Discurso durante a 167ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação de pesar pelo falecimento da Sra. Regina Fonseca Micheleti, esposa do Prefeito de Londrina/PR. Reflexão a respeito da ética, transparência e direitos humanos.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Manifestação de pesar pelo falecimento da Sra. Regina Fonseca Micheleti, esposa do Prefeito de Londrina/PR. Reflexão a respeito da ética, transparência e direitos humanos.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2005 - Página 33201
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, CONJUGE, PREFEITO, MUNICIPIO, LONDRINA (PR), ESTADO DO PARANA (PR).
  • HOMENAGEM, DIA, IDOSO, COMENTARIO, IMPORTANCIA, CUMPRIMENTO, LEGISLAÇÃO, GARANTIA, DIREITOS, VELHICE.
  • COMENTARIO, CRISE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DEFESA, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, PUNIÇÃO, RESPONSAVEL, IMPORTANCIA, ETICA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, RESPONSABILIDADE, SOCIEDADE, DIREITOS SOCIAIS, DIREITOS HUMANOS, VALORIZAÇÃO, CIDADÃO, BENEFICIO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Colegas Parlamentares, em primeiro lugar, transmito ao Senado Federal, com pesar, o falecimento, na madrugada de hoje, da Srª Regina Fonseca Micheleti, Primeira-Dama de Londrina, esposa do Prefeito Nedson Micheleti, que foi nosso Colega no Congresso Nacional, como Deputado Federal.

Regina faleceu aos 42 anos de idade. Apresentava problemas sérios de saúde há dois ou três anos, problemas que a levaram à morte na última madrugada.

O fato consternou sobremaneira todo o Município de Londrina, pela juventude e pelo dinamismo da Primeira-Dama.

Gostaria, desta tribuna, de transmitir, em meu nome e em nome de tantos Parlamentares da Câmara e do Senado, a nossa solidariedade ao marido, Nedson Micheleti, e aos filhos, Rafael, de 19 anos, e Juliana, de 14 anos de idade. Que realmente levem, em sua caminhada pela vida, o exemplo da esposa e da mãe, uma pessoa guerreira, combativa, que teve grande penetração social. Que seu exemplo norteie também os passos não só da família, mas do Município de Londrina e de tantas pessoas por todo o Estado do Paraná.

Quero associar-me, em um segundo momento, às manifestações externadas desta tribuna pelo Dia do Idoso. Desejamos, não só em relação ao idoso, mas à pessoa com deficiência, à criança, ao adolescente, enfim, a toda a área social, que a legislação existente realmente seja cumprida. O grande presente que todos poderíamos obter, e não dar - fruto do conhecimento da legislação, da discussão, da organização da sociedade -, a nossa grande conquista, seria a transformação dos direitos em realidade. Esse é o nosso grande desafio num conjunto de áreas do Brasil.

Finalmente, eu gostaria de encerrar meu breve pronunciamento lembrando a todas as pessoas do Brasil que, diante do quadro atual, temos grandes desafios também.

Sou um Parlamentar do Partido dos Trabalhadores - já fui do PSDB durante 12 anos e mudei para o PT na seqüência - e, diante do que vem acontecendo na vida nacional, tenho dito para as pessoas que devemos pensar em dois caminhos: o primeiro, sem dúvida, é o da investigação do que está acontecendo, punindo quem deva ser punido, quem apresente culpa em relação aos episódios, e criando mecanismos para que fatos semelhantes não se repitam.

O Partido dos Trabalhadores está muito enraizado nos movimentos sociais voltados para o idoso, para a criança, para os direitos humanos e para os agricultores. Muitas das pessoas envolvidas com essas causas não estão ligadas a Partidos políticos; outras estão, mas todos temos o desafio - e não se trata de bandeira exclusiva de um Partido político, mas, na verdade, meta que deve conduzir o caminho de toda a sociedade brasileira - de pensar, em primeiro lugar, na ética, na transparência e na aplicação adequada dos recursos.

Equivocaram-se as pessoas que diziam que essa bandeira era exclusiva do Partido dos Trabalhadores. Ela não foi e nunca deverá ser exclusiva de qualquer grupo, de qualquer Partido ou de qualquer pessoa, pois é uma bandeira da sociedade brasileira e o Partido político, cada vez mais, deve-se aproximar e sintonizar-se com ela.

Além dessa, há uma segunda bandeira: vamos trabalhar juntamente com a sociedade, pois ela sabe o que quer e como conduzir o processo. Nada melhor que uma caminhada co-responsável, em que as pessoas e os movimentos sejam também co-partícipes das conquistas que devem ser obtidas. Nada melhor, por exemplo, do que se falar com os agricultores para se saber o que é importante para essa área fundamental para o Brasil.

Então, além da ética, da transparência e dessa co-responsabilidade, devemos discutir sempre a questão dos direitos sociais, dos direitos humanos e da valorização do cidadão brasileiro, em primazia, em supremacia às questões econômicas. Quando discutirmos o superávit, o orçamento, o pagamento de juros, os serviços da dívida e os bilhões, sempre deveremos ter em mente a concretização dos direitos humanos fundamentais.

Neste momento de crise, que merece reflexão também por parte de toda a sociedade, os direitos humanos, a co-participação, a co-responsabilidade, a ética e a transparência devem ser caminhos a serem perseguidos, sem dúvida alguma, por todos os que fazem parte do Partido dos Trabalhadores, para que esta bandeira esteja sintonizada com os outros Partidos e também com os cidadãos.

Se formos capazes disso, investigando, punindo, criando mecanismos e defendendo bandeiras essenciais para a vida do País, tenho certeza de que, desses episódios todos, poderemos obter um Brasil melhor, desenvolvido e, principalmente, justo para com todos os brasileiros.

Sr. Presidente, agradeço-lhe a deferência. É sempre uma alegria estar atuando nesse sentido com V. Exª, um batalhador não só na área da saúde, mas no campo dos direitos humanos de maneira geral, e um lutador por um Brasil melhor.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2005 - Página 33201