O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, extremamente feliz a iniciativa do Senador Paulo Paim de requerer que a Hora do Expediente desta sessão fosse dedicada a homenagear os aposentados e pensionistas brasileiros.

É, sem sombra de dúvida, uma oportunidade única para que o Senado Federal demonstre o profundo sentimento de admiração e de respeito que nutre por essas pessoas, que tanto contribuíram, e ainda contribuem, para o desenvolvimento de nossa Nação.

Seria impossível homenagear aposentados e pensionistas, pessoas, em sua maioria, já idosas, sem tocar nos enormes problemas que assolam seu dia-a-dia.

É forçoso admitir que os benefícios pagos pelo INSS, única fonte de renda de praticamente todas essas pessoas, estão muitíssimo defasados.

Por esse motivo, as dificuldades dos que tanto trabalharam pelo bem do nosso Brasil são cada vez maiores. Está difícil até para sobreviver!

Por maiores que sejam os problemas de caixa da Previdência Social, é cristalina a constatação de que os benefícios estão muito aquém do que seria justo.

Pior: estão muito aquém do que seria preciso para suprir as necessidades mais básicas de aposentados e pensionistas!

O critério de reajuste pela inflação passada, aplicado em favor de todos aqueles que ganham mais de um salário mínimo, não reflete o real aumento de despesas das pessoas mais idosas. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, desde 1994 a inflação dos idosos foi cerca de 27% superior aos índices oficiais.

Os maiores vilões são, sem dúvida, os planos de saúde e os medicamentos, que vêm subindo acima da inflação e que são responsáveis pela maior parte dos gastos mensais de aposentados e pensionistas.

Infelizmente, quando se chega à terceira idade, não há como fugir das despesas com remédios e com planos de saúde: é uma questão de sobrevivência.

Para ter uma idéia da distorção do reajuste dos benefícios, tomemos como exemplo os últimos cinco anos. Ao tempo em que o salário mínimo quase dobrou, os benefícios foram reajustados em apenas 57%!

Diante de realidade tão dura, não podemos cruzar os braços! É preciso encontrar caminhos viáveis para melhorar os benefícios!

É preciso adotar políticas públicas sérias e eficazes, direcionadas à melhoria da qualidade de vida dos aposentados e pensionistas, em sua maioria pessoas idosas!

Essas pessoas não querem, apenas, filas exclusivas! Querem dignidade! Querem ser felizes! Querem viver um presente de alegrias, e não de incertezas!

Temos de garantir a aposentados e pensionistas, que tanto contribuíram para a construção do nosso País, condições de gozar uma velhice saudável e alegre, justo prêmio para os que já fizeram sua parte na empreitada da vida.

A nós, que ainda estamos a fazer nossa parte, resta a obrigação de trabalhar para que aposentados e pensionistas sejam dignamente tratados e possam viver melhor. Não é um favor! É a prova de gratidão mais justa que poderia haver!

Muito obrigado.