O SR. AELTON FREITAS (PL - MG. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, há quase duas semanas, Sr. Presidente, a juíza Lana Lígia Galati acatou um pedido do Ministério Público Federal e determinou a interdição da BR-452, na minha região, Triângulo Mineiro, em trecho de 38 quilômetros entre o distrito de Tapuirama, no Município de Uberlândia, e a ponte da represa do Município de Nova Ponte.

A interdição dessa rodovia foi motivada pela péssima condição do asfalto naquele trecho, fato lamentável que se repete em muitas de nossas estradas.

A interdição dessa importante BR ganhou repercussão no País inteiro e causou transtornos a milhares de pessoas. Apesar de compreendermos a interdição como uma pressão positiva para que o trecho receba investimentos urgentes para sua recuperação, entendemos que ela não mais se justifica diante das providências que já estão sendo tomadas pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, DNIT.

Quero dizer aos meus conterrâneos do Triângulo Mineiro que a Unidade de Infra-estrutura de Transporte de Minas Gerais, em caráter emergencial, promete, por meio de uma carta convite, a partir de hoje, dar início rapidamente a uma operação de tapa-buracos no trecho ora interditado.

É evidente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que essa não é a solução ideal desejada pelos trabalhadores do transporte rodoviário, mas, indiscutivelmente, trata-se de uma providência importante e revela uma disposição do órgão em atender, dentro de suas limitações, as reivindicações dos que trafegam pela rodovia.

Paralelamente, o DNIT, conforme nos informou o Dr. Sebastião Abreu, hoje coordenador do órgão no nosso Estado de Minas Gerais, entrou com recurso junto ao Tribunal Regional Federal pedindo a suspensão da liminar que interditou a rodovia. O órgão entende que, ainda que os motoristas sejam obrigados a transitar em velocidade reduzida e com atenção redobrada pela BR-452, tal atitude traz menos transtornos do que aqueles provocados pela interdição.

De fato, a imprensa regional tem relatado as dificuldades da população da região com a interdição da BR-452, que provoca, por exemplo, o aumento de 50 quilômetros numa viagem de Uberlândia para Belo Horizonte. Mais de 200 pessoas na cidade de Nova Ponte, que trafegam diariamente pela rodovia, estão sem aulas por causa dessa interdição.

Diante dos fatos e da impossibilidade de se fazerem melhoras sensíveis no trecho da noite para o dia, entendemos que realmente o melhor, para o momento, é o fim da interdição e o início urgente da operação tapa-buracos.

Por outro lado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, manifesto aos meus companheiros triangulinos, desde já, o nosso compromisso de procurar o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e o Diretor-Geral do DNIT, Dr. Alexandre Silveira, no sentido de discutir possíveis ações para que sejam liberadas verbas que possibilitem, em médio prazo, uma profunda restauração daquela BR e de outras de todo o nosso País que se encontram em situações semelhantes, estando em estado precário, como, por exemplo, a BR-365, que liga o centro-oeste mineiro ao norte do Estado, onde a situação não é diferente.

O Triângulo Mineiro, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é um importante corredor para o escoamento da produção agrícola nacional, e suas rodovias precisam de reparos urgentes. É um desafio encontrar meios de driblar a escassez de recursos. Não é possível que as principais rodovias do Estado, que ligam o centro-sul ao centro-norte do País, estejam na situação em que se encontram as de Minas Gerais. Nosso Estado tem 20% da malha rodoviária federal. É um desafio encontrar esses meios, mas acredito que, unindo forças com os meus nobres colegas Senadores Hélio Costa e Eduardo Azeredo, conseguiremos obtê-los.

Com esse propósito já se manifestou desta tribuna o Senador Hélio Costa. Temos que chamar a atenção do governo para a relevância dessas obras; as rodovias não podem continuar no estado em que se encontram, pois elas não são importantes apenas para o Triângulo Mineiro: elas são o caminho mais curto entre o sul e o norte do País. Por que não começar por lá o projeto de tapa-buracos e de recuperação das BRs que tanto temos discutido aqui? Ele está no papel e precisa, agora, passar para a prática de uma vez por todas.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.