Discurso durante a 35ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões sobre o Dia Mundial da Saúde. Homenagem aos jornalistas pelo transcurso do seu dia comemorativo.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL. SAUDE. HOMENAGEM.:
  • Reflexões sobre o Dia Mundial da Saúde. Homenagem aos jornalistas pelo transcurso do seu dia comemorativo.
Aparteantes
Romeu Tuma.
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2005 - Página 8074
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL. SAUDE. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, AUDIENCIA PUBLICA, DEBATE, PROPOSTA, EMENDA CONSTITUCIONAL, COMPLEMENTAÇÃO, REFORMULAÇÃO, PREVIDENCIA SOCIAL, ELOGIO, PARTICIPAÇÃO, RODOLPHO TOURINHO, ROMEU TUMA, SENADOR.
  • IMPORTANCIA, DEBATE, DIA INTERNACIONAL, SAUDE, VINCULAÇÃO, PROJETO, ATENDIMENTO, PESSOA DEFICIENTE, IDOSO, VICIADO EM DROGAS, SANEAMENTO BASICO, MEIO AMBIENTE, DEFICIT, HABITAÇÃO, ESPORTE, PREVENÇÃO, ACIDENTE DO TRABALHO, ACIDENTE DE TRANSITO, REDUÇÃO, MORTALIDADE INFANTIL, PROTEÇÃO, MATERNIDADE, HOMENAGEM, HOSPITAL, SAUDE PUBLICA, ESPECIFICAÇÃO, SANTA CASA DE MISERICORDIA, MUNICIPIO, PORTO ALEGRE (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
  • HOMENAGEM, DIA, JORNALISTA, ELOGIO, ATUAÇÃO, EXPECTATIVA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ANTONIO CARLOS MAGALHÃES, SENADOR, VALORIZAÇÃO, EXERCICIO PROFISSIONAL.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Rodolpho Tourinho, confesso que estou tentado a falar na tribuna da audiência de que participamos com cerca de 200 entidades para discutir a importância da PEC Paralela, obra de todo o Senado da República.

Lá, V. Exª enfatizou o trabalho do Senador Tião Viana, que foi Relator no primeiro momento. Todos os presentes enfatizaram a sensibilidade que V. Exª está tendo para fazer com que a PEC Paralela de fato contemple o que pensa efetivamente o Congresso Nacional e todos os setores da sociedade.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Senador Paulo Paim, V. Exª me permite um aparte?

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Mas hoje eu falarei de saúde.

O Sr. Romeu Tuma (PFL - SP) - Hoje é o Dia da Saúde. Cumprimento o Senador Rodolpho Tourinho pela elegância com que se conduziu, sendo o Relator, ouvindo com atenção todos os depoentes, e V. Exª, que teve a ousadia de arriscar uma audiência desse porte, em que várias entidades, já quase em desespero, compareceram para fazer suas exposições. Nossa expectativa é de que ocorra o melhor. Cumprimento o Senador Rodolpho Tourinho pela conduta e elegância, com a certeza de que elaborará um bom relatório, em benefício do País e de todos os funcionários prejudicados. Cumprimento também V. Exª, que tanto tem lutado para que isso realmente aconteça.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Muito obrigado, Senador Romeu Tuma. V. Exª foi muito aplaudido, na audiência, pela sua posição de muito equilíbrio. Quando muitos aguardavam que V. Exª fosse apenas defender os interesses de um setor dos servidores, ou seja, dos delegados, categoria de origem de V. Exª, onde atuou com muita eficiência ao longo dos anos, ingressando brilhantemente, depois, na vida parlamentar, V. Exª defendeu o interesse do conjunto dos servidores, inclusive da Polícia Militar. V. Exª foi aplaudido de forma emocionada pelos que estavam presentes, o que emocionou também e principalmente V. Exª.

Sr. Presidente, dentro do tempo que me resta, falarei um pouco sobre a saúde, um tema que viaja por um universo incrivelmente amplo. É tão fascinante quanto ilimitado. Entrelaça-se com projetos para portadores de deficiência, pessoas idosas, pessoas que têm o vício da bebida, do cigarro, das drogas, projetos para moradores de rua, projetos relativos à insalubridade, periculosidade, projetos na área de esporte, de saneamento básico, enfim, a saúde é ilimitada pela importância que tem para a própria vida.

Hoje, dia 7 de abril, ao comemoramos o Dia Mundial da Saúde, estendemos nosso olhar sobre um contingente tão precioso em sua magnitude, tão imenso de possibilidades, mas muitas vezes tão relegado.

Este dia, que foi criado em 7 de abril de 1948 pela Organização Mundial da Saúde, está fundamentado no direito do cidadão à saúde e na obrigação do Estado na promoção da saúde e da vida.

Neste vasto campo que é a saúde, é importantíssimo que nos lembremos de componentes da área da saúde, como água potável, assunto que faz parte de um debate internacional, meio ambiente, alimentos saudáveis, fatores ligados diretamente à saúde da população.

Ela é importante instrumento para o desenvolvimento social e econômico de qualquer país e está relacionada, queiramos ou não, com a paz, a educação e a habitação.

Em 2004, o tema do Dia Mundial da Saúde foi a segurança no trânsito. Muitos podem perguntar o que tem a ver transporte, trânsito com saúde. Mas é uma questão, sim, de saúde pública. Conforme palavras do representante da Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde no Brasil, Dr. Horácio Toro, “a hospitalização, as conseqüêntes seqüelas e a reabilitação significam, além de sofrimento, custos para o setor saúde que poderiam ser minimizados com um programa consistente de prevenção de acidentes. Essa tendência só mudará se houver o esforço de todos. Somente com um esforço coordenado dos Governos, organizações não-governamentais, universidades, meios de comunicação e o setor privado, poderemos alterar significativamente a situação”.

Ele disse, também, que o Governo do Presidente Lula comprometeu-se com a causa na Organização Mundial da Saúde e que contará, em suas iniciativas nesse sentido, com o apoio da OPAS e da OMS.

O tema do Dia Mundial de Saúde deste ano está relacionado à saúde materno-infantil. A OMS coloca o foco de sua atenção nos problemas de saúde que atingem milhões de mães e crianças de todo o mundo.

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde, aproximadamente em todo o mundo, 530 mil mulheres morrem por ano de causas relacionadas à maternidade, como hipertensão, hemorragias, abortos e infecções. Pelo menos 90% delas vivem em áreas pobres. O Brasil registra 74 mortes de mulheres por 100 mil bebês nascidos vivos.

Dados do IBGE mostram que a mortalidade infantil em nosso País é, em média, de 28 crianças por mil nascidos vivos.

É necessário que sejam tomadas medidas no sentido de salvar a vida de mães e filhos que morrem durante o parto e de crianças que morrem durante a primeira infância.

Todos nós estamos conscientes da representatividade da saúde em nossas vidas. Ao perguntarmos para qualquer pessoa que se encontra doente qual é o bem mais precioso na vida, ela certamente dirá o que qualquer um de nós diria na mesma situação: a saúde. O resto a gente resolve.

A saúde é o bem estar do nosso corpo, da nossa mente, do nosso espírito. É inegável a necessidade de assistência médica e hospitalar, de remédio etc. Nesse sentido, cada um de nós certamente poderia citar diversos nomes de profissionais brilhantes, dedicados, devotados em sua missão.

Assim como poderíamos identificar hospitais que propiciam assistência da melhor qualidade e que, muitas vezes, lutam com parcos recursos.

Gostaria de destacar as Santa Casas, em especial a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, que atende a todos. Sem sombra de dúvida, Sr. Presidente, ao falar da Santa Casa, quero homenagear a todos aqueles hospitais, Casas de Saúde que atendem, principalmente, os que mais precisam - os mais pobres -, que dependem de recursos, que, infelizmente, na maioria das vezes não chegam.

Eu falava, Sr. Presidente, da importância da participação dos meios de comunicação. Por isso, nos dois minutos que me restam, lembro que hoje é o Dia do Jornalista. Os jornalistas percorrem um longo caminho desde o surgimento da pauta até a finalização da reportagem. Eles sabem da responsabilidade que têm para com a população. Sabem que, baseados em suas informações, muitos indivíduos formarão suas opiniões.

Muitas vezes, o trabalho exige levantamento de documentos, seleção de fontes, investigações, e tudo isso tem que ser feito com muito cuidado, a fim de garantir a credibilidade da reportagem, do jornal, enfim, do que será publicado.

A população precisa do trabalho de jornalistas que fundamentem sua profissão, seu agir jornalístico em razões éticas e que conduzam suas reportagens orientados pela ética e por um rigoroso senso de responsabilidade.

O Brasil tem profissionais altamente qualificados na área jornalística, e isso é uma honra para nós, brasileiros. A profissão de jornalista merece todo nosso respeito.

Sr. Presidente, em defesa da informação, da democracia, da liberdade e da justiça já tombaram centenas de jornalistas na América Latina, no Brasil e no mundo.

Quantas vezes assistimos a profissionais desta área sofrerem agressões ou morrerem em defesa das informações que chegam aos nossos lares, fazendo do papel, da caneta, do computador, da máquina fotográfica, da TV, do rádio, do jornal, da Internet, o seu instrumento de luta.

Mas, Sr. Presidente, para não permanecer somente no campo da história dos jornalistas, acho importante, Senador Rodolpho Tourinho - e não porque V. Exª está na Presidência, porque está aqui escrito no meu pronunciamento -, que esta Casa aprove, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, um projeto de lei do Senador Antonio Carlos Magalhães - sei da sua afinidade política -, relatado pelo Senador Hélio Costa, que valoriza a profissão de jornalista.

Sr. Presidente, se me permitir, na figura do Senador Hélio Costa, que quanto mais conheço, mais respeito, quero homenagear toda a classe jornalística do Brasil e do mundo.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Sr. Presidente, ao finalizar meu pronunciamento, quero lembrar a todos que tudo ao nosso redor está ligado ao presente divino que é a vida. Água, ar, terra, alimento, animais e seres humanos estão conectados à conservação da vida. Todos nós individualmente e também em grupo somos responsáveis pelo tipo de futuro que queremos para nós e para nossos filhos.

Quero deixar meu abraço e meu respeito aos trabalhadores da área de saúde e aos profissionais de jornalismo.

Concluo com a seguinte frase:

Eu posso escolher entre cuidar ou não de mim, cuidar ou não do outro, colaborar ou não com a conscientização do coletivo. A decisão é minha, mas certamente essa decisão não irá afetar somente a mim!

Por isso, a responsabilidade é de todos nós.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2005 - Página 8074