Discurso durante a 12ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Esclarecimentos ao Senador José Agripino no que tange à questão da saúde pública no município do Rio de Janeiro.

Autor
Sérgio Cabral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RJ)
Nome completo: Sérgio de Oliveira Cabral Santos Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL. ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GOVERNO MUNICIPAL.:
  • Esclarecimentos ao Senador José Agripino no que tange à questão da saúde pública no município do Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 04/03/2005 - Página 4093
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL. ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GOVERNO MUNICIPAL.
Indexação
  • REGISTRO, ATENÇÃO, ORADOR, SAUDE PUBLICA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), GRAVIDADE, PROBLEMA, ANTERIORIDADE, DESCUMPRIMENTO, CONVENIO, GOVERNO FEDERAL, ALTERAÇÃO, GESTÃO, SECRETARIA DE SAUDE, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
  • APOIO, RECLAMAÇÃO, JOSE AGRIPINO, SENADOR, AUSENCIA, INVESTIMENTO, GOVERNO FEDERAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • NECESSIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, PROBLEMA, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, SAUDE PUBLICA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. SÉRGIO CABRAL (PMDB - RJ. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Senador José Agripino, tenho me envolvido muito mesmo nesse assunto da saúde pública na cidade do Rio de Janeiro, e essa relação belicosa entre a Prefeitura e o Governo Federal foi condenada por mim desde o início. Mas quero esclarecer a V. Exª que o assunto da saúde pública no Município do Rio de Janeiro vai muito além da má relação do Governo Federal com a Prefeitura. Os hospitais públicos administrados pela Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro - e foi o que eu disse aqui ontem -, como o Miguel Couto, o Souza Aguiar e postos de saúde, não vão bem há muito tempo. Não são os R$46 milhões, dos quais a União só repassou R$5 milhões, o vilão dessa história. Há muito tempo que a administração da saúde pública do Município do Rio de Janeiro vai muito mal.

O Prefeito César Maia, na sua primeira gestão, teve o bom senso de manter, como Secretário de Saúde, o Dr. Ronaldo Luiz Gazolla, que já vinha da gestão do Prefeito Marcelo Alencar e que o Prefeito Conde também teve o bom senso de manter. No entanto, no atual mandato, houve mudança na gestão pública da saúde no Município do Rio de Janeiro. Não é implicância do Sindicato dos Médicos, não é implicância do Conselho Regional de Medicina, não é implicância do Ministério Público e não é implicância de quem está lá passando a madrugada para ser atendido e muitas vezes não chega a sê-lo. Isso é fato.

No entanto, concordo com V. Exª. Já me coloquei à disposição do Prefeito. O Prefeito sempre contou - e sabe disso -, nesses dois anos que estou aqui no Senado Federal, com a minha boa vontade, porque defender a cidade do Rio de Janeiro está acima de qualquer coisa. Concordo com V. Exª.

É certo, também, que o Governo Federal é padrasto com o Rio de Janeiro. Eu disse isso ontem aqui também. É certo. O último grande investimento feito pelo Governo Federal no Rio de Janeiro foi a ampliação da infra-estrutura do metrô, na cidade do Rio de Janeiro, feita pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, quase nada foi feito. Nesses dois anos em que o PT está à frente do Governo Federal, nada foi feito pelo Rio de Janeiro. Mas isso não exime o prefeito e sua administração da responsabilidade, porque o problema não está apenas nos hospitais municipalizados, que eram federais, mas está generalizado na saúde pública. Digo isso sem nenhum prazer. O próprio prefeito, na sua campanha, pela imprensa, reconheceu os erros na área da saúde. Ainda há muito o que fazer.

Houve um momento em que se criticava o atendimento de pessoas do Grande Rio - Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Gonçalo. Fizemos um levantamento e verificamos, por exemplo, que na Grande Recife, os hospitais municipais de Recife, e na Grande Salvador, os hospitais municipais de Salvador, a rede pública das capitais nordestinas e até do Sul recebem muito mais pacientes do que a cidade do Rio de Janeiro. Então, o vilão não é o morador da Baixada Fluminense, de São Gonçalo ou de Niterói.

Para resolver esse problema, estou à disposição do prefeito, que poderá contar comigo, com minha boa vontade para ajudar, acima de siglas partidárias. Aliás, o prefeito é meu amigo pessoal. V. Exª tem razão ao dizer que ele é um grande administrador, mas, sobre este assunto, há problemas reais na prefeitura.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/03/2005 - Página 4093