Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Aumento do desemprego e queda da renda média do trabalhador no governo Lula. Contratação de funcionários públicos sem concurso público. (como Líder)

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Aumento do desemprego e queda da renda média do trabalhador no governo Lula. Contratação de funcionários públicos sem concurso público. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 28/01/2004 - Página 1386
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, NOTICIARIO, IMPRENSA, DIVULGAÇÃO, PERCENTAGEM, AUMENTO, DESEMPREGO, REDUÇÃO, RENDA, TRABALHADOR.
  • QUESTIONAMENTO, CONDUTA, GOVERNO FEDERAL, UTILIZAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), CRIAÇÃO, CARGO PUBLICO, AUSENCIA, CONCURSO PUBLICO, CONTRATAÇÃO, SERVIDOR, SUPERIORIDADE, SALARIO.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos os jornais, no final de semana, divulgaram o aumento do desemprego em 12,3% no Governo Lula, índice esse recorde; e também divulgaram a queda da renda média do trabalhador em 12,5%, em comparação a dezembro de 2002.

Ou a imprensa e o IBGE estão errados, ou o Governo é que está equivocado. A leitura que às vezes ouvimos aqui é outra. Aliás, é bom dizer que as novas estatísticas do IBGE certamente vão melhorar e muito nos próximos meses, já que o Governo Federal, por meio de uma medida provisória, está contratando três mil novos funcionários, sem concurso público. Esta é uma medida do Governo do PT, contratar 3 mil novos funcionários, sem concurso público, com salários que variam de R$1.600,00 a R$7.300,00, acarretando uma despesa de mais de R$ 58 milhões de reais por mês.

Gostaria de começar um debate nesta Casa sobre esse tema, pois, com R$ 50 milhões conseguiríamos diminuir muito o déficit habitacional em nosso País. Poderíamos construir 5 mil casas por mês, 60 mil casas por ano; assim, nos quatro anos de governo, teríamos 240 mil novas casas - casas de R$10.000,00, sem o terreno - que atenderiam, em média, quatro pessoas por família, ou 960 mil pessoas.

O que me estranha e deixa até revoltado é que se fez uma reforma para economizar, uma reforma que, todos sabem, prejudicou os velhinhos, as viúvas, os aposentados e os funcionários públicos. Se a questão era economia, como criar, meu Presidente Paulo Paim, mais três mil novos cargos por medida provisória, sem concurso público?

Aliás, quero dizer uma frase do Cristovam Buarque. Quando se fala em reforma, ele diz o seguinte: “Ora, se precisa de reforma, se reforma”. Se o Governo reformou para tirar direito dos velhinhos, porque não reformar para dar direito às criancinhas sem escola? Por que não reformar para dar habitação, casas aos sem-casa? Por que não se fazer um projeto de economia realmente para atender aos mais de 10 milhões de desempregados deste País?

Mas o IBGE, nos próximos meses, certamente vai trazer outros números, porque quem prometeu 10 milhões de novos empregos já começou a dar, pois serão 3 mil novos empregados. Inclusive faço um alerta aos muitos petistas e outros que devem estar me ouvindo: você que está desempregado, que acreditou nessa proposta, corra, leve a sua ficha partidária, mostre que é filiado ao Governo e que quer uma vaga nesses três mil novos empregos. Muitos desempregados, muitos estudantes que abandonaram os estudos por falta de dinheiro para pagar a universidade nos cobram diariamente nas ruas o fato de que não podem estudar porque não têm emprego. Digo para terem calma, porque o Lula está começando a empregar. Já começou com três mil novos empregos. Aliás, quando ele não desempregou Berzoini, garantiu um. Agora, são mais três mil novos empregos.

Refiro-me a isso, porque para se criar empregos é preciso investir na agricultura, no homem do campo, na microempresa, na média empresa, até em empresas de fundo de quintal. É preciso investir na produção. Nós, Parlamentares, não temos, às vezes, nem condições para enfrentar a população e justificar a forma pela qual estão fazendo as coisas. Mesmo sendo de Oposição, Senador Efraim Morais, mesmo chamando a atenção diariamente, somos cobrados nas ruas. As pessoas nos perguntam se não estamos fazendo nada, se estamos aqui para ajudá-los e dizem que precisamos chamar a atenção e dar um pito, se necessário. Estamos aqui para dizer à população e aos desempregados que corram, porque o Governo abriu três mil novos empregos, cargos para os quais não haverá concurso público. Basta apenas levar a ficha, mostrar que acreditou e quer essa vaga.

Refiro-me dessa forma, Senador Paulo Paim, porque temos uma PEC paralela para ser votada, temos um compromisso firmado entre o Governo e os parlamentares que não saiu até agora, porque ainda estão discutindo, e ainda não se sabe o que vai acontecer. No entanto, de repente, o Brasil inteiro fica sabendo, pela imprensa, que não apenas foram criados novos ministérios, mas empregos. Eles foram criados por medida provisória, instrumento que o PT e o PDT - eu era do PDT e participava disso - condenávamos. Chamávamos a atenção sobre o número de medidas provisórias que eram editadas e condenávamos com veemência quando se ofereciam vagas para não concursados.

Corra! Há três mil novos empregos! A vaga é sua.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/01/2004 - Página 1386