ginásio, nosso professor de português, ao ler a chamada - ele era o primeiro da lista -, o saudava por ter ele um verso, um decassílabo em seu nome: Álvaro Álvares da Silva Campos. O professor lembrava a harmonia do nome Álvaro Álvares da Silva Campos todos os dias.

Ele foi um ser precoce. Além de quatro anos mais velho do que eu, ele era muito precoce. Ele era mais irrequieto do que eu e se relacionava com mais facilidade, fazendo até lembrar um de nossos parentes, de nossos primos, a quem Carlos Drummond de Andrade se referiu, também em um necrológio, dizendo que para o Alberto Campos não existia a contabilidade. Entre ele e seus amigos, Alberto Campos vivia sempre aberto para auxiliar, para ajudar e para amparar os amigos inúmeros e os parentes carentes.

O Álvaro também tinha esse parentesco com o Alberto. Ele era um ser sempre aberto a auxiliar quem quer que fosse, quem quer que dele precisasse. Assim ele exerceu, com essa amplidão de espírito, a advocacia. Foi Consultor Jurídico do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde por muitos anos, nomeado ainda pelo saudoso e inesquecível Prof. Clóvis Salgado.

Assim, nossa família mais próxima, meu pai, minha mãe e nós três irmãos fomos imantados, aproximados, amalgamados por aquele calor que meu pai e minha mãe projetavam. Dentro desse ambiente, moldamos o nosso espírito.

Não havia antes feito referência alguma ao passamento do meu irmão. Penso que morrer é tão natural e tão simples como beber na cuia da mão a água que desce pelo morro. Não há nada mais natural que a morte. Por outro lado, a separação, para aqueles que ficam, deixa um hiato, um vácuo impreenchível.

Desse modo, ele, que sempre me ajudou, que sempre se preocupou com a minha carreira, sempre se preocupou com a minha vida de um modo geral, preencheu a lacuna deixada pelo nosso pai. Quero, neste momento, também dar um abraço na minha irmã, tão ligada a ele, tão compreensiva de nós e do mundo, e dizer que estou aqui lembrando e curtindo a saudade, que sei que nunca deixou de acompanhá-la, desde o passamento, desses seres que nos eram próximos: meu pai, minha mãe e meu irmão mais velho. Ficamos apenas nós dois para chorar o impreenchível, para chorar e relembrar momentos inesquecíveis.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/2002 - Página 12403