Discurso durante a 143ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da passagem do Dia do Soldado, hoje, 25 de agosto, e destaque para a importante participação do Exército na construção da história do Brasil, sobretudo na Região Norte.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.:
  • Registro da passagem do Dia do Soldado, hoje, 25 de agosto, e destaque para a importante participação do Exército na construção da história do Brasil, sobretudo na Região Norte.
Publicação
Publicação no DSF de 26/08/2005 - Página 29106
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FORÇAS ARMADAS.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, SOLDADO, ELOGIO, ATUAÇÃO, FORÇAS ARMADAS, IMPORTANCIA, COMBATENTE, HISTORIA, PAIS, DEFESA, INTERESSE NACIONAL.
  • REGISTRO, ATUAÇÃO, EXERCITO, REGIÃO NORTE, ESTADO DO AMAZONAS (AM), INCENTIVO, EDUCAÇÃO, MANUTENÇÃO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, ENSINO MILITAR, COMENTARIO, OBSTACULO, FALTA, INVESTIMENTO, SOLICITAÇÃO, EMPENHO, GOVERNO FEDERAL, COMPROMETIMENTO, PROJETO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, EXERCITO, AREA, SAUDE, HOSPITAL MILITAR, ESTADO DO AMAZONAS (AM), DEFESA, CRIAÇÃO, CONVENIO, HOSPITAL, FORÇAS ARMADAS, BENEFICIO, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO, REGIÃO.
  • NECESSIDADE, INCENTIVO, TRABALHO, NATUREZA SOCIAL, EXERCITO, PREPARO, ADOLESCENTE, ATUAÇÃO, FORÇAS ARMADAS.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o 25 de agosto assinala a passagem do Dia do Soldado. Ao registrar a data, que, longe de estar tão-somente integrada ao calendário cívico nacional, mostra-se vivamente arraigada nos sentimentos mais profundos de nossa gente, presto minha homenagem a esses valorosos brasileiros que fazem da defesa da Pátria sua razão de viver.

Vem de longe, do fundo de nossa História, o heróico e incansável trabalho desses soldados. Da luta contra o invasor holandês, no longínquo século XVII, passando pela Guerra da Tríplice Aliança, na segunda metade do século XIX, e chegando à brilhante participação na Segunda Guerra Mundial, quando nossos pracinhas deram a vida pela defesa da liberdade e contra a barbárie nazista, o Exército brasileiro jamais deixou de dar mostras de sua combatividade, de seu acendrado patriotismo, de seu compromisso com os mais elevados valores da nacionalidade.

Por tudo isso, nunca é demais ressaltar seu papel na História brasileira. A Nação que buscamos construir há cinco séculos, tarefa árdua e ainda tão claramente inconclusa, tem para com esses seus filhos militares impagável dívida de gratidão. Nesse sentido, como homem da Amazônia, sinto-me na obrigação de destacar o papel insubstituível que o Exército representa em nossa região.

Entre tantos exemplos passíveis de serem ressaltados, começo por destacar o que o Exército tem feito na área da educação na Região Norte. Compreendendo as enormes carências ali ainda existentes, o Colégio Militar de Manaus deu início, em 2002, às atividades de educação a distância. Atingindo toda a área geográfica de atuação do Comando Militar da Amazônia, esse serviço constitui-se em meritória ação junto aos jovens que estejam cursando os níveis fundamental e médio da Educação Básica.

Enfrentando - e vencendo! - toda a sorte de obstáculos, o esforço despendido por esse sistema de educação a distância recebe o retorno mais que confortador. De um lado, a satisfação das famílias dos militares - inclusive daqueles que temporariamente se encontram do outro lado da fronteira - pela visível melhoria do desempenho escolar de seus filhos. De outro, a irrisória taxa de desistência, em torno de 4%, quando a média internacional costuma chegar aos 60%!

Contudo, como bem salientou o Dr. José Barroso Filho, Juiz-Auditor na região, “os problemas advindos da complexidade logística, a necessidade de investimentos elevados, a dificuldade de acesso dos alunos a computadores e à internet, o número limitado de profissionais e os materiais didáticos a serem utilizados são fatores que limitam o trabalho e que, portanto, devem ser solucionados”. Ao fazer minhas suas palavras, apelo ao Governo Federal para que tenha a necessária sensibilidade para compreender a magnitude dessa ação do Exército e, em conseqüência, lhe dê as condições indispensáveis ao seu prosseguimento.

Não se esgota na educação, Sr. Presidente, o trabalho comunitário, de vastíssimo alcance social, desenvolvido pelos profissionais do Exército brasileiro nos confins da Amazônia. Na área da saúde, o hospital montado pelo Estado do Amazonas em São Gabriel da Cachoeira, há muito desativado, foi assumido pelo Exército, está em plena atividade e atende a toda a população da região, com admirável padrão de qualidade. Infelizmente, muitos outros hospitais públicos da Região Norte carecem das condições mínimas para seu funcionamento.

Por que, Sr. Presidente, convênios não são celebrados com o Exército para permitir que essas instituições hospitalares cumpram sua finalidade e possam atender às populações que delas tanto necessitam? Na mesma linha de raciocínio, indago pelas misteriosas razões que impedem os governos estaduais da Amazônia de firmarem parceria com o Exército na área odontológica para que seus brilhantes profissionais ofereçam tratamento profilático a milhares de pessoas.

A estratégica Região Amazônica muito deve ao Exército brasileiro. Da defesa de nossa integridade territorial aos serviços prestados a uma população quase sempre muito carente, nossos soldados cumprem uma missão espinhosa, na qual não faltam perigos e desconforto. Fazem-no movidos pelo sentimento do dever e pelo compromisso com a Pátria. Todavia, não tenho dúvida alguma a este respeito, muito mais poderia ser feito se houvesse por parte do Poder Público - em especial dos governos federal e estaduais - a decisão de investir no bem-estar da população e no desenvolvimento econômico e social desta que é a maior região do País.

Lembro, a propósito, que o Exército do Brasil tem todas as condições de disseminar pela Amazônia afora centros de cidadania, nos quais a população teria acesso fácil, rápido e barato à Justiça; Tiros-de-Guerra, de modo a preparar jovens para o exercício elementar das atividades militares e para a execução de louváveis ações comunitárias; pelotões de fronteira, urgentemente necessários; infocentros, ou seja, centros públicos de acesso à informática.

A lista é longa, Sr. Presidente. Ainda que destacando apenas esses pontos, espero ter demonstrado que, se importantíssima foi a participação do Exército na construção de nossa História, imprescindível se torna sua presença na edificação de um futuro melhor para todos nós. Sobretudo na Região Norte, o papel do Exército mostra-se insubstituível. Que as autoridades estaduais e o Governo Federal se conscientizem dessa verdade e, em vez de palavras vãs e retórica vazia, ajam no sentido de oferecer aos soldados brasileiros as condições necessárias ao bom desempenho de suas missões. Disso depende o futuro da Amazônia brasileira. Disso depende o Brasil.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/08/2005 - Página 29106