Discurso durante a 117ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Ingresso no PDT do Senador Juvêncio da Fonseca. Preocupação com a ameaça de partidarização da Receita Federal. (como Líder)

Autor
Jefferson Peres (PDT - Partido Democrático Trabalhista/AM)
Nome completo: José Jefferson Carpinteiro Peres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Ingresso no PDT do Senador Juvêncio da Fonseca. Preocupação com a ameaça de partidarização da Receita Federal. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/09/2003 - Página 26679
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, FILIAÇÃO PARTIDARIA, JUVENCIO DA FONSECA, SENADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT).
  • APREENSÃO, CRITICA, CRITERIOS, POLITICA PARTIDARIA, NOMEAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, RECEITA FEDERAL, NECESSIDADE, PRESERVAÇÃO, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA.

O SR. JEFFRESON PÉRES (PDT - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para comunicar à Casa que a Bancada do PDT no Senado foi ampliada para cinco Senadores, voltando ao mesmo número do início da Legislatura, com o ingresso do Senador Juvêncio da Fonseca, que representa nesta Casa o Estado de Mato Grosso do Sul.

O Senador Juvêncio procurou o PDT manifestando o desejo de ingressar no Partido. S. Exª está sendo bem acolhido no Partido. É um Senador que representa dignamente o seu Estado. Tem comigo a afinidade de ter uma boa formação, Procurador que foi naquele Estado. O PDT sente-se rejubilado com essa ampliação de sua bancada.

Sr. Presidente, estando eu na tribuna, gostaria de manifestar a minha preocupação com notícia publicada, hoje, no jornal de que “o cerco começou à Receita Federal com a ameaça de partidarização daquele órgão”. Tomara que isso não aconteça!

Vou relatar ao Senado o que aconteceu comigo no início deste ano, quando, no Amazonas, os Partidos que apoiaram o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva articulavam-se para indicar os dirigentes de órgãos federais no meu Estado. Fui procurado, em meu gabinete, por membros integrantes inclusive do PT, que vieram perguntar-me que cargos eu queria. O PDT? Eu disse: “Nenhum. Sou contra a indicação partidária para cargos federais”. Se dependesse de mim, seria o Ministro e o Secretário Executivo; ninguém mais. O resto é uma burocracia profissionalizada, que não serve a governo, serve ao Estado. Assim é que deveria ser. Sei que é sonho, mas vou morrer sonhador, Sr. Presidente.

Eu disse a eles: “O PDT não vai indicar ninguém; mas, por favor, dêem-me a lista. Quais são os órgãos?” E vi lá, entre os órgãos, Senador Tião Viana, Receita Federal. Saíram de lá, e eu telefonei para o Dr. Jorge Rachid, a quem não conheço e disse-lhe: “Aconteceu isso. Por favor, na medida em que o senhor possa influir, não deixe que isso aconteça”. Ele disse para que eu não me preocupasse.

Fui convidado para um almoço na Granja do Torto com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao qual compareceram todos os líderes. Lá encontrei, pela primeira e única vez, o Ministro Antônio Palocci. Dirigi-me a S. Exª, dizendo-lhe: “Ministro, o que vou dizer a V. Exª vai surpreendê-lo, partindo de um político. Aconteceu isso e eu peço a V. Exª que use de toda a sua influência junto ao Presidente da República e faça uma blindagem em torno da Receita Federal. Aqui, não! Indicado por partidos, para proteger sonegadores que vão procurar o partido para se apadrinharem? É impensável num governo sério, Ministro Palocci.”

Não sei até que ponto eu, modestamente, influí, mas fiquei muito feliz quando, dias depois, ao voltarem aqueles líderes partidários do Amazonas ao meu gabinete, perguntei-lhes quais eram os cargos, se eram os mesmos. Ao que responderam: “Não, Senador, tiraram a Receita Federal.” E eu disse: “Graças a Deus!”

Tomara que continue assim, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/09/2003 - Página 26679