Discurso durante a 53ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Agradecimentos ao Dr. Paulo Niemeyer pelo atendimento à sua filha, na emergência de hospital da Amil no Rio de Janeiro. Sugere a criação de uma câmara de gestão para elaboração de um plano de recuperação das rodovias brasileiras. Apelo ao Ministro da Justiça para que autorize a utilização de aviões de pulverização no combate ao mosquito da dengue no Piauí.

Autor
Alberto Silva (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Alberto Tavares Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Agradecimentos ao Dr. Paulo Niemeyer pelo atendimento à sua filha, na emergência de hospital da Amil no Rio de Janeiro. Sugere a criação de uma câmara de gestão para elaboração de um plano de recuperação das rodovias brasileiras. Apelo ao Ministro da Justiça para que autorize a utilização de aviões de pulverização no combate ao mosquito da dengue no Piauí.
Aparteantes
Leomar Quintanilha, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2003 - Página 10684
Assunto
Outros > SAUDE. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, MEDICO, HOSPITAL, MUNICIPIO, RIO DE JANEIRO (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ASSISTENCIA MEDICO-HOSPITALAR, FILHA, ORADOR.
  • COMENTARIO, PRECARIEDADE, RODOVIA, BRASIL, PREJUIZO, EXPORTAÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, PAIS, REGISTRO, NECESSIDADE, URGENCIA, RECUPERAÇÃO, REDE VIARIA.
  • SUGESTÃO, CRIAÇÃO, CAMARA DE GESTÃO, DESTINAÇÃO, ELABORAÇÃO, PLANO, RECUPERAÇÃO, RODOVIA, AGILIZAÇÃO, PROCESSO, LICITAÇÃO, REPARAÇÃO, REDE VIARIA.
  • COMENTARIO, AUMENTO, NUMERO, DOENTE, CONTAMINAÇÃO, AEDES AEGYPTI, REGISTRO, INEFICACIA, PROVIDENCIA, COMBATE, AGENTE TRANSMISSOR, DOENÇA TROPICAL.
  • SOLICITAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), AUTORIZAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO PIAUI (PI), UTILIZAÇÃO, AERONAVE, LANÇAMENTO, VENENO, COMBATE, AEDES AEGYPTI.

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna hoje para tratar de dois assuntos, sendo um deles referente às estradas; mas antes quero fazer uma outra referência.

Aconteceu na minha família um fato doloroso. Minha filha estava no Rio de Janeiro e teve necessidade de uma intervenção de emergência e foi parar justamente no hospital de um desses planos de saúde, que se chama Amil. Fui chamado às pressas para o Rio de Janeiro e quero dar um testemunho, Srªs e Srs. Senadores.

Tenho amigos que reclamam dos planos de saúde, dizendo que não cobrem muitas doenças e que são uma dificuldade enorme. A minha filha tinha um plano da Amil - que eu não conhecia mais de perto -, e agradeço primeiro a Deus por ela ter sido salva, estar bem, recuperando-se, graças à competência, evidentemente inspirada por Deus, de um grande cirurgião deste País, que se chama Paulo Niemeyer Filho. Trata-se do filho do grande cirurgião Paulo Niemeyer, de quem se lembra o Senador Mão Santa, à época em que estudava ou que fazia pós-graduação. O Dr. Paulo Niemeyer Filho, por felicidade e com a ajuda de Deus, estava no Brasil, porque geralmente está fora do País. Agradeço a Deus e ao Dr. Paulo Niemeyer Filho o que fez por minha filha, o que naturalmente faria por qualquer ser humano.

Também agradeço ao Hospital da Amil. Aproveitei a oportunidade e disse ao Gerente-Geral, Dr. Max Lewenthal, que nós, em Brasília, precisaríamos ter mais um hospital. Gostaríamos de ter um hospital como esse, por exemplo, para que quem tivesse esse plano pudesse ter o serviço que lá vi. Quero declarar isso para o Brasil: no hospital, vi um tratamento humano e diferente dos de outros planos, dos quais alguns amigos reclamam, pois alguns planos não podem cobrir isso ou aquilo. Lá, não se pergunta o que o plano cobre ou não; lá, cuida-se da vida das pessoas. Isso é importante.

Agradeço também ao Deputado Léo Simões, um dos diretores, que me prometeu que realmente vão abrir esse hospital em Brasília. Há muitos hospitais e grandes médicos em Brasília, mas, para nós que estamos aqui, é muito importante termos mais um hospital, principalmente um que tenha o nível desse hospital que conheci em Ipanema, no Rio de Janeiro, que é de propriedade da Amil.

Agradeço a Deus e a Amil pelo que fizeram pela minha filha.

Caro Senador Mão Santa, V. Exª foi Prefeito, duas vezes Governador - como eu - e, agora, Senador, vamos tratar do assunto levantado por V. Exª em muito boa hora. V. Exª lembrou o estado das estradas brasileiras, principalmente as do Piauí e disse tudo o que tinha a dizer. E até tive oportunidade de receber o aparte de V. Exª, e cheguei a dizer que estamos organizando plano para consertar essas estradas.

Senador Mão Santa, não se conserta uma estrada com pequenos planos. Tenho documento completo, estudei o assunto a fundo. O Brasil tem quase 30 mil quilômetros de estradas praticamente destruídas, em todos os Estados. Tenho o nome de cada uma, o número, a quantidade de quilômetros destruídos, o que está bom, o que está péssimo, o que está regular. Está tudo lá. Devemos reparar essas estradas em tempo útil, para livrar o País do aumento do custo Brasil de mais ou menos 20%.

Vejam o valor que isso representa, a quantidade de riqueza, o volume de dinheiro que circula nas estradas brasileiras, todo tipo de carga, desde os milhões de toneladas de grãos para exportação até mercadorias de consumo da população brasileira! Imaginem se o valor de toda essa mercadoria for elevado em 20% devido ao estado precário das estradas?

Vamos acabar com as operações tapa-buracos. Juscelino fez as estradas de uma vez e, já que se optou pelo sistema rodoviário, a nossa obrigação é mantê-las. V. Exª fez um ótimo questionamento: como um Estado que tem dificuldade em pagar a sua folha manterá as estradas federais na sua região? Por exemplo, como o Estado do Piauí fará isso?

Sr. Presidente, vamos reunir a Bancada do PMDB e propor ao Presidente da República a criação de uma câmara de gestão. Não se consertam 30 mil quilômetros de estrada sem projetos. No Brasil, uma licitação demora aproximadamente três anos para ser concluída, em virtude do andamento do processo. São necessários dois ou três meses para se obter autorização, permitindo a licitação do projeto de uma estrada a ser consertada - não se trata de estrada nova.

Tive acesso a um sistema existente na USP, em São Paulo. A universidade possui um veículo que, ao andar nas estradas, é capaz de filmar o pavimento e determinar o estado em que se encontra, e, por meio de cálculos nos computadores, sabe-se como está a base.

Nesse caso, se posicionarmos dez desses carros nas estradas brasileiras, em um mês teremos fotografias e dados de todas as estradas, principalmente das federais, às quais nos referimos agora. Com esses dados, as empresas de projeto deste País terão elementos para planejar os 30 mil quilômetros, num prazo máximo de 90 ou 120 dias.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Alberto Silva, concede-me V. Exª um aparte?

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Ouço V. Exª com prazer, Senador Mão Santa.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Alberto Silva, aonde vamos, levamos nossa formação profissional. V. Exª sempre diz que é engenheiro político. Por analogia, digo que sou médico político. A biologia, os seres e também as estradas têm uma vida média. Lembro-me de que a estrada mais importante foi feita no primeiro Governo de V. Exª, no período da revolução. Naquela época, Deus colocou-nos em times diversos: V. Exª foi indicado Governador pelo Governo Federal, e o PMDB lançou um candidato lá em Parnaíba. Deus ajudou que nós vencemos, mas, se demorasse dois meses, teríamos perdido a eleição, porque eu ia para Teresina, mas o povo não. Enquanto isso, o preto, aceleradamente, se aproximava de Parnaíba. E eu, numa dessas viagens, disser: oh, se demorar, esse danado do Alberto Silva chega com o asfalto lá, e o povo vê - porque o povo não estava vendo porque, naquela época, não havia televisão; e eu ia. Mas isso foi antes de 1972, no começo. Eu defendia a bandeira de outro candidato, ia de carro para a capital e via o asfalto ser colocado aceleradamente e bem feito. Senador Alberto Silva, essa obra foi feita há 30 anos.

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Envelheceu.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Ouço dizer que a média de vida física é de 15 anos, mas vejo a obra de V. Exª ainda lá, já com 30 anos, portanto, como sobrevida. Aqui fazemos um apelo ao Presidente da República, para que Sua Excelência ajude o Governador do Piauí, que é do PT e está lutando bravamente, na reconstrução das estradas do Estado. Por enquanto, só há conversa, e, com o Projeto Fome Zero, pode ser que Sua Excelência tire um zero na administração. Deve haver investimentos, que deverão ser usados, a exemplo de V. Exª, em obras consistentes - são 32 anos de estrada.

            O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Agradeço a V. Exª o aparte.

Sr. Presidente, eu gostaria de completar meu pronunciamento no sentido de ajudar realmente o Governo do Presidente Lula a tomar uma atitude séria e imediata, de maneira racional, inteligente e competente, para resolver o problema das estradas. Digo e repito, o processo convencional em que são destinadas pequenas verbas, conseguidas a duras penas, quando da elaboração do Orçamento, para recuperar trechos de estrada não resolve. Vou repetir: 1,8 milhão de carretas rodam nas estradas brasileiras, sendo 80% nas estradas federais, principalmente naquelas que levam as riquezas para os portos. E ontem, no Rio de Janeiro, no encontro de vários diretores dessas empresas, eles disseram que vão parar porque o patrimônio está acabando. Uma carreta custa R$150 mil, quase R$200 mil. Como eles poderão agüentar se em cada buraco arrebenta um pneu ou quebra uma ponta de eixo? Como eles vão se sustentar?

Esse patrimônio dos empresários é riqueza nossa. São um milhão e oitocentas mil carretas, que é um patrimônio inestimável que faz circular a riqueza brasileira. Além disso, sabem qual valor se atribui à malha rodoviária federal brasileira? São US$150 bilhões. E é isso que está acabando.

Vamos ajudar o Presidente, mas seguramente com um plano, com um projeto. E quero me colocar à disposição, não porque queira estar na mídia, ou na frente, mas porque estudei a fundo este assunto. Tenho os documentos em mãos e penso que o caminho lógico é esse. Quando o Brasil se viu às voltas com o perigo do apagão, o que se resolveu? Criar uma Câmara de Gestão, para o que se chamou o Sr. Pedro Parente; mas o comandante era o Presidente da República.

Então, vamos criar uma câmara de gestão, decretar estado de calamidade pública nas estradas. Calculei em dezoito meses. E o valor será determinado, Senador Mão Santa, depois de se fazer um estudo bem feito, considerando esses equipamentos moderníssimos que determinam o estado do pavimento e da base das estradas e, aí sim, poderemos fazer os projetos. Não se pode fazer uma ou consertar uma estrada sem projeto, porque não se sabe onde se vai atuar. Tapar buraco, pelo amor de Deus, nunca mais! Isso é atraso e falta de responsabilidade. Tapar buraco não é mais possível.

O Sr. Leomar Quintanilha (PFL - TO) - Senador Alberto Silva, V. Exª me concede um aparte?

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Pois não. Com todo o prazer, Senador Leomar Quintanilha.

O Sr. Leomar Quintanilha (PFL - TO) - Senador Alberto Silva, ressalto que tapar buraco nunca mais. Como nós, do Estado de Tocantins, gostaríamos de não necessitar mais da operação tapa-buraco. Estamos nos conformando com isso, pois não é possível convivermos mais com a rodovia da forma como está. O que desejamos, com certeza, é a reestruturação ou a reconstrução da estrada. Mas temos que desenvolver mecanismos para isso, porque se não há dinheiro para fazer o tapa-buraco, como haverá dinheiro para reconstruir? Segundo os cálculos de V. Exª, o volume de recursos é muito grande. O Clóvis Rossi está dizendo que há dinheiro. Talvez não para a reconstrução, mas para o tapa-buraco. Se o Ministro Anderson Adauto ouvisse esse apelo, até o desenvolvimento dos projetos para restaurar as estradas brasileiras, Senador Alberto Silva, para que se fizesse a operação tapa-buraco.

O SR. ALBERTO SILVA (PMDB - PI) - Senador Leomar Quintanilha, agradeço o aparte de V. Exª. Os quilômetros destruídos no seu Estado estão incluídos no meu trabalho.

V. Exª perguntou sobre o dinheiro. O jornalista Clóvis Rossi diz que tem muito dinheiro para tapar buracos. Segundo a minha proposta, a câmara de gestão é constituída pelo Ministro dos Transportes como na época do apagão. O Presidente da República é o comandante, e as medidas têm que vir como em época de calamidade, porque o Brasil não pode esperar mais.

V. Exª bem perguntou: Como a riqueza pode circular? Como se exporta soja do Mato Grosso para qualquer porto brasileiro? Pela Cuiabá-Santarém ou pela estrada a que V. Exª acabou de se referir, como as nossas do Piauí? Elas estão destruídas e destruindo a frota brasileira - um patrimônio inestimável!

De onde vem o dinheiro? A minha proposta: R$0,06 por litro de óleo diesel. O volume de óleo diesel que se consome em um milhão e oitocentas mil carretas é um número que vai a potência dez. É um número muito alto de litros, e a Petrobrás importa óleo diesel. Ora, se colocarmos R$0,06 em um litro de óleo, teremos perto de R$4 bilhões. Se aplicarmos essa quantia da maneira como suponho: a câmara de gestão faz os estudos, determina os projetos, convoca as empresas. Não chamo empresa de empreiteiro. Empreiteiro é consertador de muro.

O Brasil tem uma engenharia de dar inveja a todos os países. Quem tem uma engenharia que constrói uma Itaipu, que constrói no exterior, deve se orgulhar dela. E essa engenharia está parada, as máquinas enferrujando.

Basta chamar cem dessas empresas, fazer um acordo, determinar um preço justo, e agir como agi em determinado momento no Ceará. Uma espécie de licitação ou leilão público é um programa de adesão. Estipula-se um preço, as empresas capacitadas são cadastradas e aderem ao preço. Não existe disputa - se ganhou o primeiro ou o segundo, três, quatro meses, vai ao Poder Judiciário, e não caminha. O caso é de calamidade. Se não tomarmos as providências necessárias, se a frota parar, o Brasil pára. E, se o Brasil parar, o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não cumprirá nenhuma das propostas, as mais justas e necessárias para o País, como as reformas.

Senador Leomar Quintanilha, V. Exª citou seu Estado, mas o Brasil se encontra na mesma situação. Se pararem, como ficaremos? Por essa razão, penso que é necessário nos juntarmos para ajudar o Presidente. Mas desta forma, com uma verba para cá, outra para lá, não consertaremos trinta mil quilômetros, pois não há projeto nem tempo útil e hábil. Se o trabalho não for realizado, as carretas se quebrarão e o País vai parar. Na ordem das coisas, essa é a medida mais importante. As reformas são importantes, mas o fundamental no Brasil hoje é que consertemos as estradas brasileiras imediatamente, principalmente as que vão para os portos de exportação. São seis meses para estas e mais dez meses. Em dezesseis meses colocam-se todas novas, sérias, bem-feitas, da maneira como eu penso que devem ser.

Senador Mão Santa, V. Exª é médico. Vim do meu Estado apavorado. No meu edifício, o mosquito do dengue agora aprendeu a subir elevador. Todos os edifícios que cercam o meu têm dengue. É uma vergonha, Senador! Vejo falar na televisão que todos devem cooperar furando pneus, virando latas de cabeça para baixo, não deixando água parada etc. O mosquito não está dando a menor importância a essas medidas. Ele entra nas casas; ele é hóspede. Eu não sou médico, sou engenheiro, mas estou raciocinando pela lógica. O mosquito saiu do mato e entrou nas casas, nos quintais, e fica escondido. Não sei onde apanhei dengue, e os edifícios em volta cheios de dengue. Disseram que há um carro com um fumacê, que joga uma fumaça. O carro vai pelo meio da rua, e as casas estão com a janela fechada. Esse gás vai achar o mosquito? O mosquito está achando graça.

Lembro-me que quando Iris Rezende era Ministro da Agricultura, eu era Senador, uma praga de gafanhoto avançava numa determinada região, e o Iris disse: “Vai acabar com a lavoura do nosso Estado todinho em minutos, em horas”. Então ele mobilizou todos aqueles aviões agrícolas que jogam fumaça, mais helicópteros e combateram a praga de gafanhotos no ar. Dirigindo-me ao Iris, eu disse: “Iris, e se pegássemos essa fumaça que mata o mosquito da dengue, colocássemos naqueles aviões agrícolas e passássemos por cima das cidades, nos quintais, não nas ruas, nos quintais das casas”? Senador Mão Santa, o gás é mais pesado do que o ar, ele desce e atinge as folhas das árvores, os quintais das casas, entra pelas portas abertas e vai buscar esse mosquitinho da dengue onde ele estiver, debaixo da geladeira, das camas. Porque ele agora é hóspede das casas; ele está picando as pessoas dentro de casa, não na rua. E o fumaçê está parado. Teresina, que é a nossa capital, está cheia de dengue; por todos os lugares há dengue. Estou apavorado porque não tem vacina. Imagine uma pessoa com a minha idade com dengue: está morto.

Proponho que o Sr. Ministro da Justiça pense nessa proposta. Eu gostaria que o Piauí fosse o exemplo. Fiz um cálculo. Sabe quantos hectares tem a cidade de Teresina, incluindo Timon pelo meio? Tem 20 mil hectares de área, de casas, onde a dengue está; os mosquitos estão lá. Garanto-lhe que, com um avião daqueles de agricultura, com o gás que mata o mosquito da dengue... No tempo do Oswaldo Cruz não havia isso. Era o mata-mosquito que borrifava o remédio dentro das casas e matava o mosquito. Chamávamos mata-mosquito. Matava o mosquito. Não se recomendava que se derramasse a água fora, recomendava-se que se matasse o mosquito mesmo. Porém a cidade era bem menor. Hoje a extensão e a pobreza impedem a população de enfrentar uma guerra dessa. Compete ao Governo fazê-la.

Faço uma proposta: que se autorize no Piauí (vamos transformar o Piauí em um exemplo), o Iris Rezende disse que aqui em Goiás há pelo menos 10 aviões parados, bastava-nos apenas 2. Ponha-se o gás que mata o mosquito da dengue em um avião desses e cobre-se a cidade de Teresina em um dia. Aposto que não ficaria um mosquito vivo. O gás é esparramado em várias direções, não só na rua como com o carro. Poderíamos fazer isso em caráter experimental. Gostaria que o Sr. Ministro autorizasse o Senador Mão Santa, o Senador Alberto Silva a conseguir os aviões; e ele, o gás. Assim, faríamos uma experiência em Timon e em Teresina. Aposto que o dengue desapareceria de lá. Dando certo, iríamos a Piripiri, que está cheio de dengue. O Piauí está cheio de mosquito da dengue, Senador Mão Santa, e V. Exª está sabendo disso. Faço um apelo aqui: Sr. Ministro da Justiça, permita ao Piauí fazer uma experiência desta, com aviões de agricultura e o gás que mata o mosquito da dengue. Aposto que, na minha capital, em uma semana, não fica nenhum mosquito vivo para transmitir essa famigerada dengue que não tem remédio, nem tem vacina.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2003 - Página 10684