Discurso durante a 149ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro dos 25 anos de pontificado do Papa João Paulo II.

Autor
Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
Nome completo: Valmir Antônio Amaral
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. IGREJA CATOLICA.:
  • Registro dos 25 anos de pontificado do Papa João Paulo II.
Publicação
Publicação no DSF de 25/10/2003 - Página 33834
Assunto
Outros > HOMENAGEM. IGREJA CATOLICA.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, SAGRAÇÃO, JOÃO PAULO II, PAPA, AUTORIDADE RELIGIOSA, IGREJA CATOLICA, ELOGIO, PERSONAGEM ILUSTRE, IMPORTANCIA, RELIGIÃO, POPULAÇÃO, CRISTÃO, MUNDO.

O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Incumbido pelo Filho de Deus de fundar a Sua Igreja, o primeiro apóstolo deixa Jerusalém e dirige-se a Roma; inicia uma obra inesgotável que atravessará milênios e que vai desempenhar papel decisivo no processo civilizador.

Vinte séculos se passaram e a religião inspirada por Jesus Cristo descobre-se refundada periodicamente, mantendo-se, contudo, fiel à sua matriz original. Esse, o segredo de sua permanência em um mundo, hoje mais do que nunca, caracterizado pela impermanência, pela fluidez e ductilidade dos valores espirituais e morais. Em um mundo com esses traços, a Igreja Católica credenciou-se como uma resposta às incertezas, referência e apoio a milhões de seres humanos.

Há um quarto de século, em 1978, o carismático Cardeal italiano Albino Luciano assumiu o trono de Pedro, sob o nome de João Paulo I, em uma sucessão cuidadosamente preparada pelo Vaticano. O novo Papa é eleito pelo conclave de 111 membros, no primeiro dia, no quarto turno de escrutínio. Seu pontificado, entretanto, não ultrapassará 38 dias, período no qual alcança imensa popularidade, especialmente pela humildade com que recebe as funções pontificais. Sou um aprendiz de papa, afirma com extrema simplicidade e despojamento.

Submetido a uma realidade trágica que subtrai da Igreja Católica seu novo líder recém apontado, duas semanas depois da morte de João Paulo I reúne-se um novo conclave, ainda com 111 Cardeais, para, sob o olhar desencantado do mundo, escolher, de novo, o chefe da Igreja. Em um processo que se caracteriza por extrema complexidade e só atinge sua culminância depois de vários turnos de votação, os Cardeais chegam ao nome do sumo Pontífice, o primeiro de nacionalidade polonesa da história. O desconhecido Cardeal Karol Wojtyla é eleito papa e assumirá sob o nome de João Paulo II.

Surpresa e com uma indisfarçável ponta de ceticismo, a opinião pública mundial vê-se diante de um novo Papa, que, em certo sentido é uma incógnita. Trata-se, veremos com o suceder dos anos, do homem que pelas próximas duas décadas e meia comandará importantes e decisivas reformas, não apenas nos domínios próprios do papado, mas da política doméstica de inúmeros países e da própria ordem internacional.

De perfil claramente conservador, João Paulo II, que na semana passada celebrou conosco 25 anos de pontificado, revelou-se ao mundo muito mais do que o líder espiritual de um bilhão de habitantes do planeta. Destacou-se notadamente como um articulado homem de Estado, um estrategista hábil, refinado e firme, um diplomata competente, que influi diretamente no cotidiano de um sexto da humanidade. E não foram poucos nem pequenos, como todos sabemos e angustiados acompanhamos, os problemas que Sua Santidade enfrentou, tanto no plano pessoal quanto institucional.

Nesta semana, com a posse de 31 novos cardeais, 26 dos quais participarão do próximo conclave, João Paulo consuma sua obra, ao superar a mera esquematização do processo sucessório para assegurar para si mesmo o exercício do magistério da influência em sua própria sucessão. Mas dentre todas as habilidades que o fazem um homem singular, como cristão, quero e devo destacar seu excepcional papel de pastor e missionário, que levou a todos os recantos do mundo a mensagem da fé cristã.

Não podemos também deixar de mencionar, Sr. Presidente, sua preocupação, sempre evidenciada em atos, de favorecer o ecumenismo, sem descurar, entretanto, por um só instante, seu papel de autêntico e legítimo sucessor de Pedro.

É por isso, Srªs e Srs. Senadores, que com muita alegria faço o registro e presto aqui, no plenário do Senado Federal brasileiro, minha modesta homenagem ao Jubileu do pontificado de Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, que com seu carisma e liderança nos reúne a todos católicos na renovada comunhão de princípios, ideais e ações. Permanecemos todos devotados ao engrandecimento de nosso Deus, no testemunho que nos legou Seu Filho, Jesus Cristo, que a todos inspira e guia, tornando mais fecunda nossa existência. 

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/10/2003 - Página 33834