Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao pronunciamento do Senador Fernando Bezerra. Solidariedade à marcha contra a reforma da Previdência. (como Lider)

Autor
José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES. REFORMA TRIBUTARIA. PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Apoio ao pronunciamento do Senador Fernando Bezerra. Solidariedade à marcha contra a reforma da Previdência. (como Lider)
Publicação
Publicação no DSF de 12/06/2003 - Página 15029
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES. REFORMA TRIBUTARIA. PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, DISCURSO, FERNANDO BEZERRA, SENADOR, REIVINDICAÇÃO, RECUPERAÇÃO, PORTO, ESCOAMENTO, SAL, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), COBRANÇA, IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS), ESTADOS, ORIGEM, PRODUÇÃO, PETROLEO.
  • SOLIDARIEDADE, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, OCORRENCIA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), REIVINDICAÇÃO, TRABALHADOR, FUNCIONARIO PUBLICO, CUMPRIMENTO, COMPROMISSO, CAMPANHA ELEITORAL, GOVERNO FEDERAL, REFERENCIA, POLITICA SALARIAL, POLITICA DE EMPREGO, PREVIDENCIA SOCIAL, REFORMA TRIBUTARIA, REGISTRO, DIVISÃO, POSIÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, endosso em gênero, número e grau o pronunciamento do Senador Fernando Bezerra no que diz respeito ao Porto-Ilha do meu Estado e à questão do ICMS do petróleo, ambas lutas do povo do Rio Grande do Norte, nas quais me incluo e manifesto o trabalho solidário que haveremos de empreender, Garibaldi Alves Filho, Fernando Bezerra e eu.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em nome do meu Partido, desejo manifestar voto de solidariedade à marcha a que assisti - creio que ainda está ocorrendo - de milhares de brasileiros portando bandeiras da CUT, da Contag, da CGT, do MST, bandeiras de diversos movimentos. Falando de caminhões de som onde pude ler “Agora, é Luta”, manifestam-se sobre questões da atualidade.

Tenho certeza de que desta marcha participam brasileiros trabalhadores que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva para Presidente da República na esperança de ver o salário mínimo dobrado no prazo de quatro anos. E esperavam, logo no primeiro ano, ver o primeiro passo para que esse objetivo fosse alcançado, mas viram-se frustrados com o aumento real de apenas 1,85%. 

Tenho certeza de que desta marcha participam milhares de servidores públicos de todos os órgãos a quem se prometiam reajustes justos de salário e a quem se concedeu - aliás, ainda nem foi concedido -, diferentemente do que se prometia, um aumento pífio de 1%. 

Tenho certeza de que desta marcha participam profissionais liberais ou trabalhadores prestadores de serviços, sejam médicos, dentistas, encanadores ou pedreiros, que se viram injustamente taxados na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresas com um aumento de 167%.

Tenho certeza de que desta marcha participam brasileiros e brasileiras que, no passado, eram acompanhados por pessoas que pregavam a ruptura com o FMI e, ao contrário do que propunha e exigia o FMI, prometiam a geração de 10 milhões de empregos.

Tenho certeza de que desta marcha participam brasileiros e brasileiras que estão desencantados, porque as propostas que eram feitas e nas quais eles confiavam e acreditavam e que os levaram a votar no Presidente eleito transformaram-se naquilo que hoje é o objeto de sua marcha e do seu protesto: juros de 26,5% e proposta de reforma previdenciária com taxação de inativos.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em nome do meu Partido, quero me solidarizar com a coerência e referir-me a uma declaração que li do Presidente da CUT - e eram inúmeras as bandeiras da CUT na marcha a que assistimos - de que a marcha ou o movimento não objetivava protestar contra o Governo, mas sim contra as reformas. Mas quem é o autor das reformas? O PFL? O PSDB? O PMDB? Não, é o próprio Governo. As propostas são de autoria do Governo.

É sobre isso que quero falar, porque, há pouco, setores da imprensa me diziam que dez Deputados do Partido dos Trabalhadores, integrantes do Grupo dos 30, a quem se alcunhavam de radicais, compareceram à manifestação para dialogar e haviam sido bem recebidos, com simpatia. No entanto, o Líder do PT tinha sido mal recebido e até teria sido admoestado.

Percebe-se claramente que aqueles que participam da marcha não estão aceitando a incoerência. Dentro do Partido dos Trabalhadores hoje há uma marca evidente entre aqueles que preferem guardar coerência com o seu passado e aqueles que preferem ser fiéis ao que o Governo determina.

Sr. Presidente, com a minha manifestação de solidariedade aos que fazem esta marcha democrática, quero dizer que saúdo a coerência e que o PFL, meu Partido, votará, coerentemente com aquilo que dizia, a reforma da previdência e a reforma tributária.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/06/2003 - Página 15029