Discurso durante a 127ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Esclarecimentos sobre matéria publicada pela revista Veja, que trata do remanejo florestal na Amazônia.

Autor
Sibá Machado (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Machado Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. POLITICA DO MEIO AMBIENTE. ESTADO DO ACRE (AC), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Esclarecimentos sobre matéria publicada pela revista Veja, que trata do remanejo florestal na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 24/09/2003 - Página 28659
Assunto
Outros > IMPRENSA. POLITICA DO MEIO AMBIENTE. ESTADO DO ACRE (AC), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMPLEMENTAÇÃO, ESCLARECIMENTOS, TIÃO VIANA, SENADOR, INEXATIDÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ACUSAÇÃO, AUMENTO, DESMATAMENTO, ESTADO DO ACRE (AC).
  • DETALHAMENTO, ATUAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO ACRE (AC), PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, INCENTIVO, AGRICULTURA, ASSENTAMENTO RURAL, APROVEITAMENTO, RECURSOS FLORESTAIS, PARCERIA, INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRARIA (INCRA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, muito obrigado pela oportunidade.

Antes de tudo, agradeço de coração, em meu nome e no da Senadora Fátima Cleide, todas as manifestações de solidariedade que recebemos pelo acidente, pelo susto que passamos lá no rio Solimões, no bonito Estado do Amazonas, terra do Senador Arthur Virgílio.

Sr. Presidente, gostaria de complementar as informações já prestadas pelo nosso Líder, Senador Tião Viana, sobre a matéria da revista Veja. Por que estamos dando esses esclarecimentos? Porque uma revista como Veja, de circulação nacional e de grande respeitabilidade, quando apresenta um tema dessa maneira, cria muitas dúvidas na cabeça da população, e, no nosso ponto de vista, isso não ajuda o rico debate que está sendo realizado sobre o desenvolvimento da Amazônia.

Lembro que, por trás de todas essas idéias, há uma campanha violenta, desde o final do ciclo da borracha, pela “pecuarização” da Amazônia. Entendemos que, na Amazônia, há espaço para todos, desde que haja uma definição territorial, um espaço em que todas as iniciativas econômicas sejam estabelecidas.

A seguir cito o que o Governo do Acre tem feito pelo sucesso da floresta e de toda a economia primária do Estado:

1) Já no primeiro ano de governo, implantou o programa de mecanização agrícola, atendendo a 22 associações e quase setecentos produtores rurais e, hoje, o Estado do Acre passa a exportar grãos para a Bolívia e o Peru;

2) Temos 38 áreas de proteção ambiental, somando 7.825.035 hectares, perfazendo 47,8% do território do Estado;

3) Lançaremos a primeira experiência de assentamento florestal por intermédio do Incra e do Ibama no Estado até dezembro deste ano;

4) Lançamos, juntamente com a Eletrobrás/Eletronorte/Ufac (Universidade Federal do Acre), o programa de biodiesel, para aproveitamento da produção florestal e agrícola;

5) Temos três áreas de manejo florestal comunitário certificado pela FSC, sendo que duas em áreas de assentamento extrativista e uma em assentamento de colonização, numa experiência da Embrapa;

6) Temos certeza de que a sustentabilidade é possível, viável e exeqüível, como exemplo de experiências vividas não só no Acre, como também no Estado do Amazonas, do Governador Eduardo Braga, no Estado do Amapá, no Governo de João Capiberibe, e outras que assistimos em outros Estados.

Temos certeza de que não é com o debate sobre o fechamento da BR-364 na entrada do Estado de Rondônia que o Acre vai passar fome. Esse tipo de debate só atrapalha e não leva a lugar nenhum. Acredito que a revista Veja vai corrigir aquela informação, porque os números estão tecnicamente errados. Estamos empreendendo um esforço sobre-humano para fazer a política florestal valer como um grande produto, uma grande saída econômica.

Nos próximos dias, a Ministra do Meio Ambiente estará no Estado do Pará assinando o primeiro projeto de manejo florestal daquele Estado.

Infelizmente, estamos vivendo aqui essa contradição. Alguns querem mexer na Lei nº 2.166 e em tantas coisas que quebram a harmonia do debate.

Nós pensamos que, com o Governo Federal e todos os atores da economia da Amazônia, encontraremos um meio-termo para alocar os investimentos para o desenvolvimento econômico local, seja a pecuária, o extrativismo, a agricultura, a mineração ou outros.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado pela oportunidade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/09/2003 - Página 28659