O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Senador Renan Calheiros, é a V. Exª que quero me dirigir para, de certa forma, reiterar o apelo que lhe fez o Senador Arthur Virgílio, para tentar um entendimento não apenas com o Judiciário mas também com o Executivo.

Sinto um clima muito ruim neste País. A atmosfera está envenenada no Senado, na Câmara, certamente, e nas ruas também. Os apelos que recebo, os protestos, as preocupações dos cidadãos comuns do povo em todos os lugares, Sr. Presidente, mostram que está em gestação uma crise que, acredite quem quiser, não sei onde vai desembocar.

Os Congressistas se sentem cerceados pelo Poder Judiciário, com ou sem razão, não sei, mas se sentem; o Congresso está peado, tolhido em sua função precípua de investigar, em virtude de decisões monocráticas de juízes, Sr. Presidente.

A Nação brasileira acaba de ser agredida com a quebra, ilegal, criminosa, do sigilo bancário daquele humilde cidadão brasileiro. Não quero saber quem ele é, se ele está dizendo a verdade, se ele está a serviço de alguém, mas o sigilo dele foi violado pelo Governo. Foi violado por alguém do Governo, Polícia Federal, Caixa Econômica, não me importa. Um fato gravíssimo! E isso jogou gasolina nessa fogueira que poderá crescer muito.

Sr. Presidente, eu faço apelo à transparência de todos. O Governo quer ouvir testemunhas, pessoas que atingem a Oposição ou governos passados. Vamos fazer um pacto de transparência. O Presidente da República autoriza a quebra do sigilo bancário do Sr. Okamotto, para saber de onde veio o dinheiro do Sr. Okamotto. A Nação inteira quer saber. O Presidente da República devia dizer isso ao Brasil. Está aí. Não tenho nada a temer.

Okamotto, ponha seu sigilo bancário à disposição do Congresso, já que o Supremo não deixa quebrá-lo. Deixa o caseiro depor. Chame quem quiser para prejudicar o PSDB, o PFL, o PDT. Chame, vamos dar transparência a este País. Assim a crise, eu creio que acaba, Sr. Presidente. Estamos indo num caminho que não sei aonde vai levar, Sr. Presidente.

Desculpem-me, mas tinha, na qualidade de cidadão brasileiro mais do que como Senador, de fazer essas ponderações.

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