Discurso durante a 15ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Assassinato de um cobrador de ônibus em Vitória/ES, no último dia 29. Inércia do Governo Federal que está emperrando o desenvolvimento socioeconômico do País.

Autor
João Batista Motta (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/ES)
Nome completo: João Baptista da Motta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Assassinato de um cobrador de ônibus em Vitória/ES, no último dia 29. Inércia do Governo Federal que está emperrando o desenvolvimento socioeconômico do País.
Publicação
Publicação no DSF de 03/02/2006 - Página 3005
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • GRAVIDADE, HOMICIDIO, TRABALHADOR, TRANSPORTE COLETIVO URBANO, SINDICALISTA, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), OCORRENCIA, MOBILIZAÇÃO, SINDICATO, PARALISAÇÃO, FROTA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, DISTRIBUIÇÃO, ONIBUS.
  • DENUNCIA, OMISSÃO, GOVERNO FEDERAL, FALTA, PROJETO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, ENTREGA, BRASIL, INTERESSE, ESTRANGEIRO, PERDA, AGREGAÇÃO, VALOR, PRODUTO EXPORTADO, AUSENCIA, UTILIZAÇÃO, MÃO DE OBRA, PROTESTO, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, GESTÃO, FLORESTA, SETOR PUBLICO.
  • ELOGIO, GOVERNADOR, ESTADOS, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO, ESPECIFICAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES).

            O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu caro Senador Mão Santa, que preside a sessão esta tarde, queria lhe agradecer inicialmente pela gentileza de ainda me conceder a palavra. Tentarei ser o mais breve possível, mas V. Exª já foi tão generoso comigo que, talvez, possa deixar passar um minutinho ou dois, para que possa externar a totalidade do nosso pensamento hoje.

            Sr. Presidente, mais um crime aconteceu no meu Estado, no último dia 29 precisamente. Desta vez a vítima foi um trocador de ônibus do sistema de transporte urbano da Grande Vitória. Um rapaz bom, humilde, honesto e trabalhador foi assassinado em seu posto de trabalho, às 4h da madrugada. Revoltado com o fato, o sindicato da classe ordenou, em forma de protesto, a paralisação de toda a frota de ônibus da Grande Vitória. A população, por sua vez, também revoltada pela falta de transporte inesperadamente, promoveu um quebra-quebra e destruiu quase 30 ônibus, causando um enorme prejuízo para toda a sociedade. Foi um verdadeiro efeito dominó.

            Os motivos do crime ainda não foram constatados. Algumas pessoas dizem que tudo pode ter sido provocado por uma disputa pelo comando do sindicato, já que o jovem assassinado era um sindicalista. Outros dizem tratar-se de um crime passional. A Polícia, por sua vez, trabalha com uma única certeza: o crime foi de mando. O Bom Dia, Espírito Santo, da TV Gazeta, dirigido pelo jornalista Abdo Chequer, entrevistou, no último dia 31, alguns especialistas no assunto e, representando o sentimento popular, passou a certeza de que, de fato, o único responsável era o Estado.

            Ao ouvi-lo, os mais desavisados podem ter ficado com a impressão de que ele se referia ao Estado do Espírito Santo. Mas, na realidade, tratou-se de uma referência ao Estado brasileiro.

            É evidente que o Estado não pode ser responsabilizado pelo fato de alguém ter sido traído pela mulher ou pela namorada, ou ainda por um maluco qualquer que deseje impedir a eleição de alguém que dispute um cargo em um sindicato. Não podemos confundir a população com afirmações desse tipo. Mas está claro que o Estado brasileiro, Senadora Heloísa Helena, é o culpado. Está pecando por omissão. Principalmente o Governo Federal, que nunca faz a sua parte, permitindo que o País viva à deriva, sem leme, sem rumo, sem focar em projetos estruturais.

            O Governo Federal é culpado, sim, porque está entregando nosso País aos estrangeiros e nos deixando sem oportunidades. Os brasileiros não são donos do aço que produzem, nem fabricam automóveis e telefones. Nossa produção agrícola já não é vendida aos nossos consumidores. Somos obrigados a conviver com os atravessadores estrangeiros, que abocanham a maior parte dos lucros. Nossas riquezas naturais, como minério e rochas ornamentais, estão indo para o exterior sem valor agregado, sem aproveitamento da mão-de-obra brasileira e ainda sem qualquer contribuição para o Orçamento nacional ou para a Previdência.

            Agora mesmo, e com o aval desta Casa, o Brasil está entregando, pela força da tropa de choque do Governo Federal, nossas florestas aos estrangeiros, tão bem representados por ONGs abastecidas de dólares e com capacidade de manipular incautos Ministros brasileiros. O que nos tem salvado, Sr. Presidente, é uma maravilhosa safra de Governadores que temos hoje: Paulo Hartung, no Espírito Santo; Geraldo Alckmin, em São Paulo; Aécio Neves, em Minas Gerais; Germano Rigotto, no Rio Grande do Sul; Zeca do PT, Simão Jatene, Roberto Requião, Lúcio Alcântara, Jarbas Vasconcelos, Marconi Perillo, Eduardo Braga, Luiz Henrique, Joaquim Roriz e tantos outros, que têm lutado desesperadamente, Senador Mão Santa, para garantir o crescimento das riquezas de seus Estados, o desenvolvimento de suas economias e gerar empregos para a sua gente.

            Infelizmente, entretanto, são obrigados a conviver com a inércia do Governo Federal. Um Governo que agora gasta suntuosas quantias em publicidade. Propaganda, diga-se de passagem, enganosa, feita para iludir o povo e com a tentativa de usurpar o trabalho desses Governadores para tentar se reeleger.

            No meu Estado, por exemplo, o Governador Paulo Hartung recuperou as finanças públicas, recuperou estradas para o escoamento de nossos produtos e para a segurança de nossos motoristas, isentou de tributos vários gêneros de primeira necessidade, gerou centenas de novos empregos e incentivou a indústria e o comércio, como nunca havia acontecido antes.

            A verdade é que, no Espírito Santo, investidores e trabalhadores são tratados com a mesma dignidade. Essa é a fórmula do sucesso. É dessa forma que estamos garantindo igualdade de oportunidades a todos, gerando empregos e distribuindo renda.

            A mesma coisa, tenho certeza, está acontecendo em muitos Estados brasileiros. O fato é que o Governo Federal é que tem emperrado o desenvolvimento socioeconômico do País. Sem políticas públicas bem definidas, ele tem sido obstáculo ao crescimento, e já é mais que hora de mudarmos essa triste realidade.

            Muito obrigado, Senador Mão Santa.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - V. Exª excedeu apenas um minuto de seu tempo. Assim, não poderíamos cortar sua cabeça, como fizeram com o João Batista que lhe antecedeu.

            O SR. JOÃO BATISTA MOTTA (PSDB - ES) - Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/02/2006 - Página 3005