O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente, Senador Alberto Silva.

Cumprimento as Srªs e os Srs. Senadores, assim como os telespectadores da TV Senado, os ouvintes da Rádio Senado FM e também da Rádio Senado em ondas curtas e, particularmente, o povo moreno que habita a bela parte do território brasileiro, chamado Tocantins, o mais novo Estado da Federação.

Meus nobres Pares, Senador Demóstenes Torres, Senador Paulo Octávio, Senadora Ideli Salvatti, meus prezados companheiros de Senado, na segunda-feira passada, dia 8, o mais novo Estado do Brasil se uniu ao mais antigo Estado brasileiro. A mais antiga das capitais brasileiras, Senador César Borges, a Salvador de V. Exª, se uniu a Palmas, a mais nova das capitais brasileiras. A mais nova das universidades brasileiras, que é a Universidade Federal do Tocantins, se uniu a um dos centros mais antigos de estudos e pesquisas, que é a Universidade Federal da Bahia. Tudo isso, Sr. Presidente, para conceder, por parte da Universidade Federal do Tocantins, em virtude de decisão adotada por unanimidade pelo Conselho Universitário, que engloba professores, alunos e funcionários, o título de doutora honoris causa à nobre escritora Zélia Gattai Amado.

Não preciso, Sr. Presidente, trazer aqui uma biografia de Zélia Gattai, nem dizer o que ela significa para a literatura brasileira, para a história do País, para todos aqueles que conhecem o trabalho, a vida e a obra literária de Jorge Amado e de Zélia Gattai, membros da Academia Brasileira de Letras. Jorge Amado, que já nos deixou, foi amplamente homenageado no discurso proferido pela grande escritora Zélia Gattai.

A vida dos dois, Sr. Presidente, é uma verdadeira história de amor, uma das mais belas histórias de união de duas inteligências, reconhecidas internacionalmente. Jorge Amado obteve todos os títulos que um escritor brasileiro poderia receber, desde a Sorbonne até outras universidades do mundo inteiro. Os livros dele foram traduzidos para várias línguas. Em vários países, houve milhares de edições de todos os livros dele. E a Universidade Federal do Tocantins, por meio do seu Conselho, decidiu, por unanimidade, conceder à Imortal Zélia Gattai Amado o título de doutora honoris causa.

A solenidade, Srªs. e Srs. Senadores, foi realizada na Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, centro histórico para o País.

Veja, Sr. Presidente, qual não foi a alegria do mais novo Estado da Federação, da mais jovem Capital do Brasil, da mais jovem das universidades federais, ao tomar, de forma unânime, a decisão de conceder a Zélia Gattai Amado o título de doutora honoris causa. Essa foi uma demonstração de que tudo que fazemos no Tocantins é com o desejo de, ocupando essa nova região ainda em estado de implantação, que é toda a Amazônia Legal do Brasil, formar o perfil da nossa sociedade, cultuando os melhores valores culturais e incentivando e despertando nos jovens o interesse pela nossa literatura. Zélia Gattai, como disse, é imortal, filha de imigrantes italianos, nascida na cidade de São Paulo e, acolhida pela Bahia, se disse apaixonadamente baiana.

Estava na solenidade, entre outras personalidades, Dª Canô Veloso, que, com toda a sua idade, mas também com a sua jovialidade, deu um colorido todo especial a essa solenidade realizada na Fundação Casa de Jorge Amado, presidida pelo. Também estiveram presentes à cerimônia o jovem Alan Barbiero, Magnífico Reitor da Universidade Federal do Tocantins; Sr. Naomar de Almeida Filho, Magnífico Reitor da Universidade Federal da Bahia; Professor Robério Marcelo Rodrigues Ribeiro, do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Tocantins, acompanhados de trinta alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Tocantins. Todos nós, com a esposa do grande artista e pintor Caribé, com a esposa de Graciliano Ramos, entre outros, estávamos lá para assistir a um depoimento apaixonado, em que Zélia Gattai descreveu a sua vida, o seu romance com Jorge Amado. Disse ela que, ao se decidir por escrever suas memórias, iniciando uma série de obras importantíssimas - a primeira delas, transformada em minissérie, traduzida para várias línguas, Anarquistas, Graças a Deus -, tomou uma decisão. Com o peso de ser esposa, companheira, mãe dos filhos de Jorge Amado, ela chamou o grande escritor e lhe disse: “Meu marido, resolvi colocar no papel essas lembranças da minha vida, essas recordações de filha de imigrantes, livro que denominei Anarquistas, Graças a Deus. Adotei essa decisão e vou assinar apenas Zélia Gattai, meu nome de solteira, porque não quero passar para a opinião pública, para o mundo literário a impressão de que escrevo na condição de esposa de Jorge Amado”.

Veja, Senador Alberto Silva, logo o primeiro livro de Zélia Gattai tornou-se um grande sucesso nacional e internacional, tendo sido transformado em minissérie pela Rede Globo. Foi um dos melhores livros que tive a oportunidade de ler.

Depois disso, vieram A Casa do Rio Vermelho; Chão de Meninos; Um Chapéu para Viagem; Città di Roma; Códigos de Família; Crônica de uma Namorada; Jardim de Inverno; Jonas e a Sereia; Jorge Amado: um Baiano Romântico e Sensual; Pipistrelo das Mil Cores, O Segredo da Rua 18; Senhora Dona do Baile; por último, a ser lançado no final do ano, Memorial do Amor.

Todas essas são obras importantíssimas de Zélia Gattai Amado, que assina Zélia Gattai.

O reconhecimento do povo brasileiro, traduzido pela Academia Brasileira, fez de Zélia Gattai uma ocupante das mais importantes cadeiras da Academia, transformando-a em imortal, por unanimidade.

Portanto, Zélia Gattai, nesse título de doutora honoris causa concedido pela Universidade Federal do Tocantins, teve do Brasil e da Academia Brasileira de Letras o reconhecimento nacional e internacional.

Concedo a V. Exª, Senador César Borges, com grande prazer, na condição de representante do Estado da Bahia nesta Casa, um aparte.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Agradeço, nobre Senador Eduardo Siqueira Campos. Confesso que, a cada dia, aumenta a minha admiração por V. Exª pelo trabalho que faz nesta Casa, de forma tão brilhante. Agradeço a V. Exª, em nome da Bahia, por essa atitude da Universidade Federal do Tocantins, do seu belíssimo Estado em conceder essa honraria à nossa querida Zélia Gattai. A Bahia realmente tem um orgulho muito grande de ter Zélia Gattai e Jorge Amado entre seus filhos ilustres. E incluo Zélia Gattai porque, como bem disse V. Exª, ela se considera baiana, e nós a consideramos uma baiana ilustre. Fala V. Exª de pessoas muito queridas para todos nós baianos, como Dª Canô, Zélia Gattai, Jorge Amado e tantas outras personalidades, como o Reitor da Universidade Federal da Bahia, que prestaram essa homenagem vinda de um Estado tão querido como o Tocantins. Portanto, só tenho que felicitá-lo pelo pronunciamento e pela atitude nobre adotada pelo seu Estado, por intermédio da Universidade Federal do Tocantins. Neste momento em que V. Exª faz o reconhecimento a uma pessoa tão importante para a cultura brasileira como Zélia Gattai, imortal que está na Academia Brasileira de Letras para honrar a Bahia, desejo que o jovem Estado do Tocantins sempre tenha representações aqui como a de V. Exª e que continue nessa trajetória em direção ao desenvolvimento, ao progresso e à cultura. A Bahia sente-se honrada e agradecida a V. Exª. Muito obrigado.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB - TO) - Senador César Borges, em primeiro lugar, este modesto parlamentar agradece pela alegria de merecer um aparte de V. Exª, uma das figuras mais importantes da política nacional, ex-Governador da Bahia, brilhante Senador, que se associa às homenagens que prestamos a Zélia Gattai.

O que fizemos, nada mais, foi reconhecer também que a Bahia ofereceu a Jorge Amado todos os cenários para suas brilhantes narrativas e a Zélia Gattai o aconchego e a acolhida, que a transformaram em uma baiana de coração.

Terminei o meu pronunciamento naquela solenidade dizendo, Senador Alberto Silva - como V. Exª, do alto da sua juventude, que reúne experiência, talvez o mais experiente e querido Senador desta Casa -, que somos todos nós apaixonados pela Nação brasileira e todos anarquistas, graças a Deus!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.