Discurso durante a 89ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre a atuação da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-China no Estado do Maranhão.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Comentários sobre a atuação da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-China no Estado do Maranhão.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/2002 - Página 12239
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, EMPRESA, REPRESENTAÇÃO COMERCIAL, ESTADO DO MARANHÃO (MA), OBJETIVO, AMPLIAÇÃO, RELACIONAMENTO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, AUMENTO, EXPORTAÇÃO, ABERTURA, POSSIBILIDADE, EMPRESARIO, REGIÃO, CRIAÇÃO, EMPREGO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um carregamento de castanha de caju de 1.500 toneladas, produzidas na região maranhense de Barreirinhas e tendo como destino a Índia, é a primeira ação prática da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China no Maranhão (CCIBC/MA).

Tal empreendimento, naturalmente ainda modesto, abre perspectivas econômicas de grande envergadura para o Maranhão, além de criar condições para a geração de novos empregos no Estado. Esse entendimento comercial resulta da iniciativa da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, demonstrando o quanto pode fazer o capital privado empreendedor.

Como informou o vice-presidente binacional e presidente regional da Câmara Brasil-China, Sr. Clineu Coêlho Filho, o embarque do primeiro carregamento ficou definido para o final do mês passado. Há algumas semanas, os exportadores indianos depositaram duas cartas de crédito no Banco do Brasil - no valor, cada uma, de US$495 mil e US$247,5 mil - para os produtores de

Barreirinhas, antecipando-se ao embarque, no Porto de Itaqui, do produto maranhense em trinta e dois contêineres.

É propósito da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China implementar esforços, a partir deste mês, para que empresários chineses venham investir juntamente com produtores maranhenses, agregando valor aos produtos que hoje estão sendo exportados sem maiores beneficiamentos.

Sobre o Porto de Itaqui, gerenciado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária - EMAP, destaque-se que vem aperfeiçoando seus serviços e realizando parcerias com o setor produtivo. Inovações essas que resultaram em recordes de movimentação, e uma estrutura portuária capaz de atender às exigências dos mercados brasileiro e internacional.

A evolução da estrutura portuária de São Luís amplia-se dia a dia, graças ao investimento do setor privado. Lá já se encontra em operação um guindaste de multipropósito do tipo LHM 250, com capacidade para 64 toneladas e lança máxima de 38m. Com essa máquina, a produtividade multiplica-se, tornando mais eficiente e economicamente atrativa a utilização do Porto de Itaqui.

A referida Câmara de Comércio tem o objetivo de impulsionar o relacionamento bilateral entre a China e o Brasil, mas a filial do Maranhão procura expandir as oportunidades de negócios com outros países além da China.

A Câmara, Sr. Presidente, está realizando um trabalho de cadastramento das empresas produtoras no Maranhão, no sentido de identificar as atividades econômicas, produção e qualidade dos produtos do Estado. Esse cadastro será fundamental para a promoção comercial das potencialidades econômicas locais, estimulando o empresariado maranhense a investir na sua produção. Busca-se, pois, a elevação da pauta de exportações do Estado.

No caso da promoção comercial com a China, este país já apresentou interesse em importar do Maranhão sementes de girassol, pescado e café, além de frutas. Com relação às sementes de girassol, a filial no Maranhão da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China está levantando com os empresários chineses o quantitativo que desejam adquirir do produto e a que preço.

Os chineses têm também interesse em negociar a produção de grãos do sul do Maranhão, região de soja.

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China no Maranhão (CCIBC) tem desenvolvido muitas atividades que merecem o nosso apoio. A entidade pretende levar uma caravana de empresários locais para Shanghai, neste mês, onde será realizada uma grande feira internacional, abrindo as portas do potencial mercado chinês para o Estado, bem como a possibilidade de formação de novas parcerias econômicas.

Enfim, procura-se criar no empresariado chinês interesse nas oportunidades comerciais e de investimentos que o mercado maranhense pode oferecer. Como também para mostrar aos empresários do Estado a pujança econômica da China e as oportunidades que se abriram em função de sua entrada na Organização Mundial do Comércio.

Na verdade, há um grande esforço para que o empresariado maranhense consiga ocupar o espaço comercial representado pela China.

Recentemente, aconteceu a feira Brasil-China Trade Fair 2002, em Shanghai, com a participação de 112 empresários de vários Estados brasileiros, além de expositores e, inclusive, do ministro brasileiro do Desenvolvimento e da Indústria e Comércio, Embaixador Sérgio Amaral. Entre as 75 empresas brasileiras que participaram como expositores naquela feira, instalada numa área de 3 mil m², no Pavilhão de Exposições do Shanghai Exhibition Centre, os destaques foram a Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Empresa Brasileira de Compressores (Embraco), Embraer, Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e Banco do Brasil.

O presidente da Abras, José Humberto Pires de Araújo, ressaltou, na oportunidade, a parceria já existente, que está possibilitando o intercâmbio de mercadorias entre os supermercados do Brasil e da China, como café empacotado, castanha de caju, frutas tropicais, camarão, carne, calçados, vestuário, móveis, artefatos e couro. A Brasil-China Trade Fair 2002 consolidou a realização permanente de feiras anuais na China (em anos pares) e no Brasil (em anos ímpares). A próxima feira acontecerá em São Paulo, em 2003.

De outra parte, os produtores maranhenses de frutas, principalmente de banana e abacaxi - que já exportam para o Canadá e Estados Unidos -, estão otimistas com a possibilidade de comercializar parte da produção para a China.

É grande, como se vê, a dimensão econômica do imenso mercado chinês, que começa a ficar mais próximo e ao alcance dos empresários maranhenses.

Saliente-se que a exportação de frutas pelo Porto de Itaqui já pode ser realizada com segurança a partir da implantação de contêineres refrigerados (reefers), com capacidade inicial para 60 tomadas. O Porto de Itaqui entra definitivamente na rota dessas operações, apto, portanto, a movimentar cargas refrigeradas, como frutas, flores, pescado e laticínios.

Uma subestação de 500 KVA foi construída pela Empresa Maranhense de Administração Portuária com capacidade inicial para 60 tomadas de contêineres, podendo dobrar essa quantidade. A instalação da subestação para movimentar cargas refrigeradas é um importante salto para o aumento e a diversificação de cargas no porto da Capital maranhense. Prepara-se o meu Estado, portanto, para atender a novos mercados.

Os grandes pólos frutícolas, situados, entre outros, nos municípios de Caxias, Balsas e Imperatriz, vêem descerrar, graças a Itaqui, muitas esperanças para os seus produtos, hoje escoados via portos vizinhos, principalmente por Fortaleza. A modernização do Porto de Itaqui irá absorver, inclusive, a produção dos mercados do Piauí, Tocantins e Pará. É uma programação, portanto, indutora do desenvolvimento do Estado, beneficiando as grandes, pequenas e médias empresas.

O nosso relacionamento comercial com a China, Sr. Presidente, apresenta-se auspicioso. Em 27 de maio passado, houve a 8ª Roda de Negócios na Confederação Nacional do Comércio, na qual foram apresentadas algumas das oportunidades de negócios da província chinesa de Fujian, especialmente nos segmentos de brinquedos, eletrodomésticos, vestuário e indústria leve.

No dia seguinte, foi a vez da província de Shadong promover o comércio bilateral com o empresariado brasileiro. A missão chinesa teve representantes dos setores de artigos decorativos, de materiais de construção, mecânico e químico, produtos têxteis, medicinais e produtos nutricionais.

É com otimismo que relato nesta Casa essas importantes realizações empresariais que estão sendo implementadas no Maranhão, com o apoio do Governo do Estado. Compõem o esforço de todo o povo maranhense para levar de vencida as crises que atormentam este mundo globalizado, caminhando-se dia a dia para o ambicionado desenvolvimento de um Maranhão de terras férteis e povo generoso e hospitaleiro.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/2002 - Página 12239