A SRª HELOÍSA HELENA (Bloco/PT - AL. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é evidente que vários Parlamentares tiveram a oportunidade de fazer considerações na Casa sobre o aniversário da Embrapa. Nós, do Bloco da Oposição, não poderíamos deixar de também, em nome de todos os Senadores, fazer uma homenagem muito especial a essa instituição que, sem dúvida, é uma das principais responsáveis pela revolução tecnológica da agricultura e pecuária no Brasil.

Às tecnologias de geração de alimentos, que equilibram produção e preservação do meio ambiente no semi-árido do meu querido Nordeste, na Amazônia, no cerrado do Centro-Oeste, no subtropical do Sudeste, ou ainda nos Estados temperados do Sul, estão aliados insumos, tecnologia e trabalho.

Sei também, Sr. Presidente, que muito da alta tecnologia produzida pela Embrapa não tem conseguido chegar aos milhares de pequenos e médios produtores rurais do País, em função da desestruturação das empresas estaduais de assistência técnica e extensão agrícola imposta por um modelo de ajuste fiscal conduzido pelas forças do atraso que dirigem o nosso País.

Sr. Presidente, o nosso pronunciamento é feito de forma muito especial para saudar e exigir respeito aos nossos pesquisadores, técnicos e trabalhadores da Embrapa. Talvez seja demais exigir isso de um Governo incapaz de superar a falsa dicotomia entre o desenvolvimento econômico e o social relacionados ao setor agrícola, de um Governo incapaz de corrigir as distorções ilegais e imorais do saldo devedor dos produtores rurais, de um Governo incapaz de promover a repactuação das dívidas dos produtores rurais das regiões mais pobres do País, do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mesmo assim, aproveitamos este dia para exigir respeito aos 2.045 pesquisadores, aos 6.485 técnicos, a todos os trabalhadores da Embrapa, que, de norte a sul do País, são de fato os autores de benefícios diretos da ordem de quase R$8 bilhões por ano, somente em retorno social, com a sua eficiência e competência. Somem-se a isso bilhões de dólares e milhões de empregos que os rebanhos, as agroindústrias e as culturas geram em tecnologia.

Sr. Presidente, concluo lendo algumas palavras da Drª Glaci Zancan, professora titular de Bioquímica da Universidade Federal do Paraná, atual Presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que demonstrou, muito claramente, o significado do corte de 45% no orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia pelas forças do acaso que comandam, hoje, nosso País. Ao publicar o artigo "A Ciência em risco", afirma:

(...) É preciso olhar para essa área com uma visão ampla e na perspectiva de longo prazo, tendo clareza de que a ciência cresce onde existe ambiente apropriado, resultante da reunião de experientes pesquisadores e jovens criativos com financiamento suficiente para mantê-los trabalhando. (...)

Nunca é demais alertar que em ciência é difícil construir e manter escolas, mas é muito fácil destruí-las quando não lhes são dadas as condições mínimas de sobrevivência e reposição.

É nossa homenagem aos pesquisadores, técnicos e servidores da Embrapa. De forma especial, queremos exigir respeito por parte do Governo Federal para que a eles sejam dadas condições dignas de trabalho e de salário, a fim de que continuem favorecendo essa verdadeira revolução tecnológica na agricultura e na pecuária brasileiras. Tudo isso, graças ao esforço, pela competência e pela capacidade de trabalho desses servidores.

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