O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Presidente do Senado Federal, Senador Renan Calheiros; Exmº Sr. Joaquim Roriz, Governador do Distrito Federal; Ilmª Drª Anna Christina Kubitschek Pereira, Presidente do Memorial JK; Eminentíssimo Sr. Dom José Freire Falcão, Arcebispo Emérito de Brasília; Exmº Sr. José Gerônimo Bezerra de Souza, Desembargador do Tribunal de Justiça do DF; Exmº Sr. ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Maurício Corrêa; Srªs e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Deputados, Prefeitos, Prefeita, demais autoridades civis, eclesiásticas e militares aqui presentes, eu havia preparado um pronunciamento e dele vou abrir mão para não ser repetitivo. Eu ia falar da industrialização, das grandes estradas pavimentadas por JK, da indústria naval, do maior crescimento do Brasil, em 1958, que chegou a 10,8%, enfim, de tudo o que Juscelino fez pelo Brasil. Mas todos os que me antecederam já falaram muito sobre o dinamismo e o empreendedorismo de JK.

Cumprimento o Senador Paulo Octávio pela iniciativa da homenagem pelo cinqüentenário da posse de JK. É muito importante. Acho que toda homenagem que o Brasil fizer a JK ainda é pouco pelo que ele fez pelo País e por por todos os brasileiros.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, visitantes, tenho a honra de ser de Jataí, a cidade onde Juscelino começou sua campanha rumo à Presidência da República. E o Senador Heráclito Fortes falou do PSD; Mão Santa, da UDN; porém, uma grande curiosidade que pouca gente no Brasil sabe é por que Juscelino iniciou a campanha presidencial numa cidade pequena no interior de Goiás. Justamente porque Jataí era o maior reduto pessedista do Brasil, proporcionalmente. A história ainda não registrou isso, mas Juscelino deixou isso manuscrito na minha cidade: era o maior reduto pessedista do Brasil. E por isso ele iniciou sua grande caminhada lá, em Jataí, no dia 4 de abril de 1955, onde chegou debaixo de uma chuva muito forte e, mesmo assim, autorizou que o avião pousasse. Fez o seu pronunciamento numa oficina mecânica, porque a chuva não deixou que o povo se reunisse em praça pública, em cima da carroceria de um caminhão Studebaker, que pouca gente hoje conhece.

Então, foi numa oficina mecânica, na carroceria de um caminhão Studebaker que ele assumiu o compromisso de mudar a capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central, o que naturalmente redundou aqui na capital Brasília.

Entre alguns dados interessantes, está o fato de a casa onde ele se hospedava em Jataí ser justamente de um médico que formou-se com ele em Belo Horizonte, Dr. Serafim de Carvalho. Ele foi três vezes a Jataí e hospedava-se nessa casa. A viúva do Dr. Serafim ainda é viva e tem todas as fotos, bilhetes e cartas de Juscelino Kubitschek.

A minha cidade, Jataí, também construiu um memorial para JK, cujo projeto é de Oscar Niemeyer, que foi inaugurado por Anna Christina no ano passado. Um parque ecológico com o nome de JK abriga esse memorial, onde há muitas fotos, muitas cartas, muitos bilhetes, que nem mesmo o Memorial JK daqui de Brasília possui. A minha cidade, portanto, talvez seja a mais juscelinista de todas as cidades brasileiras. (Palmas.)

No dia 4 de abril de 1955, Juscelino aportava em Jataí, onde prometeu a mudança da capital para o Planalto Central. Foi de Jataí que vieram as perobas e grande parte da madeira que serviu para escoramento dos prédios que foram levantados em Brasília. Portanto, a minha cidade guarda uma afinidade muito grande com JK. E de lá muitas famílias vieram para ajudar na construção de Brasília.

Faço o registro desses fatos, que considero importantes com relação à história do nosso País, e quero dizer que pessoalmente sinto-me honrado em ocupar uma das cadeiras que Juscelino ocupou aqui no passado. Goiás também o elegeu Senador da República e Juscelino sempre teve um carinho especial por Goiás. Por isso, a homenagem dos goianos é mais apaixonada, é mais emotiva com relação a JK.

Sempre tivemos uma amizade muito grande com a família. Fui Deputado Federal com a Márcia Kubitschek, fui vice-Governador na época em que ela era vice-governadora de Joaquim Roriz. Ela inaugurou a primeira homenagem, um marco na história de Jataí, de Juscelino Kubitscheck. Por isso, quero prestar as minhas homenagens a Márcia, a Maristella, a Anna Christina e principalmente a D. Sarah, que foi uma mulher extraordinária, um sustentáculo a campanha e da jornada vitoriosa de Juscelino Kubitschek. (Palmas.)

Juscelino foi, sem dúvida, o maior estadista deste País. Ele não foi um dos maiores, ele foi o maior estadista de toda história do Brasil e é um exemplo que todos devemos cultuar. Não precisamos buscar exemplos em outros países. Nós temos aqui o Presidente Juscelino Kubitschek como o grande exemplo de político, de administrador, homem que enxergava longe, pensava grande, sonhava alto e mudou realmente a história deste País.

O Presidente Juscelino inspirou muitos goianos. Da minha pequena Jataí, saímos três Governadores de Estado. Ele teve uma amizade muito grande com Íris Rezende, que foi um grande tocador de obras e mudou também a história de Goiás sendo grande administrador.

O Presidente Juscelino inspirou Joaquim Roriz. Juscelino tinha propriedade aqui bem próximo à cidade de Joaquim Roriz - que hoje, sem favor nenhum, é o maior tocador de obras deste País. (Palmas.) Sem favor nenhum! Construiu a ponte que hoje é referência no mundo inteiro. Realizou obras em Brasília como ninguém imaginava que um Governador pudesse fazer. Joaquim Roriz é, sem dúvida nenhuma, um seguidor de JK. Foi JK no Brasil e JR, Joaquim Roriz, aqui em Brasília. Realmente, ele fez obras importantíssimas aqui na capital. (Palmas.)

Essa é a minha homenagem a esse Governador, porque hoje nós precisamos de políticos e Governadores que tocam obras públicas. Obras públicas geram empregos, bem-estar à população e riqueza para o País. Nós estamos com uma carência muito grande de obras públicas aqui no nosso País.

Deixo aqui a homenagem de todos os goianos, uma homenagem apaixonada a este brasileiro que foi, sem dúvida nenhuma, o maior administrador, o maior político, o político mais hábil. Aqui foi dito e eu repito: ele enfrentou muitos levantes, enfrentou várias CPIs e, com muita calma, com muita prudência, com muita habilidade soube encerrar o seu Governo e soube dar ao Brasil o progresso, pela interiorização no nosso País.

Presto a minha homenagem a toda a família na pessoa da Anna Christina e de todos os familiares. E cumprimento o Paulo Octávio por esta oportuníssima homenagem pela passagem do cinqüentenário da posse de JK.

Sr. Presidente, para encerrar, gostaria que V. Exª permite que o jovem Antonio Soares Neto, que completou 80 anos, viesse aqui se apresentar (Palmas).

Ele foi o homem que teve o lampejo de genialidade ao fazer a famosa pergunta a Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Desculpem-me, mas a minha garganta está muito seca.

Eu gostaria que ele subisse à Mesa para se apresentar. Ele tem 80 anos, mas é um jovem ainda. E a minha cidade tem mais essa característica importante: temos lá muitas pessoas com mais de cem anos, e que recebia lá o Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Toniquinho com 80 anos, ainda jovem, vai ultrapassar os cem anos e seria importante que ficasse registrado nos Anais desta Casa a presença física daquele que fez com que Juscelino prometesse a mudança da Capital. (Palmas)

Muito obrigado, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores.