O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pela Liderança do PSDB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria inicialmente de cumprimentar os funcionários e a diretoria do Besc. Depois da informação da Líder do Governo, Senadora Ideli Salvatti, realmente temos que reconhecer que o Presidente Mescolotto vem realizando um grande trabalho nessa instituição. Também quero deixar aqui cumprimentos e apoio ao voto de aplauso por ela requerido.

Sr. Presidente, quero ainda deixar registrado hoje, já que é a nossa última sessão antes do recesso, que Balneário Camboriú, minha cidade em Santa Catarina, que administrei por três vezes como prefeito, vai completar quarenta anos. É uma cidade jovem, que já tem mais de cem mil habitantes e que em função de seu potencial e de suas qualidades turísticas recebe, no período de dezembro até após o Carnaval, mais de um milhão e seiscentos mil turistas. É uma cidade com um potencial enorme. Assim, Sr. Presidente, cumprimento a minha cidade, cumprimento o Prefeito Rubens Spernau, que ajudou a fazer com que essa cidade chegasse ao primeiro lugar em qualidade de vida em Santa Catarina pelo terceiro ano consecutivo e a sétima cidade do Brasil em qualidade de vida. Segundo a revista Veja, em edição de um mês e pouco atrás, Balneário Camboriú está em sexto lugar. Vejam o que representa essa cidade para o Estado, para o País e principalmente para os seus moradores. Por isso, quero aqui cumprimentar os moradores de Balneário Camboriú e o Prefeito Rubens Spernau, bem como os Vereadores daquele querido Município.

Eu também não poderia encerrar este primeiro semestre sem comentar a comemoração de um ano e seis meses do Governo. A imprensa tem publicado as notícias como o Governo as repassa, as pseudoconquistas que o Governo diz ter conseguido e que teriam ajudado na evolução do nosso País. Na verdade, não vejo o que o Governo tem a comemorar, sinceramente, e não é por fazer um trabalho de oposição. Ora, os trabalhadores, em um ano e meio, viram seus salários reduzidos. Nós, há poucos dias, aprovamos R$275,00, emenda de nossa autoria, para valor do salário mínimo, e depois o Governo comemorou a derrota dos R$275,00 na Câmara, tirando R$15,00, e reduzindo assim para R$260,00 o salário mínimo. O Governo comemora, mas a população infelizmente se vê traída por um Governo que se dizia popular. Não posso, em hipótese alguma, concordar com essa comemoração de um ano e seis meses do Governo. Lembro a todos que, até hoje, a PEC paralela, defendida pelo Senador Paulo Paim, pelo PSDB, por vários integrantes desta Casa, está parada na Câmara dos Deputados, embora tenha havido um acordo com a base do Governo para que ela fosse aprovada rapidamente naquela Casa. Então, o que comemorar, se a PEC resultante de um acordo com o Governo está no fundo da gaveta, certamente para que a população esqueça esse compromisso do Governo com os trabalhadores, com os funcionários públicos? Talvez pensem que nós, Senadores, deixaremos passar despercebida essa inércia, esse desrespeito do Governo para com os trabalhadores.

O que comemorar se o desemprego aumentou, apesar de terem prometido dez milhões de empregos?

O que comemorar se o programa Fome Zero, que tinha como objetivo solucionar o problema da classe mais sofrida, não saiu do papel? Esqueceram-se dele! Não se fala mais nisso. Não se vê mais aquela mídia, aquela propaganda.

O que comemorar se a arrecadação aumentou em função dos tributos, dos impostos, que arrocham cada vez mais o cidadão?

Sr. Presidente, não vejo razão para o Governo comemorar se a população não está satisfeita. Para finalizar, eu queria deixar registrado nesta Casa a desaprovação dessa comemoração fantasiosa, dessa pirotecnia do Governo baseada em algo que não tem aprovação popular. Pelo menos a maioria do povo de Santa Catarina, que deu um respaldo fantástico à eleição de Lula, com mais de 70% dos votos, não está feliz, não pode comemorar, pois está frustrada em função do desempenho do Governo.

Sr. Presidente, penso que a população dará a resposta ao Governo nas urnas, lamentavelmente. Gostaríamos que a resposta nas urnas fosse dada em função da qualidade de cada candidato, de cada proposta, mas, infelizmente, os candidatos do PT vão pagar o preço pelo fato de seu Partido ter rasgado os compromissos assumidos com a sociedade brasileira e ter manchado a sua história, fazendo um Governo totalmente contrário àquele que prometeu na campanha eleitoral.

Lamento profundamente o que está acontecendo. Queria aqui aplaudir, mas sou obrigado a deixar registrado nesta Casa que há uma desesperança total no Brasil.

Espero que o Governo ainda recupere o seu prestígio, mostrando, na prática, que está fazendo tudo aquilo que prometeu na campanha eleitoral.

No mais, cumprimento todos os Senadores por esse primeiro semestre fantástico de trabalho, de luta. Cumprimos nossa obrigação. O Senado cumpriu a sua obrigação, diferentemente do Governo Federal. Nós aqui cumprimos nosso dever e mostramos, nesses últimos dias, que realmente queremos ver o Brasil crescer e progredir.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.