Fala da Presidência durante a 98ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

HOMENAGEM A SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL PELO SUCESSO NA COPA DO MUNDO.

Autor
Ramez Tebet (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Ramez Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ESPORTE.:
  • HOMENAGEM A SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL PELO SUCESSO NA COPA DO MUNDO.
Publicação
Publicação no DSF de 02/07/2002 - Página 14595
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ESPORTE.
Indexação
  • HOMENAGEM, CONGRATULAÇÕES, ATLETA PROFISSIONAL, MEMBROS, SELEÇÃO, BRASIL, FUTEBOL, VITORIA, CAMPEONATO MUNDIAL, DEMONSTRAÇÃO, CAPACIDADE, PAIS, INCENTIVO, COMBATE, POBREZA, DESIGUALDADE SOCIAL, VIOLENCIA.

O SR. PRESIDENTE (Ramez Tebet) - Srªs e Srs. Senadores, antes de encerrar a presente sessão, cumpre à Presidência algumas palavras neste momento de grande orgulho nacional. Digo orgulho nacional porque todo o Brasil está vestido de verde e amarelo. Digo mesmo que, se o mundo tivesse ou se o mundo tem cor, hoje, as cores do mundo são o nosso verde, amarelo, azul e branco da bandeira do Brasil.

            Esta globalização é a que nos interessa. É uma globalização na qual vemos o capitão da Seleção Brasileira, Cafu, subindo em um pedestal, levantando a Copa do Mundo e fazendo uma declaração à sua mulher, falando para mais de dois bilhões de seres humanos.

Isso mostra que o Brasil é surpreendente, que vivemos em um País que consegue fazer muito sucesso quando se concentra. E conseguimos conquistar, pela quinta vez, a Copa do Mundo.

É preciso destacar que o futebol hoje não é mais uma atividade qualquer. É uma atividade feita por intuição e por vocação. Trata-se de um empreendimento que sensibiliza todo o planeta e que requer grande planejamento.

O futebol conseguiu demonstrar que temos talento. Não nos cansamos, nem podemos nos cansar de reverenciar os nossos craques, os dois Ronaldos, o Rivaldo, o Marcos e todos os outros craques brasileiros. Temos que homenagear o administrador rigoroso, o administrador obstinado, que soube vencer obstáculos, que soube vencer pressões. Temos que reverenciar e homenagear Luiz Felipe Scolari, que conseguiu vencer máquinas de países de Primeiro Mundo, que nos superam em outros campos de atividade, é verdade.

Vimos também a Confederação Brasileira de Futebol imune a pressões externas e internas sem propósito, prestigiando a equipe de profissionais convocada para representar o Brasil na Coréia e no Japão.

A Seleção Brasileira de Futebol, que vamos receber com festa, em Brasília, amanhã, dá-nos a clara sensação - permitam-me o paralelo - de que o chamado risco Brasil é uma ofensa à nossa capacidade de realização. Especuladores do mercado financeiro conseguem, em alguns momentos, passar para o mundo a sensação de que o Brasil é inviável, mas somente manipulando dados sobre a nossa realidade impõem esta imagem aos outros países.

O que a globalização mostrou para todo o planeta nas últimas horas foi a realidade de uma Nação que pode ser organizada, competente, de vanguarda e confiante; de um País civilizado, que dá exemplo de garra, de tenacidade e de criatividade.

A Copa do Mundo, creio eu, é o incentivo que Deus oferece à população e aos governantes brasileiros para que possamos ampliar a nossa auto-estima, para que possamos erguer as nossas cabeças e dizer para sempre que o Brasil é viável e pode unir forças em busca de um mundo melhor.

Permitam-me ainda registrar algo que passou pela minha mente e entrou fundo no meu coração: foi quando vi que, para muitos, a glória não sobe à cabeça. Naquele instante de glória, com a taça empunhada na mão, percebi que, na camisa do nosso capitão, estava escrito “Jardim Irene”, o bairro humilde de onde saiu o pobre menino, igual a tantos outros da zona rural e da zona urbana de onde saíram os nossos craques, os nossos jogadores, demonstrando que o Brasil supera a si mesmo, que o Brasil sabe se encontrar.

Essa foi uma demonstração muito importante, não somente da força do nosso futebol, mas do nosso civismo. O mundo pôde ver as nossas origens, essa multiplicação de etnias do Brasil que deram e nos dão a certeza de que somos um povo forte e poderoso.

Devemos homenagear sempre esses atletas que, na maioria dos casos, como eu disse, vieram de famílias humildes para a Seleção, o que prova que o povo brasileiro consegue evoluir, aperfeiçoando-se para conviver com culturas sofisticadas, em condições de superioridade física e mental.

O Brasil precisa de mitos que avivem o nosso civismo e o patriotismo, como o fizeram nossos craques. O Brasil também precisa seguir o exemplo desse profissional chamado carinhosamente de Felipão, que acreditou num plano de trabalho e, apesar de submerso por críticas e pressões da imprensa e das ruas, seguiu em frente. Nosso Brasil, com toda a certeza, está-se orgulhando da impressionante humildade dos nossos craques, como Rivaldo, por exemplo, considerado por muitos o craque da Copa e que exprime bem o perfil médio do povo brasileiro.

Lembro também das transmissões da TV Globo, que, com seu time de comentaristas, proporcionou-nos o apoio e o incentivo necessários para atingirmos a vitória que estamos comemorando. A vitória da Seleção Brasileira é uma demonstração da nossa capacidade. O Brasil tem condições de superar as suas dificuldades. O Brasil tem condições de superar a pobreza, a miséria, as desigualdades, a violência. Unido, mobilizado, o Brasil tem condições de ser uma nação justa, uma nação cada vez mais forte e cada vez mais igual - como é o desejo de todos os que trabalhamos no Congresso Nacional e nas mais diversas atividades. E agora que estamos recompensados por essa vitória do Brasil, que ela sirva de estímulo - volto a repetir - para a superação dos nossos problemas e para a melhoria da qualidade de vida do nosso povo e da nossa gente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/07/2002 - Página 14595