Discurso durante a 91ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o artigo publicado no jornal O Globo, edição de 18 de julho último, intitulado "Brant: Foi o primeiro teste e o governo falhou". Preocupação com a possibilidade de estiagem prolongada no Estado de Santa Catarina.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Considerações sobre o artigo publicado no jornal O Globo, edição de 18 de julho último, intitulado "Brant: Foi o primeiro teste e o governo falhou". Preocupação com a possibilidade de estiagem prolongada no Estado de Santa Catarina.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2003 - Página 22539
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, IRREGULARIDADE, CHUVA, PREVISÃO, ATRASO, CULTIVO, DIFICULDADE, SAFRA, REGISTRO, DADOS, METEOROLOGIA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), NECESSIDADE, ATENÇÃO, AGRICULTOR.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), CRITICA, FALTA, UNIDADE, GOVERNO FEDERAL, PROMOÇÃO, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL.

vO SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o clima pode atrapalhar o início do plantio das culturas de verão e até mesmo interferir no desempenho da próxima safra. O quadro de chuvas mal distribuídas e abaixo da média, constatado nos últimos três meses, deve persistir e se acentuar em outubro, segundo previsão feita pelo Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos do Estado (Climerh). O Centro de Pesquisas da Agricultura Familiar (Cepaf) de Chapecó recomenda que os produtores acompanhem as previsões meteorológicas e fiquem atentos à necessidade de retardo ou de reescalonamento do plantio.

Nas principais regiões agrícolas, o plantio do milho e do feijão é realizado entre o final de agosto e os meses de setembro e outubro, podendo se estender um pouco até novembro. É justamente nesse período, conforme as análises do Climerh, que a falta de chuva pode aumentar. Segundo a meteorologista Gilsânia Araújo, as chuvas estão abaixo da média em boa parte das regiões do Estado desde abril.

As frentes frias, vindas do Rio Grande do Sul, têm sido bloqueadas pela massa de ar existente sobre o Estado e desviadas para o oceano. Isso tem contribuído para a má distribuição das chuvas, com acúmulos de precipitação em determinados dias contrastando com a ausência total de chuvas por várias semanas.

Em abril, cidades do extremo-oeste, como Campo Erê, por exemplo, registraram 88 milímetros, quando a média histórica é de 165. Em Chapecó, no mesmo período, a precipitação foi um pouco maior, ficando entre 146,2 contra 155 milímetros de média histórica. Maio foi o mês mais seco para os chapecoenses: 68 milímetros contra 170 de média. Ponte Serrada registrou o mesmo drama em julho: 86 milímetros quando a média histórica é de 162. No mesmo mês, Chapecó registrou 147 milímetros quando a média é de 168. Itapiranga é um dos municípios mais castigados. Chegou a registrar apenas 37 milímetros em maio e voltou a ter precipitações abaixo da média em julho: 105 milímetros para uma média de 150 no mês.

A meteorologista do Climerh lembra que o Estado não estará, durante o período, sob a influência de nenhum fenômeno climático. A ação do El Niño, que tradicionalmente traz chuvas acima da média, terminou ainda no começo do ano. Ainda não se sabe o quanto as chuvas ficarão abaixo da média, mas a situação se complica à medida que a carência dos últimos meses configurou a formação de um déficit hídrico. Também há o problema das temperaturas que começam a se elevar e ajudam na evaporação mais rápida do solo.

A previsão de pouca chuva, conforme o pesquisador do Cepaf, Roger Flesch, exige que o agricultor fique atento e não despedisse sementes. "É importante que o produtor se certifique da ocorrência de chuvas a partir do plantio. Depois de uma chuva de 40 milímetros, podemos ter até dez dias de umidade no solo. É tempo suficiente para a chegada de uma nova frente fria, que sustente a planta", comenta.

O último período de estiagem registrado no Estado, entre o final de 2001 e o início de 2002, derrubou a produtividade de culturas importantes, como o milho. Na safra 2001/2002 a safra foi de 3,1 milhão de toneladas, enquanto no último período de chuvas regulares, a produção chegou a 4,2 milhões de toneladas - 38% a mais, com apenas 3% a mais de área plantada.

Cebola e fumo são os mais atingidos

A estiagem prolongada que persiste no Alto Vale do Itajaí começa a preocupar agora os produtores de cebola e fumo, principais culturas desenvolvidas na região. Os cebolicultores estão num dilema entre continuar fazendo o transplante de mudas ou irrigar as áreas onde a olerícola já se encontra em desenvolvimento.

Os fumicultores por sua vez se preocupam porque já fizeram pelo menos uma poda nas mudas que estão nas bandejas com água. A pecuária também sofre as conseqüências da falta de chuva, com as empresas que fazem o recebimento de leite registrando quebra da ordem de 30% porque o plantio das pastagens de inverno foi feito depois do período normal.

O gerente regional da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Senta Catarina (Epagri), Daniel Schmitt, afirma que o maior problema está na cebolicultura. Os produtores do Vale fizeram o transplante das mudas no início de julho, aproveitando o período de chuvas. Agora no momento que deveria continuar o trabalho estão num difícil dilema. Como os pés estão em desenvolvimento, até porque as condições climáticas favorecem, precisam ser molhados. Mas se não houver irrigação nas outras áreas, é impossível fazer o transplante. "O fato de usar irrigação deverá aumentar o custo de produção pelo gasto com energia elétrica". Schmitt observou que o maior problema é que os pequenos produtores não possuem sistema de irrigação.

O inicio do transplante das mudas de fumo está atrasado nas chamadas regiões baixas da região, onde não existe mais risco de geadas. O engenheiro agrônomo da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Adoniran Livramento, sugere que todos demorem mais alguns dias, na expectativa que chova. "Não adianta fazer o transplante se depois a muda pode morrer". O agrônomo observou que muitos produtores, devidamente orientados pelos técnicos das companhias, já fizeram a poda das mudas nas bandejas com água. A sua recomendação é para que os fumicultores evitem esta poda, até mesmo porque a muda normalmente perde energia no momento do transplante

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo ainda tratar de um segundo assunto.

Desejo comentar a matéria intitulada “Brant: Foi o primeiro teste e o governo falhou”, publicada no jornal O Globo, de 18 de julho do corrente, e que trata do processo de discussão da reforma da Previdência.

O texto, que solicito seja inserido nos Anais do Senado, mostra que o governo Lula não tem força nem unidade política para promover as mudanças que o país necessita.

O texto, que passo a ler para que fique integrando este pronunciamento, é o seguinte:

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR LEONEL PAVAN EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2003 - Página 22539