Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pela passagem dos 10 anos da TV-Senado. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PMR - Partido Municipalista Renovador/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.:
  • Homenagem pela passagem dos 10 anos da TV-Senado. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 10/02/2006 - Página 3811
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, SENADO, ELOGIO, TRABALHO, FUNCIONARIOS.
  • CONGRATULAÇÕES, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), SUPERIORIDADE, AVALIAÇÃO, EXAME, ENSINO MEDIO, DIVULGAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP).
  • DENUNCIA, DISCRIMINAÇÃO, IMPRENSA, ATIVIDADE POLITICA, ORADOR, QUALIFICAÇÃO, BISPO, IGREJA EVANGELICA, ESPECIFICAÇÃO, POSSIBILIDADE, CANDIDATURA, GOVERNADOR, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, ISENÇÃO, TELEVISÃO, SENADO, REGISTRO, DADOS, ATUAÇÃO PARLAMENTAR.

O SR. MARCELO CRIVELLA (PMR - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, eu gostaria de fazer uma homenagem àqueles que ficam por detrás das câmaras da TV Senado e que normalmente não aparecem - para que os seus familiares e amigos pudessem ter, também, a alegria que os nossos eleitores e os nossos familiares têm quando nos vêem aqui falando das coisas do nosso País.

Também gostaria de citar aqui o resultado que teve a avaliação do exame do Ensino Médio e que saiu hoje na Folha de S.Paulo, onde é colocado que duas escolas do Rio de Janeiro - uma particular, que é o Colégio de São Bento, e outra pública, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - foram as melhores avaliadas entre todas as escolas de Ensino Médio, públicas e privadas, do nosso País.

Aliás, Srª Presidente, faço um requerimento para que seja emitido, por esta Casa, os votos de congratulações a essas duas escolas. Isso mostra que o Rio de Janeiro, embora tenha fechado as estatísticas do crime, no ano de 2005, de maneira trágica: mais de 300 mil delitos aconteceram. É até impensável imaginar, mas no ano de 2005 houve 117 mil furtos no Rio de Janeiro; 111 mil assaltos; mais de 6 mil homicídios; mais de 1.200 estupros e mais de 79 mil lesões corporais dolosas. Isso dá mais de 800 delitos-crime cometidos por dia, mais de 30 por hora.

Mas o Rio de Janeiro continua sendo uma referência em termos de educação de nível médio, tanto nas escolas públicas como nas escolas privadas. O Colégio de São Bento inicia-se no século XVI, quando os jesuítas da ordem de São Bento vieram de Portugal e se instalaram naquele morro próximo à Praça XV, hoje chamado Morro de São Bento.

Já no século XVII, o Rio de Janeiro era um grande canavial e pertencia ao Governador Salvador Correia de Sá e Benevides, que tinha uma sobrinha que doou todas as suas terras ao Colégio de São Bento. Até hoje o Colégio de São Bento luta na Justiça para ter direito a alguma parte nas transações imobiliárias da Barra da Tijuca, já que grileiros tomaram posse de toda a área originalmente doada pela sobrinha de Salvador Correia de Sá e Benevides, o Governador do século XVII, que também foi o maior traficante de escravos.

Não faço aqui nenhuma homenagem a ele. Foi um dos homens mais ricos, começou com latifúndio na minha cidade, no meu Estado, e enriqueceu trazendo escravos de Angola. Aliás, o bairro Galeão, onde hoje está o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, tem esse nome graças a ele. Ali havia um estaleiro; ele fabricava galeões e, com esses navios, ia buscar escravos. Milhares e milhares de escravos vieram naqueles porões para o Rio de Janeiro, no tráfico mais desumano que já ocorreu na história do nosso País.

Finalizando, Srª Presidente, gostaria de fazer uma observação. Pena que os nossos amigos da TV Senado foram embora. Uma das coisas que mais nos motiva na vida pública, aqui no Senado Federal, é a isenção, o espírito democrático, o amor à profissão, o respeito aos eleitores, que tem a TV Senado. Digo isso porque sou discriminado continuamente. A imprensa, sobretudo do meu Estado, para me discriminar, costuma me chamar de Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Eu sou Bispo licenciado da Igreja e me orgulho muito disso, mas sou Senador do Rio de Janeiro, e tive 3 milhões e 200 mil votos. O IBGE estima, no meu Estado, cerca de 600, 700 mil evangélicos.

A recente pesquisa feita pelo GPP sobre em quem o eleitor votaria no próximo pleito para Governador do Estado lançou o nome do Sérgio Cabral, meu companheiro, como candidato do Garotinho; o da Denise Frossard, do PPS, e o meu, Marcelo Crivella, candidato da Igreja Universal do Reino de Deus. Essa é uma maneira de estimular a discriminação e o preconceito, que não encontra respaldo na alma do povo carioca, extremamente democrata e que, de maneira nenhuma, discrimina raça, religião, time de futebol ou condição social, ou econômica. Mas a TV Senado não faz isso. É o único meio de comunicação que jamais me discriminou. Quero prestar este depoimento publicamente.

O meu Estado tem dois problemas crônicos tremendos. Um é a habitação. Graças a Deus tive a oportunidade de ser relator e aprovar aqui no Senado Federal o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, que vagava no Congresso há 14 anos.

O Presidente Lula, quando sancionou essa lei, fez um elogio público agradecendo a aprovação, mesmo quando muitos Senadores achavam que essa iniciativa era de prerrogativa exclusiva do Executivo e não queriam aprová-la. Imaginem, conseguimos aprovar a primeira lei de iniciativa popular, com dois milhões de assinaturas, inclusive a do metalúrgico Lula, há dez anos.

Este ano, Senador Paulo Paim, já temos um bilhão de reais que, claro, vai beneficiar o meu Estado. Mas isso não sai na mídia, a não ser na TV ou no Jornal do Senado.

Temos um problema gravíssimo de segurança. Como disse no começo do meu pronunciamento, são 300 mil crimes cometidos no Estado do Rio de Janeiro todos os anos. Também sou autor de um substitutivo que deu poder de polícia às Forças Armadas para vigiar as nossas fronteiras. Ora, toda arma ilegal e toda a cocaína que está infestando o Rio de Janeiro vêm sobretudo do Peru, Colômbia e Bolívia. É nas fronteiras que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica precisam deter isso; não é subindo o morro com fuzil e metralhadora pesada dando tiro em inocentes. É de minha autoria a emenda que deu poder de polícia à Marinha, à Aeronáutica e ao Exército, para vigiar as fronteiras, já que a Polícia Federal tem um efetivo de apenas dez mil homens. Saiu alguma linha na imprensa? Não, mas saiu na TV Senado, na Rádio Senado e no Jornal do Senado.

Portanto, imaginem o que seria de nós se não fossem esses prestimosos colaboradores jornalistas que fazem um trabalho isento? Que possam servir de exemplo para a mídia do meu País.

Srª Presidente, muito obrigado.

Gostaria de mais uma vez reiterar que hoje apresento voto de louvor a duas escolas do meu Estado consideradas as primeiras no exame do ensino médio, o Colégio de São Bento e a Escola Politécnica de Saúde.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/02/2006 - Página 3811