Discurso durante a 85ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Crise política que assola o Governo. Aumento do preço da gasolina no Brasil. Viagem de S.Exa. ao Rio Grande do Sul para tratar do problema dos quilombolas. Gastos em propaganda na Petrobrás.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA. POLITICA FUNDIARIA. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
  • Crise política que assola o Governo. Aumento do preço da gasolina no Brasil. Viagem de S.Exa. ao Rio Grande do Sul para tratar do problema dos quilombolas. Gastos em propaganda na Petrobrás.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/2005 - Página 20273
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA. POLITICA FUNDIARIA. ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
Indexação
  • COMENTARIO, NOCIVIDADE, EFEITO, AUMENTO, PREÇO, GAS LIQUEFEITO DE PETROLEO (GLP), GASOLINA, OLEO DIESEL, DENUNCIA, OCORRENCIA, DESMATAMENTO, REGIÃO NORDESTE, OBJETIVO, OBTENÇÃO, CARVÃO VEGETAL, MOTIVO, IMPOSSIBILIDADE, AQUISIÇÃO, GAS.
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, AUDIENCIA PUBLICA, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), APURAÇÃO, PROBLEMA, INJUSTIÇA, AMEAÇA, DESPEJO, VITIMA, QUILOMBOS, OCUPAÇÃO, TERRAS, PERIODO, CINQUENTENARIO.
  • CRITICA, EXCESSO, GASTOS PUBLICOS, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), PUBLICIDADE.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senadora Heloísa Helena, que preside esta sessão de sexta-feira, Srªs e Srs. Senadores, brasileiras e brasileiros que nos assistem pelo sistema de comunicação, o que vou falar, Senadora Heloísa Helena, V. Exª não viu - pode ter lido -, pois é muito novinha, tem uns 40 anos. Mas o Senador Efraim Morais, com esses cabelos brancos, deve ter ouvido isso, assim como o Senador Arthur Virgílio, que também deve ter ouvido de seu pai, que participou dos fatos que vou relatar.

Senadora Heloísa Helena, tínhamos esperança, quando à época de Getúlio, dizia-se: “O Petróleo é nosso”. Essa frase é de 1953, de 1954. V. Exª não tinha nascido, Senadora, mas, estudiosa que é, conhece uma das campanhas mais bonitas deste País.

Houve a campanha dos gaúchos, a Farroupilha, que antecedeu a República. Era uma esperança para a libertação e foi sufocada.

Houve outras campanhas civilistas de Rui Barbosa, mas V. Exª presenciou as Diretas Já. Essa campanha do “O Petróleo é Nosso” foi, em todo o País, a salvação. Isso se deu em 1954, há mais de meio século. Sei que a Petrobras não é nossa, é da sem-vergonhice, é do descaramento.

Senadora Heloísa Helena, que petróleo é nosso?

Sebastião Nery, um dos mais inteligentes jornalistas deste País, eleito em Pernambuco, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, escreveu o artigo “PT e Gás”, em que diz: “Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu, em 1995, o gás custava R$4,80. Hoje, no Nordeste, é quase R$40,00”.

Atentai bem! Essa velocidade no aumento do preço, ó Lula, deu-se no reinado do PT. Senadora Heloísa Helena, ouço a voz rouca da rua. Ontem, o povo mesmo - gosto do povo -, diante desses trágicos acontecimentos, disse: “Senador Mão Santa, PT é Partido Trágico, da tragédia!”

Parece até que tenho prevenção contra José, Zé, São José, embora eu seja Francisco. De jeito nenhum! Não tenho nada contra o Zé, o Zé Maligno. Sou a favor do Brasil, do povo do Brasil. Hoje, entra aqui outro Zé: Zé Eduardo Dutra. O Antonio Carlos Magalhães aqui veio, Senador Arthur Virgílio, e o batizou. Com a sua vida, a sua história e o seu poder, batizou o Zé Eduardo de Zé do Forró - e ele o é.

A Petrobras fugiu do seu sentido: do pensamento de Getúlio; da campanha “o petróleo é nosso”; do sentimento dos brasileiros; do sentimento de Arthur Virgílio, o pai, que lutou, e do filho, que está aqui; do sentimento de Heloísa Helena, que viu isso na história, que não assistiu à luta, porque é novinha, é muito jovem. Senadora Heloísa Helena, que campanha bonita!

Mas quero dizer que isso é ridículo. Sou muito prático. Cirurgião é um homem prático. Juscelino era como nós, cirurgião, prefeitinho, foi médico de Santa Casa, Governador de Estado, sorridente, alegre, mas trabalhador. Até cassado ele foi. Mas é assim, sofrido.

Então, quero dizer que sou muito prático. A esse negócio de dinheiro, não dou muito valor. Existem outros valores: a fé, o amor, o estudo, o trabalho e o povo. Senadora Heloísa Helena, eu mensuro as coisas. Senador Efraim Morais, nós aqui fizemos campanha todos juntos. A Senadora Heloísa Helena não a fez recentemente. O Senador Arthur Virgílio a fez.

Tenho um Tracker, aquele carrinho, um Jeep pequeno. Parece com o seu, Senadora Heloísa Helena; é só um pouquinho maior. E mensuro de forma muito simples: R$50,00 enchia o tanque do Tracker, na campanha. Fui para a minha Parnaíba, no Tracker - gosto de ir com ele -, e coloquei R$50,00 de combustível. Senador Arthur Virgílio, deu um terço do tanque. E nossa campanha foi outro dia!

Sou prático, então meço R$50,00. Aí fui refletir. De repente, eu estava no Parlatino, na Venezuela de Chávez. Perguntei: quanto é para encher o tanque? Responderam-me que era R$5,00. Lá a corrida de carro parece com a de um mototáxi do meu Piauí, de tão barata que é: R$3,00, R$4,00, R$5,00.

Confesso - o povo do Piauí me conhece - que gosto de uma mordomia moderada. Ontem mesmo, fui com o PT, com o Senador Paulo Paim, defender o Quilombo. É a maior imoralidade, a maior vergonha! Não sei em que país estamos! É o Rio Grande do Sul, da Farroupilha, de Anita Garibaldi, de Bento Gonçalves, de Alberto Pasqualini, de Getúlio, de Brizola, de João Goulart, de Pedro Simon, de Paulo Paim! É uma vergonha! A área não dá meio hectare; são pouco mais de 4,5 mil metros quadrados. Um Quilombo sendo despejado! Que injustiça é essa!

Castro Alves dizia: ó Deus, onde estás que não vês tamanha vergonha e injustiça? Senador Arthur Virgílio, são três governos: federal, estadual e municipal. Por menos de meio hectare, despejaram-se os pobres negros que construíram esta Pátria e que lá estão há quase um século. Isso é uma vergonha!

Digo isso, porque fui prefeitinho, governei o Piauí e nunca permiti que isso acontecesse. E essa será a maior vergonha e desonra para o bravo povo do Rio Grande do Sul. Que justiça é essa? Não é justiça não! Justiça, Senadora Heloísa Helena, é aquela de Cristo: “bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça.” A terra é de quem nela nasce, nela trabalha e nela mora. É uma família Silva.

E fomos lá fazer uma audiência. Nós, que somos católicos, sabemos que o grande mistério é o dogma da Trindade, três pessoas em uma só. Que se unam, esse Presidente aí - que está traindo o nosso Nordeste, a nossa sensibilidade -, o Governador, que é do nosso Partido, e o Prefeito.

Existem leis. Fui Prefeitinho e sei disto, Lula: qualquer Poder pode fazer um decreto de desapropriação, e eu fiz muito, para fim social. Aquilo é simbólico. É um quilombo, onde vivem famílias negras. Existe em todo o País.

E o nosso Zumbi, das suas terras, Senadora Heloísa Helena...permitir isso é uma vergonha.

Três pessoas em uma só: Pai, Filho e Espírito Santo. Juntem-se esse Presidente, o Governador e o Prefeito em uma só direção: a justiça que o povo quer.

E a nossa Petrobras? A Ministra fala em desmatamento na Amazônia, em Mato Grosso. E é o Nordeste que está sendo desmatado. Quero denunciar à Ministra, que vocês conhecem, eu só conheço alguns Ministros, porque são 40, com quem nunca me encontrei. Pior é desmatar o Nordeste e está sendo desmatado. Por que, Senador Arthur Virgílio?

Porque, lá, o gás custa R$40,00, Senador Efraim Morais. E o nosso homem honrado, o nosso caboclo tem que comer, e comida quente. O Lula não disse que não se deve comer frio? Então, lá ele precisa de carvão e está tirando madeira porque não tem dinheiro para comprar gás. Essa é a verdade, Senador Arthur Virgílio.

Se há desmatamento na Amazônia, no Nordeste é pior, porque há pouca. Estão desmatando para fazer carvão. Enquanto, na Venezuela, o botijão de gás custa R$10,00, no Nordeste custa R$40,00. Por quê? Porque o Zé do forró, o PT, o Partido da Tragédia, desviou o sentido.

Senador Arthur Virgílio, atentai bem: quando Getúlio deu início a esse sonho - e a Senadora Heloísa Helena ainda não havia nascido -, o imposto sobre a gasolina era de 4,8%. Os dados estão aqui. Hoje o imposto é de 59,2%. Motorista, quanto você está botando no tanque de gasolina? Eu só boto R$50,00, mas para facilitar o entendimento, vamos supor R$100,00. Desses R$100,00, R$59,20 são dados para o Governo.

Além disso, Senador Efraim Morais, há o gasto com publicidade. Que propaganda, Zé do forró, a Petrobras precisa fazer? De produto bom não se faz propaganda. Sou médico e sei que apenas no início se faz propaganda do produto. Mas, depois que ele se consagra, Senadora Heloísa Helena, procura-se amostra grátis e não tem mais. Quem precisa do medicamento é o médico para curar e o doente para se recuperar. Para que propaganda?

Observem o que gasta de propaganda essa Petrobras. E para quê? Vão fazer propaganda de oxigênio, de água? A gasolina, o gás, o óleo diesel, isso tudo encarece. A gasolina brasileira é a mais cara do mundo.

Senadora Heloísa Helena, sei que V. Exª não gosta; o Arthur Virgílio ainda não sei, não fiz um análise; sei que Fernando Henrique gosta, e eu gosto, moderadamente. A Heloísa Helena, zero. Mas, na classificação, existe agora uma mordomia deslumbrada, a do PT. Está todo mundo deslumbrado. Ainda vou classificar.

Estive lá na Venezuela do Chávez e, como gosto de mordomia moderada, o povo me conhece - vou já sair para comer na casa do Heráclito, é bom... Então, Senador Arthur Virgílio, quando terminou esse Congresso, fui passear na ilha da Venezuela. Apareceu um brasileiro, e pedi para arrumar um táxi para as 4h, depois que eu e Adalgisa almoçássemos e repousássemos.

Andei na ilha da Venezuela. O passeio começou às 4h; o motorista recordava a história da ilha, da política, dava uma de paparazzi, e voltamos ao hotel quase às 21h. Quando fui pagar, R$30,00, porque o combustível é barato.

Presidente Lula, se baixar o preço do combustível, a gasolina, o petróleo, o gás, você está ajudando a todos os brasileiros e brasileiras, principalmente os mais pobres.

Está no jornal, a Petrobras está nessa farra de distribuição de dinheiro para projetos - e não sou contra a arte e cultura. Mas o nosso Governo, Senador Arthur Virgílio, é estruturado: tem o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura. É uma farra, uma simpatia, com o dinheiro alheio.

Eu faria só uma indagação ao Presidente Lula. Parece-me que, ontem, o Espírito Santo baixou e ele tomou essa decisão de limpar o núcleo duro, de arejar, de oxigenar. Vamos aguardar. O dólar chegou a quase R$4,00. Atentai bem, Lula, medite, reflita. Tem que pensar. “Penso, logo existo”, dizia o filósofo. Pare para pensar. Não vai na onda desse Goebbles Duda Mendonça, que não dá. Mentira, mentira, mentira não se torna nunca verdade. A verdade é a verdadeira, é aquela, Heloisa Helena, que Cristo falava sozinho e ainda hoje chega: “De verdade em verdade eu vos digo...”

Gosto de uma mordomia moderada. Na posse do PT, eu antevi que não ia dar certo no meu Estado, e fui com a minha Adalgisinha, caladamente, a Miami, onde o PT abriu conta. Fui a Disney World. O dólar estava a quase R$4,00. Vamos ser práticos, eu sou um homem comum. Tudo era caro. Nós fazíamos apenas uma refeição e, graças a Deus, como o sanduíche era grande, eu dividia com Adalgisa e economizava.

Senador Arthur Virgílio, o dólar não baixou de R$4,00? Dizem que nós ainda importamos petróleo, mas, alguma vez, baixou o preço da gasolina, do óleo diesel ou do gás de cozinha?

O Lula criou ou Fome Zero. Lula, a primeira coisa é gás para que o povo possa cozinhar e comer. O povo tem gás para dois dias na semana e para os outros cinco, não. Está caro no Nordeste, lá o botijão custa R$40,00. O salário mínimo atual é R$300,00, mas o povo gasta quase 15% com o gás.

Senadora Heloísa Helena, a sua colega Senadora que é também Ministra precisa saber que estão desmatando o Nordeste. Lá, o nosso pobre desmata para fazer carvão. Talvez o Senador Arthur Virgílio não saiba o que é isso, mas eles pegam os gravetos e vão queimá-los enterrados, para não ter combustão. É assim que eles conseguem se alimentar.

Para justificar tudo isso, eu queria apenas dizer que - atentai bem - o imposto era de 4,8%, na época de Getúlio; agora, é de 59,2%.

Em 1953, apenas o Imposto Único incidia sobre o preço da gasolina. A alíquota era de 4,8% do valor de revenda. Agora, está aí essa situação. Eu iria adiante: nos Estados Unidos, o litro da gasolina em dólar é US$0.47; aqui, é US$0.70. A renda deles é muito maior. Lá, um operário ganha US$8.00 por hora. Como trabalha dez horas por dia, ele ganha US$80.00. É o que o brasileiro ganha por mês, mas, lá, a gasolina custa praticamente a metade.

Como é isso? E dizem que somos quase auto-suficientes, mas em farra, em convênios, em contratos para promoção pessoal dos políticos do PT. Essa é a vergonha.

Vamos colocar essa farra em zero, na Petrobras, e diminuir o preço do combustível, Lula. Aí, estará dividido igualmente entre os brasileiros, baixando o custo de vida e proporcionando ao povo a oportunidade de comer quente, porque ele está comendo frio, ou então com carvão, desmatando.

Essas são as nossas palavras.

A SRª PRESIDENTE (Heloísa Helena. P-SOL - AL) - Senador, prorrogo a sessão por meia hora, para que V. Exª e o Senador Arthur Virgílio falem pelo tempo que julgarem necessário. Pode continuar.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Pois continuemos:

O preço da gasolina na bomba, em março de 2004, no Rio de Janeiro, era de R$1,95 (...) - paga-se mais de R$1,00 de imposto, muito mais da metade, aproximadamente 60%. Nos Estados Unidos, Capiberibe, somadas todas as taxas, o percentual é de 26% .

Lá, há governo, progresso e oferecem-se segurança de retorno, educação e saúde.

Além disso, eles falam, Senador Arthur Virgílio, em lucro. A Petrobras teve lucro, lucro! Lucro com essa farra de gastos, não é? São pródigos em gastos desnecessários e não naquilo que é fundamental.

Dizem que a empresa ganhou, no último ano, mais de dez bilhões. Eu quero saber o que o povo ganhou. O povo!

Agora a Petrobras faz caridade com o chapéu dos outros. O povo não come, compra o gás, a gasolina e o óleo diesel mais caros do mundo, e os “bonitinhos” do PT (Partido da Tragédia) fazem filantropia.

Esse é um discurso de Antonio Carlos Magalhães. Foi ele quem inventou esse negócio de forró. O apelido de “Zé do Forró” não é meu, é do Senador Antonio Carlos Magalhães. A manchete era: “Petrobras financia forró petista na Bahia” e ele indagava como estaria Sergipe.

Recebi agora, Heloísa Helena, “A Festa Junina do Governo”. Já houve a festa de Santo Antônio, haverá a festa de São João e há uma modinha que já está sendo cantada.

Terminarei nossa festa com ela, porque muito mais que a oratória, as palavras, Senador Arthur Virgílio, a musicalidade comunica. Tanto é verdade, Senadora Heloísa Helena, que Salomão usava os Cânticos, os Salmos, cuja comunicação chega até hoje.

Estão cantando “A Festa Junina do Governo”, do PT, Partido da Tragédia:

Tem pamonha, quentão

e tapioca!

Bolo de coco, de fubá,

de amendoim!

Tem canjica, capeta e cocada!

Batata-doce, arroz-doce e pudim!

Nossa festa tem comida

o mês inteiro!

Aqui ninguém passa fome não!

Melhor que tudo isso:

tem dinheiro!

Porque junho é o mês

do mensalão!

Olha a propina!!!

É mentira!!!

Ó o mensalão!!!

Né comigo não!!!

Mão na cintura!!!

Tira a assinatura!!!

Tá todo mundo aí???

Olha a CPI!!!”

Essa é a crítica que nasce do povo do Brasil, porque a destinação de um povo são o trabalho, a riqueza e a felicidade.

As minhas palavras são no sentido de que o Divino Espírito Santo pouse em Lula, ilumine-o e transforme-o, para voltarmos a ter esperança.

Já falava o Apóstolo Paulo de três valores que Heloísa Helena sabe de cor: o amor, a fé e a esperança. E dizia Francisco, o santo: onde houver desespero, a esperança.

Essas são as minhas palavras para que o Presidente da República, com o seu PT, Partido da Tragédia, não tire a esperança de melhores dias do povo brasileiro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/2005 - Página 20273