Discurso durante a Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Parabeniza a iniciativa do Senador Antero Paes de Barros de concessão do título de Professor Honoris Causa da Universidade do Legislativo - UNILEGIS ao Senador Ramez Tebet.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Parabeniza a iniciativa do Senador Antero Paes de Barros de concessão do título de Professor Honoris Causa da Universidade do Legislativo - UNILEGIS ao Senador Ramez Tebet.
Publicação
Publicação no DSF de 18/01/2006 - Página 568
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • APOIO, REQUERIMENTO, HOMENAGEM, RAMEZ TEBET, SENADOR, EX PRESIDENTE, SENADO, CONCESSÃO HONORIFICA, PROFESSOR, UNIVERSIDADE, LEGISLATIVO, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Meu bom amigo Ramez Tebet, nesse momento tão conturbado em que a convocação extraordinária não disse a que veio, com uma classe política que não expõe o que quer; com Governo e Oposição, ambos muito longe do que deveriam ser, de repente, não mais do que de repente, Deus propiciou a todos nós um oásis, uma paz. Deus nos traz a uma solenidade que tem o sentimento de mostrar que temos a obrigação de ver além. Não podemos ficar na picuinha, naquilo que nos afasta, naquilo que faz com que não sintamos a compreensão e o valor da vida.

Meu amigo Tebet, ninguém nesta Casa te conhece mais do que eu; ninguém teve a felicidade de conviver e de saber quem é Ramez Tebet.

O Senador? Sim, o Senador. O político? Sim, o político. O empresário, proprietário de terras, Governador, Senador, Presidente do Senado, Ministro? Sim, tudo isso. Grande orador, um dos melhores que esta Casa tem? Sim, tudo isso. Homem íntegro, correto, decente, sério e responsável? Sim, tudo isso. Mas isso apenas faz parte daquilo que constitui Ramez Tebet.

No seu todo, um símbolo realmente de criatura de Deus, homem que tem muito de Deus. Homem nos seus erros, porque nós os praticamos, mas que é puro na sua intenção, na sua beleza, na sua grandeza.

Faço uma reflexão: se todo mundo no Congresso fosse como o Tebet, se todo o mundo, na classe política, fosse como o Tebet, estaríamos vivendo em um outro País, se todo o cidadão tivesse o espírito de grandeza, de amor; de olhar o seu semelhante e o seu adversário com a grandeza do Tebet.

O Ramez Tebet pode ser o seu irmão, companheiro de PMDB; pode ser o Governador do seu Estado, adversário total, para o Tebet somos todos irmãos, porque o Tebet tem a grandeza de ver não aquelas coisas que nos separam e que geralmente são ocasionais. Nós nos achamos os tais porque o nosso Partido é o tal, nós nos achamos certos porque a nossa religião é a certa, nós nos achamos corretos porque estamos em uma situação correta; mas, na verdade, quem está aqui, amanhã, está lá; há pessoas sérias nesta religião e há naquela; há pessoas dignas no meu partido e no partido do meu adversário, e a recíproca é verdadeira. Há gente que não vale nada no meu partido e no partido do meu adversário.

Por que ver só coisa ruim? Por que ver só o que não é certo? Por que ver só o equívoco? Por que não ver a grandeza e a pureza? E a grandeza de somarmos as nossas mãos no sentido de construirmos um grande País? Esse é o Tebet.

Dizemos que faltam referências no Brasil - e o tenho dito muitas vezes. Olhando para um lado e para outro, no Congresso e fora do Congresso, não vemos essas grandes referências, que foi um Teotônio, que foi um Ulysses, que foi um Dom Helder Câmara; pois, agora, neste momento, estamos vendo uma referência. O Tebet é uma referência.

O Tebet é uma referência para quem quer que seja; seja um homem de bem, seja um homem de igreja, seja um homem de fé, seja um político, seja um empresário, seja um intelectual, seja um chefe de família, seja um pai de família, o Tebet é referência. Podemos olhar para ele e dizer: “É por aí que nós temos de caminhar”. Podemos olhar para a sua maneira de ser como Senador da República e dizer: “É esse o caminho”. Podemos olhar para a sua maneira simples e singela e dizer: “É por aqui”.

Devemos olhar, às vezes, o Congresso agitado. Eu mesmo, quando estou irritado, falando exageradamente, ele vem, me abraça e diz: “Pedro, tudo bem, mas tu tens de ter mais calma, Pedro. A coisa não é só assim, Pedro. Tu tens de ver que as pessoas também têm um lado que está certo. Vejo tudo que tu falaste, mas tu esqueceste isso. Tu esqueceste isso aqui, que eu acho que é importante”. Ele tem a grandeza de ver sempre o outro lado. O lado que queremos ocultar, que não queremos enxergar, porque, “se não está comigo, é porque não está certo”. O Tebet, não. Muitas vezes, não se está com ele, e ele acha que está certo.

Faz tempos que quero te agradecer. Não calculas o favor que estás nos fazendo, ao Congresso Nacional e a nós todos; a felicidade que nos proporciona com a tua presença.

O Antero Paes de Barros, com a sua sensibilidade, com a sua competência e inteligência - e eu me atrevo a dizer, com a inspiração que ele teve -, apresenta um projeto: um projeto que pode parecer singelo, um projeto que é uma honra muito grande, pois se trata de uma universidade, afinal, que reflete aquilo que representamos nas nossas relações, aquilo que queremos para o futuro. Não como ocorre aqui, onde o que resta é o busto de Rui Barbosa ou uma história na biblioteca. Queremos uma universidade para relegar às futuras gerações a média do nosso pensamento, o que de bom produzimos, o que de concreto apresentamos para a sociedade futura. Queremos que os jovens aprendam e se preparem para receber isso.

Então, ser o Mestre, ser o Professor Honoris Causa, ser o Orientador! Ele que foi o grande responsável pela criação e pela consolidação daquilo que era uma idéia e que foi transformada em realidade. É importante, sim, é muito importante. Mas é importante que, hoje, a decisão do Antero nos proporcionou uma oportunidade de este Congresso Nacional viver um dos seus grandes momentos. Ninguém foi eleito Presidente do Congresso Nacional nem Presidente da República; ninguém ganhou vantagem nem regalia, nem coisa nenhuma; nem foi um grande pronunciamento. Hoje, estamos registrando aquilo que estava aqui todos os dias. Todos os dias, ele entrava por aqui e caminhava; nós o recebíamos, nós o ouvíamos e nós o abraçávamos, mas, hoje, estamos oficializando o grande padrão, o grande condutor. Podemos dizer que a grande referência que hoje existe no Brasil chama-se: o bravo companheiro Ramez Tebet. Ele é essa referência. Nós, aqui, estamos consolidando que ele é esse nome. Ele é essa bandeira, ele é essa história. Todos nós estamos representados nele. Neste momento, ao se passar esse título ao Tebet, estamos recebemos uma parte dele, porque somos 81 bravos.

Querido Tebet! Que bom, meu irmão! Que bom vencer os obstáculos da saúde - quem não os tem - com a sua fibra! Que bom, na sua espiritualidade, na sua maneira de ver a vida, você ter ido a Fátima com sua querida esposa, para agradecer! Que bom você ver a sua filha como uma Prefeita extraordinária e ouvir alguém já dizendo que ela vai subir junto a você! Que bom você poder receber uma homenagem como essa! Que bom você poder ouvir isso!

Obrigado, meu Deus, por me dar um amigo como o meu querido companheiro Tebet.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/01/2006 - Página 568