O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (Bloco/PTB - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o objeto de meu discurso no dia de hoje reveste-se de grande importância e dramaticidade. Testemunhamos no sul do Brasil, com aflição e espanto, na madrugada do último domingo, a ação de um dos mais devastadores ciclones já vistos no País. Após percorrer centenas de quilômetros em alto-mar em direção à costa, castigou furiosamente nosso Estado irmão, Santa Catarina, e no Rio Grande do Sul, os municípios de Arroio do Sal, Capão da Canoa, com efeitos devastadores no importante município de Torres, expressivo pólo histórico e turístico do nosso Estado.

Como representante do Rio Grande do Sul, eleito para integrar esta Casa Legislativa, cabe-me a responsabilidade de procurar retratar o quadro em que se encontra aquela região, sensibilizando a opinião pública e as autoridades competentes, no sentido de mobilizar esforços para fazer frente às inúmeras e duras conseqüências que já estamos enfrentando, com a urgência que a situação exige.

O raro e violento fenômeno climático, que despertou controvérsias pela sua natureza e comportamento incomuns, produziu ventos de até 150 km por hora destruindo, no meio da madrugada, milhares de casas, arrancando postes e árvores, derrubando paredes e muros, deixando centenas de famílias desabrigadas, num rastro de destruição apenas registrado nos países que tradicionalmente enfrentam esse tipo de cataclismo. Os prejuízos materiais são, ainda, imensuráveis! A Defesa Civil já encaminhou relatório parcial ao Governo Federal. Porém, há que se aguardar a conclusão do relatório oficial que está sendo elaborado, para se ter a exata dimensão dessa catástrofe.

O saldo da tempestade, ao amanhecer de domingo, era a visão de um campo de guerra. Como se por ali tivesse passado a força demolidora de bombas e tanques, assemelhava-se aos filmes catástrofe que vêm sendo produzidos pela indústria cinematográfica internacional. Moradias destruídas, falta de água, luz e telefone, areia cobrindo as ruas, postes e árvores atravessavam-se sobre as calçadas.

Em resposta à população repleta de dor e emoção, de incredulidade e de angústia, registramos a ação imediata do Governador Germano Rigotto e sua esposa, a primeira dama do Estado, Cláudia Rigotto, que, juntamente com o Chefe da Casa Militar, viajaram para o local a fim de pessoalmente conferirem a magnitude do sombrio evento.

Em parceria com a Defesa Civil e o prefeito de Torres, José Batista da Silva Milanez, estão tomando as medidas necessárias e dando início aos trabalhos de reconstrução da cidade, para que a vida da população litorânea atingida possa voltar à normalidade o mais depressa possível.

Queremos, também, assinalar os esforços da Defesa Civil que coordenou a Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil, além do serviço voluntário, pelo árduo trabalho que vêm prestando, desde o resgate e o encaminhamento das vítimas para hospitais ou alojamentos, até a arrecadação e distribuição de alimentos, remédios, colchões e cobertores para os desabrigados.

Segundo informações obtidas da Casa Civil, e da chefia de gabinete do Governador Rigotto, hoje, mais tardar amanhã, estará sendo entregue às autoridades federais, relatório oficial sobre o ocorrido. Apelamos ao Governo Federal, na pessoa do Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, informado diretamente pelo Governador sobre os desdobramentos do sinistro; apelamos ao Ministro das Cidades, Olívio Dutra, que sensibilizado já colocou sua Pasta à disposição, para que imediatamente sejam liberados os recursos financeiros necessários, que venham minimizar a destruição causada pelo furacão ou ciclone Catarina.

Não nos percamos nos labirintos da burocracia. Não nos esquivemos por interesses menores. Não nos desviemos do fundamental: à luz da modernidade, a ação política deve ser solidária e solidariedade implica em responsabilidade social.

Colocamos, pois, nossa equipe e nosso gabinete à disposição da região atingida, para no que puder ser útil. Estamos com a população do litoral gaúcho, dizendo presente na reconstrução de seu futuro. Somando os nossos esforços haveremos de aplacar os efeitos desta inimaginável tragédia que, mais uma vez, coloca à prova a bravura, a coragem e o espírito de união da nossa gente.

Muito obrigado.