Discurso durante a 69ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre as realizações das instituições de ensino superior e dos centros de investigações e estudos científicos da Amazônia.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.:
  • Considerações sobre as realizações das instituições de ensino superior e dos centros de investigações e estudos científicos da Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 04/06/2003 - Página 14219
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, ATUAÇÃO, ESTABELECIMENTO, ENSINO SUPERIOR, CENTRO DE PESQUISA, REGIÃO AMAZONICA, DESCOBERTA, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, IMPORTANCIA, DIVULGAÇÃO, IMPRENSA, TELEVISÃO.
  • ELOGIO, PROJETO, PESQUISA, FUNDAÇÃO, DESCOBERTA, ERRADICAÇÃO, CONTAMINAÇÃO, FUNGO, CASTANHA DO BRASIL, ORIENTAÇÃO, PRODUTOR, COLETA, SECAGEM, ARMAZENAGEM, BENEFICIO, COMERCIALIZAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, área estratégica por excelência do Brasil, a Amazônia a todo instante surpreende os brasileiros com o que ali vem realizando sua gente, nas instituições de ensino superior e nos centros de investigação e estudos científicos. São, principalmente, estudos minudentes e sistemáticos, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a diferentes campos do conhecimento, mas sempre voltados para a realidade econômica ou social da região.

Registro, ademais, o empenho dos órgãos locais de comunicação, que se engajam nesses estudos, para o acompanhamento e divulgação dos resultados das principais pesquisas.

Em A Crítica, edição de 1º de junho, leio uma dessas reportagens, assinada pela repórter Márcia Guimarães e alusiva a um projeto de pesquisa e extensão desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas. Essa pesquisa, como informa o jornal, conseguiu reduzir a zero o índice de contaminação, por aflatoxina, da castanha-da-Amazônia.

Os estudos concentraram-se em 12 comunidades do município de Manicoré. E, para dar uma idéia da importância desse resultado, vale lembrar que a aflatoxina é produzida por fungo e provoca câncer. Por isso, a castanha-da-Amazônia não vinha sendo aceita pelo mercado internacional e, em parte, também pelo mercado interno.

As equipes da Universidade Federal do Amazonas atuaram junto às comunidades de Manicoré desde o ano 2000, envolvendo produtores do Castanhal Democrata e no do Lago do Capanã Grande. Os agentes pesquisadores passaram a orientar os produtores para que fossem adotados métodos diferenciados de coleta, secagem e armazenamento. Esse manejo tornou a castanha-da-Amazônia isenta daquela toxina, como atesta na reportagem o Secretário de Agricultura de Manicoré, Agmar Vasconcelos Simões, mestrando em Ciências Agrárias na área de Concentração em Sistemas Agroflorestais da UFAM.

Segundo a reportagem da jornalista Márcia Guimarães, numa primeira análise realizada pelos pesquisadores, das dez amostras coletadas em um castanhal, nenhum fruto apresentava contaminação pelo fungo. Em março último, nova análise foi realizada e todas as 22 amostras coletadas se apresentavam isentas de contaminação.

Com a solução do problema, a comercialização da castanha ganhou impulso em Manicoré. No ano passado, o preço girava em torno de R$30,00 o hectolitro e, já neste ano, com o resultado ensejado pela pesquisa, os preços subiram para R$65,00.

Ao registrar esse auspicioso fato, vem-me à lembrança uma nova série de mini-reportagens inaugurada há pouco pelo Jornal Nacional, denominada O Brasil Bonito. É exatamente isso o que ocorre em plena selva amazônica, com gente que se dedica aos estudos, na busca de soluções para problemas locais.

Muito mais poderia ser evocado aqui. E a cada registro que se faça de fatos positivos como esse, maior será nossa contribuição para fortalecer a economia da Amazônia, onde a potencialidade de seus recurso naturais é inigualável.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/06/2003 - Página 14219