Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

HOMENAGEM AOS SENADORES QUE DEIXARÃO A CASA AO FINAL DESTA LEGISLATURA.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM AOS SENADORES QUE DEIXARÃO A CASA AO FINAL DESTA LEGISLATURA.
Publicação
Publicação no DSF de 19/12/2002 - Página 27030
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, SENADOR, CONCLUSÃO, MANDATO PARLAMENTAR, SENADO.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 11 do corrente mês, quando o Senado prestou uma das mais expressivas e justas homenagens aqui já vistas, encontrava-me na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York, em missão oficial como observador parlamentar da Casa. Portanto, não pude participar do preito, embora mantivesse meu pensamento voltado para o que acontecia neste Plenário excelso, lotado de membros do Congresso Nacional que vieram para prestar o merecido tributo a Senadores que estão encerrando mandatos não renovados ou desligando-se do Poder Legislativo para exercer cargos no Executivo. Isso significa que, lamentavelmente, não mais nos poderão brindar com suas presenças diárias na próxima legislatura.

Quero, de pronto, associar-me àquelas manifestações, agora que estou de regresso. Afinal, convivo fraternalmente com esses ilustres parlamentares há oito anos, tempo suficiente para os conhecer e apreciar seus trabalhos. Desejo, por isso, lamentar o fato de que a rotina do Senado Federal irá privar-se da inteligência construtiva, da sabedoria irradiante, da solidariedade frutuosa e do trabalho ético, competente e pertinaz de tão renomados companheiros.

Por motivos óbvios, dois nomes foram escolhidos para simbolizar naquela homenagem tais virtudes que, graças a Deus, se vêm afirmando em nosso meio. Sabemos, porém, que o simbolismo do preito dirigido aos Senadores Bernardo Cabral e José Alencar - este merecidamente eleito Vice-Presidente da República, aquele devido ao incompreensível e injusto fim de mandato - abrange nosso reconhecimento aos outros portentos do Legislativo que também nos deixarão no próximo ano por motivos vários, seja ou não para exercer novos cargos eletivos. São eles:

Ademir Andrade, Antonio Carlos Júnior, Arlindo Porto, Artur da Távola, Bello Parga, Benício Sampaio, Carlos Bezerra, Carlos Patrocínio, Carlos Wilson, Casildo Maldaner, Chico Sartori, Emília Fernandes, Fernando Ribeiro, Francelino Pereira, Freitas Neto, Geraldo Althoff, Geraldo Cândido, Geraldo Melo, Gilvam Borges, Íris Rezende, José Eduardo Dutra, José Fogaça, José Serra, Lauro Campos, Lindberg Cury, Lúcio Alcântara (eleito Governador do Ceará), Lúdio Coelho, Marluce Pinto, Mauro Miranda, Moreira Mendes, Nabor Júnior, Ricardo Santos, Roberto Freire, Roberto Requião (eleito Governador do Paraná), Ronaldo Cunha Lima, Sebastião Rocha, Sérgio Machado, Waldeck Ornelas e Wellington Roberto.

Nada deveria acrescentar ao que foi dito durante aquela homenagem, pois endosso-a plenamente. Todavia, não posso me calar, uma vez que as circunstâncias transformaram-me em testemunha presencial do devotamento de um desses ínclitos parlamentares à causa pública. Dentro e fora do Senado, pude acompanhar a trajetória política do Senador Bernardo Cabral, figura exponencial que se encontra acima de partidos e ideologias. Tive a felicidade de servi-lo como subordinado, na direção da Polícia Federal, ao tempo em que S. Ex.ª era o Ministro da Justiça. Desfrutei sua liderança no PFL, nas comissões permanentes do Senado e em plenário. Dele recebi, graças ao seu invejável intelecto e pendor jurídico, incontáveis lições que me têm sido extremamente úteis há décadas. Tamanha é minha admiração que poderia até me declarar suspeito para dele falar. Admiração, acompanhada de gratidão, que o convívio nesta Casa só fez crescer. Admiração que, não fossem outros motivos, apenas a atuação de S. Ex.ª para produzir a reforma do Poder Judiciário e para defender seu Estado, o Amazonas, já seria suficiente para justificá-la. Lealdade, bom senso, sabedoria, ética, capacidade, dedicação... Tantas são as virtudes do Senador Bernardo Cabral que se tornaria enfadonho enumerá-las, mesmo porque caíram no conhecimento público e geral. Almejo cultivar sua amizade, assim como a dos demais companheiros que deixam o Senado, até o fim de meus dias.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, estamos às vésperas do Natal e do Ano-Novo. Quero aqui consignar meus mais profundos agradecimentos a todos os nobres Pares, assim como aos servidores desta Casa de leis, do mais humilde ao mais categorizado, pela maneira amistosa e franca com a qual sempre me acolheram. Sem a ajuda de todos, isto é, sem os seus préstimos, sem a sua compreensão, sem as suas luzes, jamais poderia superar as dificuldades e desincumbir-me de tantas missões espinhosas.

Devo especial agradecimento a todos os integrantes de minha equipe de gabinete nesta Casa, que com tanto desvelo e paciência acompanharam-me em mais esta jornada. Quero, ainda, enaltecer o apoio recebido da Secretaria da Comissão de Assuntos Sociais, a que tenho a honra de presidir, assim como a dedicação e a competência demonstradas pelos Delegados da Polícia Federal, Doutores Paulo Fernando da Costa Lacerda e Marco Antonio Mendes Cavaleiro. O bom funcionamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Roubo de Cargas, também sob minha presidência, dependeu diretamente do excelente trabalho realizado por essas autoridades.

Faço votos de que 2003 represente menos transtornos para o País, mais benefícios para nossa gente e fortalecimento para o Senado Federal. E que o amor, a solidariedade, o entendimento e a paz prevaleçam em todos os setores pátrios, tornando possível a transição brasileira para uma sociedade mais fraterna, justa e vigorosa, à altura desta Nação gigante.

Feliz Natal! Excelente Ano-Novo!

Muito obrigado.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/12/2002 - Página 27030