Discurso durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos cinquenta anos de criação da Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem aos cinquenta anos de criação da Petróleo Brasileiro S/A - PETROBRÁS.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2003 - Página 29874
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DEMONSTRAÇÃO, IMPORTANCIA, EMPRESA ESTATAL, COLABORAÇÃO, MODERNIZAÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO, INDEPENDENCIA, PAIS, PRODUÇÃO, PETROLEO, REFORÇO, NACIONALISMO, SOBERANIA NACIONAL, AMPLIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, BRASIL, MERCADO INTERNACIONAL, RECONHECIMENTO, AMBITO INTERNACIONAL, CAPACIDADE, EMPRESA NACIONAL.

O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador José Sarney; Sr. Presidente da Petrobras, meu companheiro e amigo ex-Senador José Eduardo Dutra; Sr. Presidente da Petrobras Distribuidora, Sr. Rodolfo Landim; demais Diretores da Petrobras; Srªs e Srs. Senadores, no dia de ontem, antecipei-me a esta homenagem e fiz um discurso por escrito, e aqui tenho outro. Não copiei o de ontem.

A emoção de um sergipano quando fala da Petrobras é muito grande, porque existe uma identificação enorme entre os compromissos e o trabalho da Petrobras e as carências e as necessidades do País, muitas delas atendidas graças à ação benfazeja da maior estatal do Brasil, que é a Petrobras.

Recordo-me da época em que os investimentos provenientes do setor público, notadamente das estatais, tinham uma prevalência enorme no Brasil e uma repercussão, sem dúvida alguma, no direcionamento do desenvolvimento de muitos Estados, principalmente do Nordeste, onde houve uma contribuição enorme para reduzir as desigualdades regionais. A ação estratégica da Petrobras na Região Nordeste deu uma contribuição muito grande - e não podemos traduzi-la em palavras - para a geração de emprego e renda e para a realização de muitos dos nossos sonhos.

Como já tive oportunidade de fazer um pronunciamento, no dia de ontem, de mais de 30 minutos, graças à benevolência do Presidente que dirigia a sessão, Senador Mão Santa, falarei aqui poucas palavras.

Como representante do Estado de Sergipe, eu não poderia deixar de assinalar que vários foram os fatores que contribuíram para que se gerasse, no meu Estado, uma simpatia inigualável em relação a Petrobras. V. Exªs podem imaginar o que significa a Capital de um Estado estar em crise constante por falta d´água. E, de repente, um convênio é assinado entre a Petrobras e o Governo do Estado para tocar os seus empreendimentos industriais e trazer a água do rio São Francisco, do Velho Chico. As torneiras da nossa Capital ganharam em profusão aquela água límpida e saudável do rio São Francisco, do rio da unidade nacional, graças à interveniência da Petrobras, que queria executar, como de fato fez, projetos importantes, como, por exemplo, a instalação da primeira fábrica de aproveitamento de potássio da América Latina, fábrica esta que ainda funciona no nosso Estado e é dirigida, hoje, pela Vale do Rio Doce. Um outro empreendimento, referente à amônia e uréia, também foi um trabalho da Petrobras.

Mas há uma obra ainda mais importante, a obra do século para o nosso Estado, já que não tínhamos por onde escoar a nossa produção industrial e a nossa produção agrícola. Naquela época, o nosso Estado era o primeiro produtor de laranja. Graças à ação da Petrobras, no Governo do então Presidente José Sarney, houve a construção do porto de Sergipe, que serviria não apenas para o transporte das cargas da Petrobras, mas que funcionaria como um porto de cargas gerais.

Lembro-me de que estava previsto apenas um porto graneleiro. À época, eu era Governador e me dirigi ao Presidente José Sarney para solicitar que se construísse não apenas um porto graneleiro, mas um porto de cargas gerais. Era Diretor de Engenharia o saudoso Edilson Távora, do Ceará, e foi ele que, recebendo uma determinação do Presidente, transformou aquele porto, que era apenas graneleiro, em um porto de cargas gerais, que está hoje a serviço do Nordeste e do Brasil.

Portanto, temos razão de sobra para termos uma enorme admiração pela Petrobras, que, hoje, está dando aulas ao mundo inteiro de como extrair petróleo de águas profundas. E foi no Estado de Sergipe, no campo de Guaricema, que, pela primeira vez, uma plataforma obteve o óleo negro extraído por intermédio da nova tecnologia que se implantava no Brasil. Se, hoje, há uma exploração marítima com até dois mil e setecentos metros de profundidade, tudo isso começou no Estado de Sergipe. A Petrobras começou a desenvolver a sua tecnologia no pequenino Estado de Sergipe.

Em função desse trabalho, Sr. Presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, e graças à sua estrela é que descobrimos um grande campo de petróleo, que certamente irá transformar, quando da sua produção na bacia de Alagoas e Sergipe, o Estado de Sergipe em um dos maiores produtores de petróleo do Brasil.

Não vou ler este discurso, Sr. Presidente, mas gostaria que V. Exª o inserisse nos Anais da Casa. E não vou lê-lo, porque os oradores que me antecederam já disseram tudo com muito brilho, com muita inteligência, com muita objetividade e, acima de tudo, com muito civismo e amor ao Brasil.

Hoje, está na Presidência da Petrobras um cidadão sergipano, por adoção e por amor, e um sindicalista, José Eduardo Dutra, e devemos isso à nova configuração da democracia brasileira, porque o Presidente da República é sensível e valoriza as pessoas que têm capacidade e podem fazer tudo aquilo que sabem em benefício do Brasil. E José Eduardo Dutra, como Senador da República, já demonstrou o quanto pode fazer pelo nosso País.

Mais uma vez, Sr. Presidente, Senador José Sarney, venho agradecer a V. Exª, de público, pela sua atuação benfazeja, caracterizando seu acendrado amor à nossa Região Nordeste. V. Exª contribuiu para a construção do nosso porto, por intermédio da Petrobras.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SENADOR ANTONIO CARLOS VALADARES.

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O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (PSDB - SE) - Sr. Presidente, Srªs .e Srs. Senadores, Sr. Presidente da Petrobras, Demais autoridades aqui presentes, venho à Tribuna do Senado Federal prestar minhas devidas homenagens à Petrobras. Já o fiz no dia de ontem, onde inclusive destaquei a figura do Presidente da Petrobras, sr. José Eduardo Dutra, sindicalista que alcança o posto máximo dentro da empresa a qual ele também é empregado. Tal fato decorre da enorme sensibilidade do Presidente Lula em saber da fiel função da Petrobras, da competência do José Eduardo Dutra e dos anseios dos trabalhadores da Petrobras.

Não preciso aqui lembrar a história da Petrobras - originada da criação do Conselho Nacional do Petróleo em 1938, além do conflito entre empresários e grupos técnicos do Estado em torno da exploração do petróleo no País, que culminou com a vitória das posições nacionalistas, sustentadas sobretudo por segmentos do Exército -, pois outros senadores que me antecederam assim o fizeram. O foco das minhas mais sinceras homenagens ao cinqüentenário da Petrobras é ressaltar o que a Petrobras tem de mais importante: A sua missão pública institucional e os seus trabalhadores.

Assim, foi graças aos trabalhadores da Petrobras no fiel desempenho da função institucional da empresa que a Petrobras alcançou o inquestionável sucesso que hoje ela tem.

Destaco o que talvez possa ser encarado como a primeira grande investida da Petrobras para descoberta de petróleo em mar aberto. O primeiro poço marinho descoberto no Brasil foi no Campo de Guaricema, localizado no meu Estado de Sergipe. Efetivamente, a opção da Petrobras em abrir um espaço onde a técnica e o saber técnico passaram a ter um papel privilegiado foi uma das mais acertadas decisões já adotadas, pois possibilitou algumas conquistas inimagináveis para um país que teima em se manter subdesenvolvido.

Apenas para exemplificar alguns êxitos da Petrobras, pois outros senadores aqui já salientaram os inúmeros grandes sucessos da Petrobras, basta se dizer que durante a década de 70, quando houve a grande crise do petróleo, a Petrobras conseguiu produzir óleo a preço competitivo em águas profundas, sendo que atualmente já trabalhamos com lâminas de 200 a 2000 metros de profundidade.

Graças à Petrobras, o Brasil ganhou o mais importante prêmio da indústria mundial do petróleo em 1992 no Texas. Decorrência imediata da performance e das tecnologias produzidas pela própria Petrobras. Isso, senhoras e senhores senadores, não foi à toa. Durante a década de 90 a Petrobras sustentou o mais alto índice mundial de eficiência, com o índice de 35% de sucesso na prospecção, enquanto a média internacional era de 20%, ou seja, a Petrobras conseguia de cada 100 poços perfurados encontrar petróleo em 35, enquanto que as outras empresas internacionais a cada 100 poços alcançavam êxito em 20.

Todavia, o pioneirismo da Petrobras não se limita à busca de suas finalidades empresariais, pelo contrário, a preocupação com meio ambiente sempre foi um vetor de orientação da empresa, tanto que ela foi uma das pioneiras mundiais em retirar da gasolina o chumbo, contribuindo de sobremaneira para a diminuição da poluição em nossas cidades.

Senhor Presidente, torna-se dispensável dizer que a história da Petrobras se confunde com a própria história do petróleo brasileiro. Uma empresa que completa 50 anos está iniciando o século XXI enfrentando todos os desafios com muita eficiência. Uma companhia integrada que atua na exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados no Brasil e no exterior. É uma empresa de energia com enorme responsabilidade social e profundamente preocupada com a preservação do meio ambiente.

Veja que a Petrobras é parte integrante definitiva do cotidiano do brasileiro, na medida em que a grande maioria dos produtos consumidos pelos brasileiros são derivados do petróleo, seja a gasolina ou os pneus dos carros, mas também os cosméticos, os medicamentos, as peças de computadores, plásticos em geral, fertilizantes, detergentes, tintas, tecidos sintéticos, fibras, borrachas sintéticas, laminados, isopor etc. Alie-se a isto que a Petrobras também faz parte do cotidiano cultural e de proteção do meio ambiente do brasileiro, na medida em que há grandes investimentos na área de preservação e de patrocínio da cultura nacional.

A Petrobras investe em treinamento para promover o crescimento empresarial de seus empregados. Os programas de capacitação da Companhia vão desde os de formação profissional em disciplinas complementares específicas da atividade de petróleo até programas de pós-doutorado. Utiliza-se de dois centros de desenvolvimento próprios, situados no Rio de Janeiro (RJ) e em Salvador (BA), para executar programas de formação, especialização e pós-graduação de empregados com nível de escolaridade universitária. Tecnologias modernas de ensino à distância também são utilizadas pela Companhia para executar programas de capacitação de pessoas em larga escala.

Por tudo isso, no dia de hoje, a Petrobras merece as melhores homenagens, em face dos grandes benefícios trazidos ao Brasil ao longo de sua história.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2003 - Página 29874