O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (PTB - RS. Pela Liderança do PDT. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, Senador Alvaro Dias.

Chegar aos noventa anos com saúde, lucidez e ainda comemorar com festa é privilégio para poucos. Pois ontem à noite, no tradicional Theatro São Pedro, em Porto Alegre, a nossa querida atriz Carmen Silva celebrou seus noventa anos de vida na companhia dos amigos e da família generosa: uma filha, seis netos, dez bisnetos e um trineto. A comemoração foi discreta e também serviu para comemorar os 67 anos de carreira da atriz gaúcha.

A trajetória artística de Carmen Silva iniciou-se na Rádio Cultura de Pelotas, em 1939, e se estendeu para o teatro, cinema e televisão. Após atuar em alguns teatros gaúchos, foi convidada para trabalhar em São Paulo, onde integrou o elenco da Rádio Tupi. Foi lá que ela conviveu com alguns dos nomes mais importantes para a história do radioteatro, como Walter Avancini, Geórgia Gomide, Laura Cardoso, Lima Duarte, Paulo Goulart, Lia Borges de Aguiar, Sarita Campos, Walter Foster, entre outros.

Os radioteatros e as radionovelas eram programas compostos por 60 a 100 capítulos, apresentados diariamente ao vivo, em auditório, com trinta minutos de duração. Carmen era bastante versátil nos personagens e o registro vocal era a característica mais marcante de sua interpretação.

Carmen também trabalhou na Rádio Record, primeiramente como radioatriz, ao lado de Janete Clair. Foi na Record que começou a escrever programas de rádio. Conselhos para mulheres, temas infantis, radionovelas e até um horóscopo bem humorado ganharam características femininas nas mãos da nossa querida Carmen Silva.

Com a chegada da televisão, em 1950, a atriz começou a interpretar algumas peças de teatro na TV Tupi. Com a instalação dos estúdios da TV na Record, Carmen permaneceu na emissora, trabalhando paralelamente no rádio e na televisão. Foi o começo de sua trajetória como atriz de televisão.

Em 1968, decidida a montar sua própria companhia de teatro, Carmen voltou ao Rio Grande do Sul, onde permaneceu um ano trabalhando como radioatriz na Rádio Gaúcha, ao lado de radioatores como Adroaldo Guerra, Aída Terezinha, Alma Castro e Walter Ferreira.

Logo depois, ela foi para o Rio de Janeiro, onde iniciou seu trabalho nas telenovelas. Na Globo, Carmem fez as novelas “Pigmaleão 70”, “A Próxima Atração”, “Minha Doce Namorada”, “Sinal de Alerta” e “Os Ossos do Barão”, além da minissérie “Primo Basílio”. Após um breve retorno a Porto Alegre, ela volta ao Rio de Janeiro, onde faz as novelas “O Ídolo de Pano”, com Tony Ramos, e “A Viagem”, com Eva Wilma.

Um de seus papéis recentes mais marcantes na televisão foi a interpretação da personagem Dona Flora, na novela “Mulheres Apaixonadas”, da Rede Globo, em 2003. Carmem Silva e Oswaldo Louzada emocionaram os brasileiros ao interpretar um casal de terceira idade que sofre os abusos da neta, divulgando na TV os maus tratos que acontecem na sociedade contra os idosos. Suas aparições mais recentes na televisão foram no programa humorístico da Rede Globo “Zorra Total”.

A trajetória artística de Carmem Silva enche de orgulho todos nós, gaúchos. Hoje, além de ser uma figura tradicional em nosso Estado, ela é uma pessoa querida por sua atitude cidadã. Além de nunca ter parado de trabalhar, ela é voluntária e dá aulas de teatro para grupos de terceira idade, sempre lutando pela melhoria da qualidade de vida dos idosos brasileiros.

Aproveito a oportunidade para registrar aqui meu apreço e minha admiração por essa ilustre gaúcha, que ontem chegou aos 90 anos dando um exemplo de vida para todos nós.

Parabéns, Carmen Silva!

Muito obrigado pela oportunidade, Sr. Presidente.

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