Discurso durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Avaliação do crescimento econômico brasileiro.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Avaliação do crescimento econômico brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 03/10/2003 - Página 30109
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, ESTATISTICA, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), AUMENTO, PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB), CRESCIMENTO DEMOGRAFICO, PRODUÇÃO INDUSTRIAL, EXPECTATIVA, VIDA, POPULAÇÃO, BRASIL, PERMANENCIA, DESIGUALDADE SOCIAL.
  • ENUMERAÇÃO, DIVERSIDADE, FATOR, CONTRIBUIÇÃO, EVOLUÇÃO, PAIS.
  • NECESSIDADE, REDUÇÃO, CONCENTRAÇÃO DE RENDA, OBJETIVO, TRANSFORMAÇÃO, BRASIL, PAIS, PRIMEIRO MUNDO.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) -

A GRANDE VIRADA DO SÉCULO XX PARA O XXI

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro com alegria que o Brasil tem um crescimento fantástico, apresentou uma evolução econômica comparável a de poucos países nesse século.

De 1901 a 2000, o PIB (Produto Interno Bruto - a soma das riquezas do País) mais do que centuplicou, subindo de R$9,1 bilhões para R$1 trilhão. No mesmo período, a população cresceu quase dez vezes, de 17,4 milhões para 169,8 milhões de habitantes.

O PIB per capita - hipotética divisão do PIB pela população - cresceu 12 vezes, de R$ 516 em 1901 para R$ 6.0556 em 2000.

Na avaliação que ora faço, o crescimento brasileiro não se traduziu em diminuição da desigualdade porque nas bases em que foi feito, era necessário concentrar renda.

O crescimento foi impulsionado por indústrias que vendiam produtos de maior valor agrupado, como a automobilística ou a de construção civil. Para vendê-los era necessária uma classe com alto poder aquisitivo. Por isso tivemos muita industrialização, mas pouca gente consumindo.

O mais interessante é que o brasileiro ganhou mais 35 anos. Em 100 anos o brasileiro que vivia apenas 33,6 anos no início do século, ganhou 35 anos na expectativa de vida. Em 2000, a esperança de vida já era de 68,6 anos - mais do que o dobro da verificada em 1900.

Alguns dados da expectativa de vida dos brasileiros:

33,6  36,4  45,5  53,5  65,5  68,6

1900  1930  1950  1970  1990  2000

Aproveito este momento para uma homenagem aos imigrantes, italianos, japoneses, alemães, espanhóis, povos que tanto contribuíram para o desenvolvimento brasileiro. Os dados do IBGE são perfeitamente corretos: 19% fora o aumento populacional brasileiro, seja de forma direta, com os próprios imigrantes, seja com seus descendentes.

Maravilhoso século XX liberou as mulheres brasileiras. Pouco alfabetizadas, cuidavam da casa e dos filhos; na década de 30, conquistaram o direito de votar; em 1932, o Presidente Vargas permitiu o voto das mulheres que fossem autorizadas pelos maridos ou que tivessem renda própria; em 1934, a Constituição aboliu as restrições ao voto feminino e, ao longo do século, ganharam o direito de voto os analfabetos e os maiores de 16 anos.

Em 40 e 50, o País começa a mudar. Chegam os antibióticos, graças a Deus, elevando assim a expectativa de vida e reduzindo as doenças contagiosas. Crescem as campanhas de vacinações e a mortalidade infantil diminui de 135 mil casos para 20, em 2000. Sabemos que a taxa ainda é alta, mas não podemos ignorar os esforços do Governo Lula, por intermédio do Ministro da Saúde.

Nos anos 60, uma revolução: a pílula anticoncepcional, rock, militância política, luta armada, regime militar.

Ascensão da mulher brasileira no mercado de trabalho; escolhe sua vida; toma decisões. Vemos agora a mulher em todos os setores e esferas sociais, garantindo boas condições para o trabalho feminino. Minha esposa é uma executiva de grande empresa. Seu trabalho é correspondido pelo sucesso que vemos.

O economista Celso Furtado, homem que muito contribuiu nas estatísticas do século XX, disse: o Brasil já aceita diagnosticar seus problemas, vamos desconcentrar a renda, nada de imobilismo, de uma sociedade que não tem vontade de mudar.

Srªs e Srs. Senadores, o Presidente Lula e seu Governo conseguirão uma fórmula de evitar a concentração de renda e hão de encontrar soluções para os ilimitados problemas brasileiros. Minha gente, no século XXI espero que o Brasil cresça conseguindo alcançar as nações desenvolvidas.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/10/2003 - Página 30109