Discurso no Senado Federal

Designação de membros para compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, destinada a apurar as denúncias de recebimento de quaisquer vantagens patrimoniais e/ou pecuniárias indevidas por membros do Congresso Nacional, com a finalidade de aprovar as matérias de interesse do Poder Executivo.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA.:
  • Designação de membros para compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, destinada a apurar as denúncias de recebimento de quaisquer vantagens patrimoniais e/ou pecuniárias indevidas por membros do Congresso Nacional, com a finalidade de aprovar as matérias de interesse do Poder Executivo.
Publicação
Publicação no DSF de 20/07/2005 - Página 24826
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), MESADA.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), CRIAÇÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, CONGRESSO NACIONAL.
  • DEFESA, UNIFICAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CONGRESSO NACIONAL, BENEFICIO, AGILIZAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, IRREGULARIDADE, GOVERNO FEDERAL.

O Sr. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós queremos deixar também registrado aqui que o PSDB sempre trabalhou aqui no Senado para que as coisas caminhem dentro do que a sociedade quer: coisas claras, transparentes e que tudo seja fiscalizado.

Quando surgiu a denúncia dos Bingos, o PSDB, junto com o PFL, junto com o PDT trabalharam, e trabalharam muito, para que a CPI dos Bingos fossem instalada. Infelizmente, houve de parte do Governo, inclusive encampada pelo próprio Presidente, pelo ex-todo-poderoso José Dirceu, um trabalho para que a CPI dos Bingos não fosse instalada. Foi preciso recorrer à Justiça para que tivéssemos o direito de instalar a CPI. O PSDB também trabalhou, contrariando aquelas afirmações do Líder Aloizio Mercadante, também trabalhou junto com o PFL, para que essas CPMIs ou CPIs fossem unificadas, para que não houvesse várias CPIs, porque precisamos agilizar a fiscalização. Em todo os momentos, em todas as discussões, o PSDB se comportou dessa maneira, fazendo com que as coisas ficassem claras, independentemente se for A ou B o presidente, mas que se respeitasse aquilo que era comum nesta Casa, os acordos no sentido de que quando fosse nomeado o presidente do partido do Governo, o relator seria da Oposição, ou vice-versa. Hoje nós poderíamos, tranqüilamente, ter apenas uma CPMI, ou CPI, apenas a dos Bingos, se não tivesse o Governo, no passado, trabalhado para retirarem as assinaturas. Com certeza, funcionando a CPI dos Bingos, que hoje funciona, todos os escândalos, certamente, teriam sido investigados. Ao não permitirem que a CPI dos Bingos fosse instalada, abriu-se a porteira, o dono da fazenda deixou uma fresta, deixou a porta um pouco aberta e passou um boi, depois passou a boiada. A corrupção ficou realmente descontrolada para o Governo, e hoje temos CPI dos Correios, CPI dos Bingos, CPI do Mensalão. Daqui a pouco, vem a CPI do Celso Daniel também, e vamos ficar aí passando este ano e o ano que vem apenas tentando tratar das CPIs.

Eu mesmo faço parte da CPI da Emigração Ilegal, faço parte da CPI da Terra, faço parte da CPMI dos Correios, da CPI dos Bingos e, agora, vou participar também da CPI do Mensalão. Vai ficar realmente difícil fazer um trabalho mais claro, mais ágil, transparente. Estou falando isso porque vamos ouvir as mesmas pessoas, Sr. Presidente. O Sr. Delúbio, o Sílvio, o Marcos Valério também vão ser ouvidos na CPI do Mensalão. O Roberto Jefferson também será ouvido. Já foram ouvidos na dos Correios e, certamente, vão ser ouvidos de novo. Veja que podíamos ter aproveitado tudo isso em apenas uma CPMI. A sociedade, Sr. Presidente, quer agilidade.

Vejam só: antes, quando contestavam as CPIs, quando diziam que não tinham provas, que era falácia, que era golpe, que falavam por falar, hoje, aqueles mesmos que diziam que era golpe da direita, que era golpe não sei de quem, eles mesmos estão confessando. Já há réu confesso, Senador Antonio Carlos Magalhães. Aquele que chorou e disse que era golpe da direita foi dizer agora, confirmado pelo Presidente Lula, confirmado por Marcos Valério, que há um Caixa 2. Um Caixa 2! Se não houvesse as CPIs, certamente não saberíamos de tudo isso.

Cadê aquelas pessoas que diziam que era golpe? Cadê aquelas pessoas que diziam que era mentira, que não havia provas? E nós da Oposição não estamos conseguindo mostrar as verdadeiras provas, exceto nos debates, exceto nas investigações da CPI. Mas a própria Base do Governo está se denunciando, está se contradizendo - aliás, tinham que combinar com o Presidente Lula para dizer na França uma coisa e para o outro dizer a mesma coisa aqui no Brasil. Só que não combinaram o horário.

Há uma confusão, estão batendo cabeça. Não se encontram mais. Isso é mentira ou é real? Isso é real. O Brasil ouviu. A quem querem enganar? Para que esconder o jogo? Será que ainda dirão que é golpe? Será que ainda dirão que é jogo eleitoral? Que querem antecipar as eleições? Não pode mesmo isso acontecer no período eleitoral. Tem que acontecer agora a fiscalização. É agora que temos que apurar.

Sr. Presidente, infelizmente, não vamos conseguir apurar tudo neste ano e vai acabar indo para o ano que vem porque três meses não resolvem. Serão quatro ou cinco, vão prorrogar essas datas.

Lamento profundamente. Falavam tanto em lavagem de dinheiro, que temos de apurar, que precisamos apurar, e o PT está usando a legenda, a sigla, para lavagem de dinheiro.

Eu não quero usar a questão política, mas é preciso esclarecer que há muita gente boa no PT, muita gente séria, e essas pessoas também querem clarear a questão. Mas há muitos que diziam que era golpe, que era antecipação de eleição e agora têm que se curvar, e são coniventes com a corrupção. Lamentavelmente, isso está bastante claro através da Imprensa.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/07/2005 - Página 24826