Discurso durante a 60ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa contra as acusações divulgadas recentemente contra a honra de S.Exa., com relação às emendas individuais ao Orçamento da União.

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. IMPRENSA.:
  • Defesa contra as acusações divulgadas recentemente contra a honra de S.Exa., com relação às emendas individuais ao Orçamento da União.
Aparteantes
Almeida Lima, Edison Lobão, Flexa Ribeiro, Garibaldi Alves Filho, Geraldo Mesquita Júnior, Gilberto Mestrinho, José Jorge, Leonel Pavan, Luiz Otavio, Ramez Tebet, Romero Jucá, Valdir Raupp, Wellington Salgado.
Publicação
Publicação no DSF de 17/05/2006 - Página 16675
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. IMPRENSA.
Indexação
  • DEFESA, INTEGRIDADE, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, ACUSADO, IMPRENSA, PARTICIPAÇÃO, DESVIO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, ORIGEM, EMENDA INDIVIDUAL, ORÇAMENTO, UNIÃO FEDERAL, DESTINAÇÃO, AQUISIÇÃO, AMBULANCIA, PREFEITURA, ESTADO DA PARAIBA (PB).
  • ESCLARECIMENTOS, OBRIGATORIEDADE, CONGRESSISTA, DESTINAÇÃO, PERCENTAGEM, EMENDA, AREA, SAUDE, INFORMAÇÃO, PRIORIDADE, DEMANDA, ESTADO DA PARAIBA (PB), SUPERIORIDADE, NUMERO, AMBULANCIA, ATENDIMENTO, TOTAL, MUNICIPIOS, IMPOSSIBILIDADE, LONGO PRAZO, DURAÇÃO, MOTIVO, PRECARIEDADE, RODOVIA.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, IMPRENSA, DIFAMAÇÃO, HONRA, CONGRESSISTA, ANTERIORIDADE, COMPROVAÇÃO, VERACIDADE, ACUSAÇÃO.

           O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, nobre Presidente.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, “Conhecereis a verdade, e ela vos libertará” (João, Capítulo 8, Versículo 32).

           Confiante na sabedoria embutida nessa máxima milenar é que ocupo a tribuna, na tarde de hoje, para rechaçar, com veemência e com indignação, a trama sórdida pela qual tentam envolver meu nome na Operação Sanguessuga.

           Todos aqueles que me conhecem sabem da correção do meu caráter e da maneira despachada e transparente com que tenho de proceder.

           Sou empresário, homem talhado para o Executivo, tenho pressa no trato com a dinâmica política e, não poucas vezes, registrei meu inconformismo com a morosidade do processo legislativo.

           Esses atributos pessoais, Sr. Presidente, fazem-me cobrar insistentemente dos Ministros de Estado as ações previstas para serem implantadas no meu Estado, a Paraíba.

           Entendo ser a função do Legislativo, além de legislar e de fiscalizar os atos do Executivo, a vigilância permanente no tocante às demandas dos nossos Estados. Mas, graças a Deus, pauto a intensa atividade legislativa pelos mais rigorosos princípios éticos, legais e morais! Nenhum Senador, nenhum jornalista, nenhum eleitor vai encontrar, nas correspondências enviadas pelo meu gabinete, qualquer pleito envolvendo procedimentos que não estejam amparados pela ética parlamentar ou que venham a ferir as normas regulamentares.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sou representante de um Estado pobre e, muitas vezes, senti na pele e no coração o desconforto de conviver com a enorme desigualdade que castiga o Nordeste brasileiro.

           Como representante da Paraíba, tenho o dever de expressar as enormes carências que maltratam e dificultam a vida dos meus conterrâneos.

           Na Saúde, por exemplo, só temos bons recursos no sistema nas grandes cidades, especialmente em Campina Grande e em João Pessoa. Daí a necessidade permanente de ambulâncias. Muitas delas contam com dois motoristas para atendimento em tempo integral e, em decorrência, têm vida útil mais curta.

           Essas razões justificam a presença recorrente das ambulâncias nos pedidos dos Prefeitos. No momento, devo ter 96 pedidos de ambulância.

           Como Senador, tenho o dever inalienável, intransferível e impostergável de buscar soluções legalmente previstas para as urgências e para as demandas do povo sofrido que me confiou seu voto.

           Ainda no pleno exercício do meu mandato, é-me conferida a competência legítima para apresentar emendas ao Orçamento, como de resto fazem-no todos os Parlamentares do Congresso Nacional, uma vez que é no Orçamento que são alocados recursos para a realização das despesas de investimento e de custeio nos Estados e nos Municípios.

           Não desisto e não posso desistir de ajudar na construção de uma Paraíba melhor para todos.

           Quando aqui cheguei, em 1993, espantei-me com os meandros da burocracia para a liberação de recursos dos Municípios carentes. Rapidamente, descobri que os tortuosos caminhos empreendidos pelas verbas até chegarem ao público alvo - as cidades e os campos, onde vivem as pessoas - conduziam fatalmente ao desperdício e à ação nefasta e deletéria de lobistas. Daí, resolvi elaborar o primeiro Manual de Orientação aos Prefeitos de que se tem notícia na República do Brasil, depois copiado e reproduzido por diversas Srªs Senadoras e Srs. Senadores e Deputados e até mesmo pelo Senado Federal, por intermédio do ILB, que mandou fazer 15 mil manuais e que os distribuiu para todo o Brasil, quando da Presidência do Senador José Sarney.

           Na nota explicativa, à guisa de prefácio, fiz constar o objetivo principal da minha iniciativa: “desmontar a verdadeira caixa-preta dos cofres públicos, cujo segredo aparentava ser do domínio exclusivo de alguns lobistas privilegiados, desmistificando o caminho das pedras, de modo a garantir o direito ao conhecimento real das fontes de financiamento, bem como dos procedimentos necessários para acessá-las”. Esse era o intróito.

           Dar transparência ao caminho crítico dos recursos “me pareceu uma forma de contribuição valiosa e duradoura, na qual acreditei desde os meus primeiros dias em Brasília e em que continuo acreditando”.

           Como Presidente da Comissão Mista de Orçamento, só fiz fortalecer minha crença na idéia de que o processo orçamentário brasileiro é inadequado e precisa ser mudado urgentemente.

           Então, tornei-me um defensor ardoroso do Orçamento impositivo, proposta de iniciativa do Senador Antonio Carlos Magalhães.

           Mal cheguei ao Ministério da Integração, como Ministro do Governo Fernando Henrique Cardoso, coloquei todas as contas do Ministério na Internet, possibilitando ao cidadão comum o acesso, em tempo real, às operações de responsabilidade daquele Ministério.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a onda de denuncismo que varre a imprensa brasileira não pode e não deve servir para esconder o mérito do trabalho da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União e do Ministério Público, mas é preciso separar o joio do trigo.

           Não aceito as ilações que tentam fazer a partir da prisão de um secretário parlamentar do meu gabinete e de um assistente cedido do quadro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio na Operação Sanguessuga.

           Conheci os Srs. Marcelo Carvalho e Roberto Miranda no Ministério da Integração Nacional, onde trabalhavam desde a gestão do meu querido companheiro Ramez Tebet, o primeiro, e desde a de Fernando Bezerra, o segundo. A competência de ambos, no trato da matéria orçamentária, levou-me a trazê-los para o Senado, há dois anos, com o objetivo de aproveitá-los no relacionamento com as Prefeituras da Paraíba, área cujo volume de trabalho exige capacidade de organização e conhecimento da máquina pública. Jamais os orientei no sentido de qualquer procedimento espúrio ou ilegal. Do mesmo modo, jamais tomei conhecimento de qualquer atitude ou ação que lhes desabonasse a conduta, seja pessoal, seja profissional.

           Não pretendo aqui me eximir da responsabilidade na indicação de seus nomes para o meu gabinete. Sabem todas as Srªs Senadoras e todos os Srs. Senadores das dificuldades de monitoramento e de controle de todas as ações de nossos subordinados no cotidiano da vida legislativa.

           Como traço de caráter e por força de ofício, não sou um chefe centralizador, mas, ao contrário, delego o máximo de competência, e todos que me conhecem sabem disso.

           Ainda na semana retrasada, o companheiro Arthur Virgílio, Líder do PSDB, registrava desta tribuna o seu desconforto e indignação com a suposta participação de funcionários do seu gabinete em promoção de empresas de telefonia celular, com resultados lesivos aos cofres da Instituição.

           Lembrava ele que do episódio teriam participado funcionários de quarenta gabinetes, metade do Senado Federal! Podem-se culpar os Senadores pela conduta imprópria dos servidores? Não são todos, não são muitos, mas houve vários casos desses.

           Acredito que, a exemplo do que ocorre nos demais gabinetes, procuro apoiar-me em critérios de competência, de idoneidade e de impessoalidade para preencher os cargos comissionados do meu gabinete. Todavia, não nos podemos esquecer de como as relações humanas são baseadas nas nossas escolhas em critérios de confiança que, esperamos, sejam satisfatoriamente correspondidos.

           Quando ocorre a quebra de confiança, não nos resta outro caminho senão a exoneração imediata daquele que põe em risco o trabalho coletivo. E foi exatamente o que fiz. Tomei conhecimento e mandei demiti-los imediatamente.

           Lamento profundamente o infausto destino que me fez contratá-los. Jamais autorizei o uso do meu nome para qualquer operação ou prática ilícita. Quando precisei encaminhar qualquer pleito para a Paraíba, tratei diretamente com o Ministro da Saúde. Aliás, não consigo entender essa lógica fabricada pela conveniência, segundo a qual um “assessor” muitas vezes tem mais condição de agilizar um processo que um Senador da República.

           Infelizmente, constato que essa inversão esdrúxula da ordem natural das coisas parece acontecer com muita freqüência. Fui miseravelmente enganado, como também foi enganado o próprio Ministro com a sua assessora.

           Não sei o que é Ippes, não participo de licitações, não entendo como se podem repassar recursos que eram das Prefeituras para uma Oscip.

           Não conheço nenhuma Penha, não conheço o Sr. Vedoim, não tenho negócios em Mato Grosso e não envergonharia meu mandato nem humilharia a Paraíba por nada deste mundo.

           Esses pedidos não foram aceitos e tampouco pagos. O documento que solicita essa intervenção não foi assinado por mim, conforme qualquer perícia técnica poderá atestar.

           Sempre procurei ser um homem de bem, de conduta reta e ilibada. Não temo investigações; pelo contrário, exijo que elas sejam feitas, pois intermédio delas ficará provada minha inocência.

           Permaneço fiel aos meus princípios. Não transijo em questões éticas. Honrarei o mandato que a Paraíba me confiou até o fim.

           Repudio com toda força de minha alma essa rede de desmando e de quebra de confiança, fruto da ambição desmedida e do desvio de caráter de pessoas que precisaram de um nome forte para emprestar credibilidade às suas armações desonestas.

           Em uma das gravações, fui chamado de “tio Ney”. Não tenho nenhum grau de parentesco com essa senhora nem com ninguém do grupo. Não dou e não darei liberdade a ninguém para esse tipo de tratamento.

           Trago a consciência tranqüila e a alma leve, porque creio firmemente na verdade e que ela chegará como resultado das investigações.

           Fico à disposição do Conselho de Ética e da Corregedoria para os esclarecimentos que se fizerem necessários.

Quero complementar um pouco mais, dizendo às Srªs Senadoras e aos Srs. Senadores que somos obrigados, pela Resolução nº 29, de 2006, a colocar 30% das nossas emendas na área da Saúde. E, na área da Saúde, a maior demanda que há em meu Estado é de ambulâncias, porque meu Estado é comprido: são 700 quilômetros de distância. Assim, toda vez em que alguém adoece nas cidades que estão no fim ou no meio do Estado, só há uma solução: pô-lo na ambulância e levá-lo para Campina Grande ou para João Pessoa.

Eu disse que a maioria das ambulâncias conta com dois motoristas e anda 700 quilômetros para ir e 700 quilômetros para voltar. Quando volta, entrega para um outro que vai trazer outro doente. Portanto, essas ambulâncias têm uma vida extremamente curta, porque o trabalho é intensivo e permanente. A maioria delas, como já disse, opera com dois motoristas. E a vida é bastante curta devido às más condições das estradas. As distâncias, às vezes, são, como eu disse, de 1,4 mil quilômetros de um extremo a outro.

Em dois anos, vejam V. Exªs, consegui do Governo 29 ambulâncias. Mas, no meu primeiro mandato, com meu dinheiro, do meu bolso, dei 82 ambulâncias, comprando e entregando para as Prefeituras ou pegando a da Prefeitura, que estava um bagaço, levando-a para uma oficina em Campina Grande - chegou a haver 20 ambulâncias trocando os pneus, fazendo a mecânica, arrumando a lataria - e entregando-a zero quilômetro de volta ao Prefeito. Ou seja, 82 ambulâncias foram provenientes de meus recursos.

Em dois anos, consegui apenas 29 ambulâncias do Governo Federal, das quais somente 13 foram compradas da Planam. Das 29 ambulâncias - olhem bem, Srªs e Srs. Senadores! -, só 13 foram compradas da Planam e a um preço justo, porque coloquei a emenda exatamente de R$80 mil, que é o preço do carro.

           Tenho aqui o preço tomado em Brasília e na Paraíba: custa R$78,160 mil em Brasília, e o mesmo preço é o verificado na Paraíba, tomado pela Internet. Mas temos de transformá-las, colocando sirenes, faróis, maca, oxigênio. É preciso fazer tudo isso. Essa complementação custa de R$8 mil a R$12 mil. Portanto, o preço era até mais baixo. Ou seja, os Prefeitos compraram no preço justo. Esse mesmo carro foi comprado em outros Estados por R$140 mil, por R$160 mil, mas, na Paraíba, não houve isso.

           Vejam o mais interessante: das 13 ambulâncias que foram compradas, Sr. Presidente, dei 11 para Prefeituras que são antagônicas a nós, que não são do PMDB. Quais são os Municípios? Coremas, do PL; Pombal, do PT; Santa Luzia, do PTB; São Mamede, do PFL; Aroeiras, do PSDB; São Miguel de Taipu, do PT; Remígio, do PP; Alhandra, do PFL; Solânea, do PSDB; Itatuba, do PSDB; Pitimbu, do PTB. Onze ambulâncias, das treze, foram dadas para Prefeituras que não são do meu Partido, e foram dadas porque ambulância não é para prefeito que se dá, mas para a população. E foram compradas por preço justo.

           Para V. Exªs terem idéia, Santa Luzia foi a que conseguiu comprar mais barato e devolveu ao Ministério da Saúde R$3,996 mil; as outras todas compraram no preço real. Lá foram comprados os seguintes carros: Peugeot Boxer, furgão diesel, cujo preço é de R$71,780 mil, mais a adaptação, que custa de R$8 mil a R$10 mil; Fiat Ducato, maxicargo, diesel, que custa R$78,160 mil, mais a adaptação. Então, lá não houve subpreço.

           E eu queria que as pessoas entendessem como é feito isto: o Parlamentar pede ao Ministro que atenda a tal emenda; o Ministro, quando atende e quando ela sai no Diário Oficial, manda o dinheiro para a Prefeitura, que, por sua vez, faz a concorrência e compra - nada tem a ver com Senador. Mas quem fiscaliza depois disso? Quem fiscaliza depois disso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é o Ministério da Saúde, que precisa aprovar o projeto, dizendo se o preço está compatível; o Tribunal de Contas do Estado; a Controladoria-Geral da União; muitas vezes o Tribunal de Contas da União e as Câmaras de Vereadores. O que tem o Senador a ver com isso?

           Estamos vivendo uma época de denuncismo vazio. Não fui ouvido antes da acusação. Já li numa nota de uma revista de grande circulação que dizia que havia suspeita, mas meu retrato ocupava um quarto de página. Eu até me assombrei: o que é isso?

           Srªs e Srs. Senadores, não é novidade nenhuma, porque, logo depois, numa outra revista, li o seguinte: “O nome mais expressivo da lista de Parlamentares sob suspeita é o do Senador Ney Suassuna, Líder do PMDB e Líder da Maioria”. Então, porque sou o Líder da Maioria e do PMDB tenho de ser exposto? Não fui ouvido antes da acusação.

           Uma funcionária comprovadamente comprometida com o esquema de corrupção supõe situações para amparar sua própria defesa, e a imprensa acusa, baseada em suposições, como se fosse verdade.

           Eu somente me relacionei com o Ministro e com a assessora parlamentar, porque é minha obrigação fazer pedidos para a Paraíba. Pedi e vou continuar pedindo! Essa é minha obrigação. Estou aqui para isso.

           Mas por que uma pessoa é acusada? Por que é comprometida? Eu explico, mas queria mostrar para V. Exªs o que é malícia.

Um repórter de um grande jornal foi para a Paraíba. Chegou lá e procurou o preço de um Peugeot Boxer. Constatou que custava R$71,780 mil. Ele é quem diz. E diz mais: custou, para fazer a transformação, R$8,190 mil. Mas ele diz: “De empresas suspeitas”. Se é suspeita ou não, isso não é da minha conta. Vejam mais. Ele diz: “Só ganhou R$200,00 na venda do carro”. A empresa que vendeu só ganhou R$200,00 na venda do carro!

Estamos falando de 13 ambulâncias. Se for verdade o que ele está falando aqui, são 13 vezes R$200,00 em dois anos. E é disto que estou sendo acusado: de ser conivente com duas pessoas que mandei demitir. Creio que as revistas e os jornais deviam admitir repórteres investigativos que soubessem fazer contas, para ver se podem acusar um Senador sem ouvi-lo e, mais ainda, por 13 vezes R$200,00, ou seja, R$2,6 mil. Será que isso está certo?

Sei o que passei nessas duas semanas. Eu quis responder a essa acusação na semana passada, mas meus companheiros de Partido disseram: “Não, Ney, espera para ver qual é a acusação!”.

E há algo mais incompreensível ainda. O Presidente Renan disse: “Senador Tuma, acompanhe esse assunto!”. O Senador Tuma pede o relatório da Polícia, o depoimento da cidadã. Eu não conhecia esse depoimento, só conhecia pedacinhos dele, porque o soltaram em pílulas, para que fosse denegrida a imagem dos Parlamentares.

Então, o que aconteceu? O relatório veio lacrado para S. Exª. O Senador Tuma mandou guardá-lo no cofre e disse-me: “Senador, na terça-feira falamos sobre isso”. Não foi o que ocorreu, Senador Tuma? (Pausa.)

O documento que veio para S. Exª, lacrado, foi colocado, no mesmo dia, na Internet.

Portanto, que respeito é esse com o Senado da República? Mandam um documento lacrado, vedado, e, depois, ele é colocado na Internet? Onde está o respeito ao Presidente daqui ou a esta Casa?

Até o momento, eu não sabia do que estava sendo acusado. Qual era a acusação? A senhora disse: “O Senador recebia, sim”. Eu havia pedido R$1,6 milhão para ambulâncias, mas de verba extra e não de emenda.

No fim de todo ano, sobra dinheiro nos Ministérios, porque muitas Prefeituras estão inadimplentes. Então, vamos lá e pedimos: “Dá para arranjar extra isso?”. Pedi, e o Ministro me disse: “Manda a lista”. Mandei-a. A lista veio com o nome de muitas prefeituras que não tinham projeto de ambulância.

Muito bem! Viajei. E a minha relação de R$1,6 milhão foi transformada - vejam só! - em material hospitalar no valor de R$3,5 milhões, em conluio, em associação com um tal de Ippes, que nunca vi. Não conheço ninguém da família Vendoim, não conheço essa senhora e não conheço ninguém desse Ippes, absolutamente ninguém!

Quando li isso no jornal, pensei: “Nunca pedi isso, nunca coloquei isso, não sei o que é esse Ippes”. Passamos a tarde toda pesquisando o que era esse Ippes, passamos uma tarde inteira procurando isso.

Aí, há mais surpresa ainda: ela disse que liguei para a Marilane, que é Assessora Parlamentar - aliás, Marilane me ligou. Eu disse que só se eu havia assinado sem ler. E é verdade. A Marilane me disse: “Senador, o senhor mandou uma outra relação?”. Eu disse: “Não”. “Não mandou uma relação do Ippes?” “É claro que não. Só se assinei sem ver, Marilane”. O meu próprio assessor voltou e me disse: “Não, Senador, está tudo certo. Foi engano”. Eu acreditei.

Vamos ver o que é esse Ippes?

Vou ler para V. Exªs o conteúdo de uma gravação da Polícia Federal.

O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - Senador Ney Suassuna, V. Exª me concede um aparte, já que terei de me retirar para uma reunião de Líderes? Eu não gostaria de me retirar sem dar um depoimento.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Com muita satisfação, Senador Romero Jucá.

O Sr. Romero Jucá (PMDB - RR) - Primeiramente, quero prestar a V. Exª toda minha solidariedade. V. Exª sabe do compromisso que temos com a verdade e tem participado desse esforço no Congresso. Posso dar o testemunho de quem atua na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. V. Exª, durante anos, tem colaborado no sentido de melhorar os procedimentos do Orçamento, de dar mais transparência ao processo, de fiscalizar melhor. V. Exª atuou bastante nesse sentido na Comissão. Portanto, tanto em nome da Liderança do Governo quanto em meu nome pessoal - e tenho certeza de que falo em nome dos Colegas do PMDB, já que V. Exª é o Líder -, queremos testemunhar a lisura da ação de V. Exª e seus procedimentos corretos e dizer que, infelizmente, vivemos um momento de denuncismo desvairado. Tudo é denúncia! Esta semana mesmo, o Senador Romeu Tuma também foi vítima de denúncia irresponsável. Tentaram atingi-lo, quando todos sabemos que S. Exª também está acima dessas questões. Sucedem-se denúncias, armações, ilações político-eleitorais, disputas locais, e tudo isso termina contaminando esse processo. É preciso que se tenha cuidado para não se divulgar, efetivamente, o que é disputa eleitoral e o que é verdade. Portanto, V. Exª presta todos os esclarecimentos necessários. Tenho certeza de que não paira dúvida quanto a isso. V. Exª tem trabalhado de forma operosa pela Paraíba, e sou testemunha de que, como Relator do Orçamento, V. Exª atuou muito no sentido de melhorar os investimentos naquele Estado. Portanto, essa é uma ação que cabe ao Parlamentar. V. Exª não é responsável pela execução, V. Exª não é responsável pela forma como se gasta o recurso público. Essa é uma obrigação do Governador, do Prefeito, do Tribunal de Contas, da CGU e dos órgãos que devem fiscalizar juntamente com os Ministérios. Portanto, deixo aqui minha solidariedade. Como seu liderado, continuo tendo confiança em V. Exª e tenho a certeza de que V. Exª sobrepujará todas essas questões momentâneas, que são questões eleitorais e que precisam ser colocadas de lado, para que continuemos nosso trabalho. Agradeço-lhe as explicações, mas eu diria até que seriam desnecessárias, tendo em vista o conhecimento que todos temos do caráter e da integridade de V. Exª.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Quero agradecer a V. Exª e lhe mostrar uma situação ardilosa.

Em um telefonema, o Sr. Luiz Antônio conversa com Noriaque. Tive de saber, durante esta semana, quem são os personagens. Quem é o Noriaque? É o marido da mulher, que diz que precisa de uma mão da Penha para resolver os seus problemas. Noriaque responde: “Que é isso? Ela sempre te deu essa mão. Ela sempre carregou você no colo”. Luiz, em seguida, passa a falar com Penha, a quem pede ajuda. Penha diz para Luiz para “não esquentar a cabeça, já que ela vai olhar as coisas”. Luiz pergunta: “Advinha o que é que eu quero?” Penha responde: “Aqueles trem lá do tio Ney da Paraíba e do outro que não é tio, do Rio de Janeiro, o de R$700 mil”. E afirma: “Isso, aquele do Ney, Penha, empenha do Ippes, Penha, pelo amor de Deus”. Penha diz: “Não dá para falar isso pelo telefone. Quando peguei aquilo ali, eu sabia que...”. Neste ponto, aparecem risos. Luiz argumenta: “Ó, Penha, você sabe...”. Penha continua a rir: “’O trem’ acaba chamando a atenção! Tem que ensinar vocês a fazer esse negócio?! Não dá!”. Penha diz o motivo do seu riso: “Tô rindo é do negócio do tio Ney, lá, que os meninos arrumaram...”. Vejam a transcrição: “Tô rindo é do negócio do tio Ney lá, que os meninos arrumaram...”.

Esse é um telefonema dela para esse cidadão. V. Exªs, então, vão perguntar: “E o que é esse Ippes?”. Não sei. Não sabia, mas procurei saber o que era. É uma Oscip de um outro Estado.

Mandei buscar todos os ofícios para o Ministério da Saúde. Dois são para ambulâncias: um de 2004 e outro de 2005. Fizemos o pedido normalmente. O de 95 foi esse extra que pedi ao Ministro; não se trata de emenda parlamentar. Olhei a assinatura e constatei: “Não é minha a assinatura”. Mandei imediatamente ao melhor perito de Brasília. Está aqui o laudo: minha assinatura falsificada.

A armação que estavam fazendo era para constar que essa Oscip pedia para a Paraíba dinheiro para equipamento hospitalar. Na Paraíba, isso não colou, não saiu; isso não foi pago, não foi adiante. E eu não sabia.

Tomarei providências. Já mandei processar essa senhora. Mas deve ter saído em outros Estados. É bom que a investigação continue, é bom que se vá até o fim para saber.

Eu queria dar um exemplo a V. Exªs: o Líder do PMDB na Câmara, Wilson Santiago, diante das acusações, foi ao Ministério, com a barba de molho, e disse: “Eu queria ver minhas emendas”. Trouxeram-lhe um pacote. S. Exª disse: “Mas não tenho isso tudo de emenda!”. Dezesseis estavam lá. Porém, mais da metade não era dele, mas trazia “ofício tal”. Ele disse: “Quero ver o ofício”. Ninguém o encontrou.

Amigos, a cada passo que se dá nesta Casa, a cada vez em que se assume uma Liderança, mais gente fala em nosso nome. Parece até que são íntimos, parece até que nasceram e viveram na mesma rua em que vivemos a vida toda: “O Ney, o Renan, o fulano...”. Parecem íntimos, e a gente não tem o que fazer.

Eu queria que vocês passassem um dia comigo na Liderança: são Senadores para serem atendidos, são milhares de pessoas que vêm com dezenas de assuntos diversos, ainda vêm Deputados do meu Estado e de outros Estados, e mal temos tempo para respirar.

Como vou saber se o Prefeito que recebeu recursos na Paraíba fez a licitação assim ou assado? Há o Tribunal de Contas da União, o Tribunal de Contas do Estado, a Controladoria, a Câmara de Vereadores. Esse papel é deles, não do Senador. Mas jornalistas saíram daqui, foram à Paraíba e voltaram dizendo que há uma ambulância com os dizeres: “Apoio de Ney Suassuna”. Nas ambulâncias que dei durante o primeiro mandato, isso estava escrito, pois não era proibido. Se nessa isso também está escrito, foi por gentileza do Prefeito. Assim, mandei um ofício para todos os Prefeitos, dizendo: “Quero agradecer-lhes se isso foi colocado nas ambulâncias, mas mandem retirar!”. Não é para isso que estamos trabalhando, mas para atender quem está doente no meu Estado.

Lamentavelmente, o cidadão disse, como se fosse crime meu: “Mas uma prefeitura pegou o dinheiro da ambulância, colocou na conta geral e pagou o pessoal”. O Prefeito disse que fez isso, porque o pessoal da Saúde estava em greve, que iria, depois, repor comprando uma ambulância com o mesmo dinheiro e que isso foi aprovado pela Procuradoria municipal, pelo Tribunal de Contas. No entanto, o jornal publica o fato como se fosse crime de Ney Suassuna.

Horas há em que fico sem entender qual é o objetivo, porque a Folha de S.Paulo fala da ambulância, dizendo que o preço foi justo, porque só se ganharam R$200,00. Em seguida, cita um ônibus odontológico, o que nunca dei a ninguém. Não sei se faz isso para misturar ou para toldar mais, não entendi.

Na reunião de Orçamento - quem estava presente viu -, entrou a imprensa, filmou, e pedi: “Olha, estamos com uma convenção para fazer. Vou pedir desculpa, mas eu queria ser o primeiro a falar”. O Presidente Renan me concedeu a palavra, falei e fui embora. No outro dia, li no Estadão: “O Senador Ney Suassuna, escondendo-se, saiu da sala”. Fui o primeiro a falar! Esperei que toda a imprensa filmasse, pedi a palavra primeiramente, falei e fui cuidar de nossa convenção.

Não entendo aonde essa imprensa quer chegar. Não digo que toda a imprensa é ruim. Não, não creio assim, mas parece que o nível diminuiu, porque essas pessoas são incapazes de fazer uma conta: 13 vezes R$80 mil são R$1,040 milhão; 13 vezes R$200,00, que é o que ele diz que se ganhou, são R$2,6 mil em dois anos, ou seja, R$1,3 mil por ano.

Um Senador iria sujar dessa forma sua biografia? Espera aí, gente! Essa é uma brincadeira! Qualquer um que tivesse o nível primário e fizesse essa conta diria: “Essa é uma brincadeira. Essa mulher deve estar escondendo alguma coisa”. E está. Há uma assinatura falsificada e uma armação que não sei aonde chegaria, que é essa desse tal de Ippes. Peço, veementemente, à Polícia Federal, à Procuradoria Pública, enfim, a todos que analisem o que é esse Ippes, porque não consigo entender.

Lamento que eu não tenha sido ouvido antes de ser acusado. Lamento que só hoje o Senador Romeu Tuma me tenha dado o documento que a Polícia Federal lhe mandou, e constatamos que é o mesmo que está no computador já há dois dias. Lamento que tudo isso esteja sendo feito, porque não consigo entender qual é a lógica de tentar enlamear homens públicos sem comprovação.

Ouvi muitos colegas que me procuraram, nesta Casa, dizerem: “Senador, estou com V. Exª”. Quase todos fizeram isso, quase todos me prestaram solidariedade, mas a manifestação mais inusitada que recebi foi a do Johnson, funcionário que serve o cafezinho, o qual me disse: “Senador, fui suspenso por 15 dias na minha faculdade”. Perguntei: “Por quê?”. Ele me disse: “Um cidadão foi falar mal do senhor e eu disse ‘ele é direito’. O cidadão insistiu, terminou insultando-me, meti-lhe a mão e peguei 15 dias de suspensão”. Fiquei tão estarrecido por saber disso, que até lhe trouxe de presente uma gravata e lhe disse: “Amigo, nunca mais me defenda com tanta veemência, porque você vai terminar se prejudicando!”.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, isso mostra como as pessoas confiam em nós!

Dos Prefeitos da Paraíba, recebi adesões e mais adesões. Dos opositores que receberam as ambulâncias, obtive votos de solidariedade, um atrás do outro. Estou com minha consciência tranqüila. Não conheço esse povo, não entendo o porquê, mas é difícil galgarmos o poder na estrutura brasileira. Cada vez que subimos um degrau, dez metralhadoras apontam para nós - metralhadoras que não lançam bala, mas lama, para tentar nos sujar.

Já tive duas experiências nesse sentido. Quando Ministro, ao deixar a Pasta, disseram que houve corrupção no Ministério envolvendo as cidades de Cacoal e de Ji-Paraná, para as quais nunca paguei um centavo. Saiu essa nota, e tive de mostrar uma certidão de que nunca se pagou um centavo no tempo de Ney Suassuna como Ministro. No entanto, não houve o mesmo espaço para se publicar isso, apenas uma notinha de rodapé, dizendo que isso não aconteceu.

Na outra cidade, que era de Goiás, a obra foi feita inteiramente, e não se desviou um centavo, mas recebi a acusação. O engraçado é que isso coincidiu com a época em que fui indicado pelo meu Partido para ser candidato à Vice-Presidência da República naquela chapa.

Sempre é assim, mas, dessa vez, não entendi o porquê. O motivo é muito mais difuso. Sei que, de repente, o Congresso recebeu enxurradas de lama - 170 de uma vez. E com que objetivo? Não dá para entender. Vem outra aí: estão falando, agora, que virá a das passagens. Até quando vamos aturar isso? Até quando não haverá uma lei que responsabilize quem acusa a provar o que diz ou a cumprir uma punição? As coisas, no Brasil, estão mal paradas, e esse desgaste permanente da autoridade está levando ao fato que estamos vendo.

Agradeço ao Presidente pela condescendência para comigo. Concedo um aparte, primeiramente, ao Senador Garibaldi Alves e, depois, ao meu companheiro Wellington Salgado.

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senador Ney Suassuna, quero ser solidário e dizer-lhe que meu depoimento não é apenas o de um liderado de V. Exª, de um companheiro que sabe do seu esforço, do seu trabalho, da sua retidão, do seu desejo de ajudar a sua Paraíba, mas também o de um homem público que teve a oportunidade de conviver com V. Exª quando éramos dois executivos: V. Exª era Ministro de Estado, e eu era Governador do Rio Grande do Norte. Tive a oportunidade de ver a liberação de recursos vultosos por V. Exª, como Ministro, e o processo transparente que se operava sob sua gestão. Daí por que, como V. Exª diz, não entendo isso. Eu só queria entender como é que se tenta desmerecer a vida de um homem público como V. Exª, procurando desmoralizá-lo. Receba a solidariedade, como eu já disse, de um companheiro de Bancada, mas, acima de tudo, de um homem público que confia em outro homem público, que é V. Exª.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador Garibaldi Alves. Fico muito emocionado com suas palavras e as guardo no coração.

Concedo o aparte ao Senador Wellington Salgado.

O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Senador Ney Suassuna, eu estava prestando atenção a V. Exª. Conheço sua história, mesmo antes de ser político. Minha mãe, que conhecia V. Exª - depois, também passei a conhecê-lo -, falava-me da grandiosidade de seu coração. Quando foi dono de escola, sempre dava bolsa de estudos, sempre procurava resolver os problemas. Sempre acompanhei a vida de V. Exª nesse sentido. Todos do ramo falavam: “O Ney é uma pessoa maravilhosa”. Então, tentar colocar V. Exª em um escândalo em que iria ganhar R$200,00 por ambulância, realmente, é algo absurdo para quem o conhece.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Não, Senador. Ganhou R$200,00 quem vendeu o carro. Segundo a Folha de S.Paulo, o preço do carro dava R$200,00 de lucro para quem o vendeu. Não era para mim, não.

O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Para quem o vendeu?

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - É!

O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Então, esse valor multiplicado por treze daria R$2,6 mil para quem vendeu o carro?

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - É claro.

O Sr. Wellington Salgado de Oliveira (PMDB - MG) - Trata-se de algo simplesmente absurdo! Quem não conhece a história de V. Exª, ao ler esse jornal, fica com uma falsa impressão de V. Exª, que não é a verdadeira. Pelo contrário, V. Exª já disse aqui em seu discurso que, em seu primeiro mandato, V. Exª deu, do próprio bolso, mais de 80 ambulâncias. Não foi isso que V. Exª disse? Tenho a certeza de que esse coração que está aí vai continuar dando do próprio bolso. Também sei o quanto V. Exª luta pela Paraíba, pois freqüento seu gabinete, vou até lá pedir conselhos como meu Líder que V. Exª é e vejo o movimento daquele gabinete. Vou sempre lá também para pegar aquele pé-de-moleque que sempre há no gabinete de V. Exª. É verdade, eu o pego em seu gabinete! Até comprei o mesmo doce para meu gabinete. Então, vejo o movimento que acontece lá e quantas pessoas V. Exª atende. É uma covardia! Não sei qual o objetivo disso, tendo V. Exª um coração maravilhoso. Isso é simplesmente um absurdo!

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador Wellington Salgado. Fico muito emocionado com o aparte de V. Exª.

Concederei apartes aos Senadores Geraldo Mesquita Júnior, Gilberto Mestrinho e Ramez Tebet, se V. Exª me permitir, Sr. Presidente.

O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - AC) - Senador Ney Suassuna, nesta Casa, sou o seu mais novo liderado. Do mesmo modo que o Senador Wellington Salgado de Oliveira e seus demais colegas da Casa, estou ouvindo atentamente o pronunciamento de V. Exª. O que mais me chamou a atenção em seu pronunciamento e nesse imbróglio todo foi a serenidade e a coragem de V. Exª. Senador Ney Suassuna, V. Exª está passando por algo que passei recentemente, em face de denúncia, fruto também de uma armação. Hoje, V. Exª sabe pelo que passei. E de certa forma, continuo vivenciando isso, porque o assunto ainda não se esgotou nesta Casa. V. Exª me deixa muito feliz e satisfeito ao vir aqui e se colocar, perante seus Pares, perante esta Casa honrada, à disposição do Conselho de Ética e do Senador Romeu Tuma, nosso Corregedor. Isso demonstra que V. Exª não teme o que possa advir das investigações promovidas por órgãos tão importantes desta Casa. V. Exª nos deixa bastante satisfeitos - a mim, particularmente - por ser um ilustre colega com quem temos uma convivência tão agradável. V. Exª é pessoa muito agradável e se posiciona humildemente. Essa é uma postura humilde. Coloca-se à disposição dos órgãos que investigam situações como essa apresentada perante V. Exª. Então, V. Exª me deixou muito feliz. Para mim, isso não é novidade. Já havíamos conversado recentemente a respeito desse caso, e V. Exª afirmou que estava reunindo informações e que iria, no momento adequado, pronunciar-se. Com certa expectativa, aqui viemos ouvir V. Exª, respeitosamente. A mim, Senador, faltou - e me ressenti muito de algumas pessoas - o benefício da dúvida. Gostaria, respeitosamente - quem sou eu para aconselhar V. Exª, e desculpe-me a franqueza e a sinceridade! -, que V. Exª tirasse um pouquinho a carga da crítica à imprensa. A imprensa tem cumprido seu papel. Excessos há, mas a imprensa tem cumprido seu papel. Numa Legislatura que, talvez, para muitos, seja comprometida, cabe a nós, Parlamentares, por meio dos instrumentos que temos à nossa disposição, fazer o contraponto, colocar a verdade acima das armações, acima das falsas denúncias, para que a verdade venha à tona. E é isso que V. Exª está fazendo. E isso nos deixa contentes. De minha parte, digo-lhe com toda a franqueza: fico feliz que isso esteja acontecendo, porque demonstra que V. Exª, como aqueles que não temem, coloca-se à disposição de seus Pares, para que se acabe a investigação dos fatos, dando uma demonstração de que a verdade lhe pertence.

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Senador Ney Suassuna, desculpe-me. Sei que o tema é muito importante e mexe pessoalmente com V. Exª e com a moral, inclusive, da própria Casa, mas há quatro Líderes para falar e uma relação de mais 19 Srs. Senadores. Eu queria pedir aos aparteantes - toda a Casa quer apartear V. Exª, que já está há mais de 40 minutos na tribuna - que fossem breves, para que eu pudesse dar a palavra aos Parlamentares que se inscreveram.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Agradeço a compreensão de V. Exª e peço aos Srs. Senadores que sejam mais sucintos.

Concedo aparte ao Senador Mestrinho e, em seguida, ao Senador Ramez Tebet.

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - Peço a compreensão de V. Exªs.

Então, eu daria mais cinco minutos, para que se concluíssem os apartes. Muito obrigado. Agradeço a todos os Srs. Senadores.

O Sr. Gilberto Mestrinho (PMDB - AM) - Senador Ney Suassuna, V. Exª demonstrou que é merecida sua escolha para Líder do Partido nesta Casa. O fato de esclarecer devidamente os fatos, a questão que está sendo objeto de discussão, demonstra que V. Exª nada tem a esconder. Mostrou claramente o que aconteceu. Fui, por três vezes, Presidente da Comissão Mista de Orçamento, e V. Exª nunca me pediu favor algum, qualquer benefício ou interferência em favor de emendas. A emenda é um direito parlamentar e tem um valor estabelecido: no ano passado, era de R$3,5 milhões; para este ano, é de R$5 milhões; em outros anos, foi de R$2,5 milhões. Então, o Parlamentar apresenta sua chamada emenda individual, e a Comissão a aprova naturalmente, não a discute. O Governo, depois, faz cortes e a libera ou não, e os beneficiários apresentam seus projetos aos Ministérios correspondentes, que examinam a documentação, liberando-a ou não. O Senador e o Deputado nada mais terão a ver com isso. Esse é o procedimento. É certo que existem maus assessores fazendo isso? Existem. E V. Exª mesmo comprovou aí, mas não é culpa do Parlamentar. V. Exª tem minha solidariedade e meu apoio, ao procurar mostrar à opinião pública que as coisas que se dizem do Congresso não são assim. Muito obrigado.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Agradeço a V. Exª. Não comentarei o aparte feito por V. Exª em razão do tempo.

Concedo um aparte ao Senador Ramez Tebet; em seguida, eu o concederei ao Senador Valdir Raupp e ao nosso Senador por Santa Catarina.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB - MS) - Senador Ney Suassuna, manifesto, aqui, minha solidariedade a V. Exª. Faço isso não apenas por conhecê-lo, mas por ver V. Exª aí, nessa tribuna, sereno, tranqüilo, falando com absoluta segurança, colocando-se à disposição das autoridades da Casa e de quaisquer outras. Isso demonstra a todos desta Casa que V. Exª é um homem público que defende os interesses da Paraíba e luta pela defesa do nosso País também. Era essa a manifestação que queria fazer a V. Exª.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador.

Concedo um aparte ao Senador Valdir Raupp. Em seguida, falará meu companheiro de Santa Catarina.

O Sr. Valdir Raupp (PMDB - RO) - Serei breve, Senador Ney Suassuna. Apenas quero dar meu testemunho. Todas as vezes que visitei a sala da Liderança, lá estavam Prefeitos de seu Estado, a Paraíba, fazendo reivindicações, cobrando recursos e investimentos nos Municípios da Paraíba, e V. Exª, como Senador pela Paraíba, lá estava na defesa dos interesses dos Municípios do seu Estado, assim como tenho defendido os interesses dos Municípios do Estado de Rondônia. Assim, cada Senador aqui presente jamais se furta em solicitar recursos junto aos Ministérios para seus Ministérios. V. Exª não tem feito mais do que isso, desinteressadamente, pedindo recurso e apoio nos Ministérios para os Municípios da Paraíba. Declaro aqui minha solidariedade a V. Exª. Tenho a certeza de que V. Exª sairá de cabeça erguida, como já se encontra, desse episódio. Muito obrigado.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Concedo apartes ao Senador Leonel Pavan e, em seguida, ao Senador José Jorge.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Senador Ney Suassuna, tentarei também ser breve. Ouvi seu pronunciamento, e V. Exª falava, com orgulho, que fez doações para reforma, para a compra de mais de 80 ambulâncias para as Prefeituras.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - De 82 ambulâncias.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB - SC) - Exatamente. Nunca ouvi V. Exª se vangloriar disso. Guardou isso para si mesmo. Nunca usou a tribuna do Senado para dizer que estaria fazendo isso. Usa a tribuna, hoje, para se defender, porque sempre o fez com seus recursos. E fico aqui pensando, Senador, sobre a emenda que apresentei para compra de duas ambulâncias. Já as retirei. No ano passado, apresentei uma emenda para a qual, felizmente, o Governo não liberou dinheiro. Se o tivesse liberado, provavelmente eu estaria na lista. Alguém acusa e coloca todos num único buraco. Penso que não pode ser assim. Há uma matéria que diz que “clima de terror leva ao choro” na Câmara Federal. Deputados lá estão chorando, dizendo que jamais imaginariam que seus nomes algum dia estariam na lista por estarem beneficiando Municípios e recebendo recursos para liberar uma ambulância, que é para a área da Saúde. Se existem culpados, eles têm de ser punidos. Mas V. Exª trouxe um fato importante, com sua sensibilidade, com seu trabalho social, mostrando que fez doações do seu próprio bolso para os Municípios. Imagine se estivesse envolvido em alguma outra coisa! Parabéns pela sua defesa!

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador Leonel Pavan.

Concedo aparte ao Senador José Jorge. Em seguida, eu o concederei ao Senador Flexa Ribeiro.

O Sr. Almeida Lima (PMDB - SE) - Senador Ney Suassuna, também lhe peço um aparte.

O Sr. José Jorge (PFL - PE) - Meu caro Senador Ney Suassuna, todos nós conhecemos o trabalho de Líder que V. Exª realiza aqui. Na realidade, os políticos, de maneira geral, são sempre acusados, muitas vezes sem direito de defesa. Antes de ter o direito de se defender, as acusações já estão na rua, e a pessoa é julgada e condenada. Então, fico feliz por que V. Exª veio hoje se defender. Tenho a certeza de que vai poder esclarecer todos esses fatos e continuar seu trabalho de Líder do maior Partido da Casa. Muito obrigado.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP) - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (João Alberto Souza. PMDB - MA) - V. Exª tem a palavra pela ordem.

O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Peço desculpas a V. Exª por interrompê-lo, mas o faço porque estou sendo convocado pela Corregedoria. Então, tendo em vista a elegância e a tranqüilidade do depoimento do Senador Ney Suassuna, eu gostaria que todo o pronunciamento e os mapas apresentados fossem requeridos pela Mesa, para serem encaminhados à Corregedoria, pois colaborarão bastante para provar tudo isso que o Senador Ney está expondo em plenário.

Não vou fazer aparte, porque pareceria suspeito, mas é exigência nossa colocar isso como material importante para desvendar esse caso.

Peço desculpas a V. Exª.

O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Senador Ney Suassuna, nesta oportunidade, quero solidarizar-me com V. Exª pelo trabalho que desenvolve em benefício da Paraíba e do Brasil. É lamentável que V. Exª tenha de vir à tribuna para explicar aquilo que o Senado todo reconhece: a lisura do comportamento de V. Exª. Apesar do que está sendo dito, os Parlamentares fazem suas emendas, o que é regimental, para atender às necessidades principalmente dos Estados mais pobres, como é o caso da sua Paraíba, e a execução dessas emendas não é do Parlamentar, mas do Executivo, que as recebe. Então, V. Exª não precisaria usar a tribuna para explicar aos seus Pares aquilo que todos nós já conhecemos: a sua honradez e a sua lisura. Era isso que eu tinha a dizer a V. Exª.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado.

Concedo o aparte ao Senador Luiz Otávio e, em seguida, ao Senador Almeida Lima.

O Sr. Luiz Otávio (PMDB - PA) - Senador Ney Suassuna, V. Exª, como Líder da Bancada do PMDB nesta Casa, tem dado provas de sua capacidade e de sua competência. Tenho certeza de que V. Exª, como já o fez em outra oportunidade, com muita confiança do povo da Paraíba e de seus amigos e correligionários do PMDB, deu provas não só de sua capacidade e de sua competência, mas também de sua lealdade ao Partido. V. Exª prova claramente a ajuda proporcionada e a preocupação com o povo da Paraíba. Atrasei-me e peço desculpas por não estar aqui desde o início do seu pronunciamento. Eu estava em meu gabinete recebendo o Embaixador que deverá ser argüido por esses dias e os Diretores do Banco Central cujos nomes foram aprovados hoje na Comissão de Assuntos Econômicos. Mas tenho a certeza do esclarecimento que V. Exª faz. Em momento algum, foi colocado aqui em suspeição o nome de V. Exª, não somente como Senador da República, mas também como Ministro de Estado. Com certeza, a posição de V. Exª no Partido, em âmbito nacional, e as disputas partidárias, ultimamente, fazem com que realmente esse tipo de denúncia e assunto venha para a pauta do Congresso Nacional e, em especial, agora, para o plenário do Senado Federal. Esses fatos são esclarecidos e definitivamente apresentados com muita transparência por V. Exª.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador.

Mais uma vez, obrigado, Sr. Presidente.

O último a me apartear é o Senador Almeida Lima, de Sergipe.

O Sr. Almeida Lima (PMDB - SE) - Nobre Senador Ney Suassuna, todos sabemos que o momento político por que passa nosso País é grave. A classe política, que integramos, passa por uma fase extremamente crítica, e isso nos deixa incomodados. Todos, mesmo quem não tem qualquer envolvimento com tudo aquilo que a mídia está a mostrar ao povo brasileiro, ficamos incomodados. Quando cheguei a esta Casa, no início da Legislatura, em 2003, fui designado pelo meu Partido para compor a Comissão de Orçamento. Estive presente às reuniões, mas, no máximo, 60 dias depois, entendi que aquela Comissão não representava meu perfil. Preferi agradecer ao Partido e lhe pedir que me substituísse, e assim foi feito. Recordo-me de que apresentei emendas ao Orçamento da União, a exemplo de todos nós, Parlamentares, não somente assinando as emendas de Bancada, as coletivas, mas também as individuais. Isso se deu no ano de 2004, para execução em 2005. Contemplei basicamente todos os Municípios de Sergipe. Para mim, o que ocorreu não foi surpresa, diante dos fatos costumeiros, que chegam ao nosso conhecimento. Não tive, nobre Senador, uma única emenda liberada. Eu sou um Parlamentar de Oposição que não teve uma única emenda liberada. Neste País, o atual Governo faz uma confusão entre República e cosa nostra, entre coisa pública e coisa nossa. Portanto, esse foi o tratamento. Quando tomei conhecimento desses fatos e da Operação Sanguessuga, evidentemente fiquei incomodado, porque, até então, nenhum fato envolvendo ou citando qualquer Senador tinha acontecido. V. Exª se viu envolvido por matérias jornalísticas de forma indevida, como as que acabou de ler da tribuna. O que me deixa tranqüilo, o que me deixa à vontade é a disposição que V. Exª demonstra ter para que esta Casa possa fazer todas as verificações necessárias, dando uma prova de que não tem qualquer envolvimento com essa criminalidade. Isso me deixa alegre, satisfeito, tranqüilo, por mim, pela Casa que integro e, sobretudo, por V. Exª.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado.

O Sr. Almeida Lima (PMDB - SE) - Portanto, minhas palavras são de solidariedade a V. Exª. Espero que aqueles que tiverem dúvida sobre aquilo que V. Exª expôs não fiquem falando pelos cantos. É costume, neste País, sobretudo nos Estados, ver veículos de comunicação integrantes do grupo político A ou do grupo político B fazerem esse tipo de papel, representarem a posição de um oposicionista a determinado político para manchar a imagem do cidadão político, quando o correto seria ir às instâncias competentes, judiciais ou não, policiais ou não, ou mesmo ao Tribunal de Contas para chegar a um veredicto final que fosse condenatório ou absolutório, para que a pessoa tivesse seu nome devidamente limpo. Portanto, aquilo que fazem com V. Exª nos tocou de perto, porque toca a Casa como um todo. Se alguém discorda do que V. Exª expôs, que não fiquem pelos cantos, mas que tomem as providências, para que V. Exª tenha a oportunidade de mostrar, como mostrou na tribuna, a lisura do seu proceder. É isso o que desejo, para ver e continuar vendo o nome de V. Exª limpo, com dignidade suficiente para estar nesta Casa e em qualquer lugar do País. Presto minha solidariedade a V. Exª. Que continue a se comportar dessa forma!

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado.

O Sr. Almeida Lima (PMDB - SE) - Na última semana, vi que V. Exª foi à tribuna para dizer que ainda não havia recebido a documentação necessária para o pronunciamento. Agora, V. Exª assume a tribuna e dá a demonstração da lisura do seu comportamento. Portanto, a partir deste instante, desejo que o nome de V. Exª seja completamente excluído desse rol que aí existe de envolvimento de pessoas que não souberam comportar-se dignamente na vida pública. Parabéns a V. Exª!

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador.

Peço ao Sr. Presidente uma exceção para ouvir meu querido Senador Edison Lobão.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Serei breve, Senador Ney Suassuna. Apenas quero dizer a V. Exª que a vida pública guarda, na sua margem direita, as alegrias de se poder trabalhar pelo bem coletivo, mas que, na margem esquerda, há o grupo dos sacrifícios. Desgraçadamente, é isso o que acontece. Temos de ter tolerância, paciência e perseverança no bom caminho, sob pena de desistirmos no primeiro instante. Estamos, sempre e cada vez mais, sujeitos às agruras, muito mais do que aos encômios, na vida pública. Mas, se temos a consciência de que procedemos corretamente - e estou no convencimento de que é o caso de V. Exª, que nenhum delito cometeu -, então temos de fortalecer nossa consciência e caminhar com ela, na persuasão de que estamos praticando o bem, muito mais do que nos exibindo aos perigos da noite de cada momento. Senador Ney Suassuna, V. Exª tem minha solidariedade neste momento de dificuldade, sim, momento pelo qual tantos de nós já passaram e pelo qual outros tantos ainda passarão, porque é da natureza, como disse no início, da vida pública brasileira.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Muito obrigado, nobre Senador.

Sr. Presidente, eu queria agradecer a V. Exª. Queria agradecer também o depoimento de todos os companheiros e queria dizer que estou inteiramente à vontade para responder a qualquer pergunta, para dar qualquer explicação, para dirimir qualquer dúvida. Tenho a consciência tranqüila. E, no dia em que eu tiver de trair a confiança da Paraíba, desejo morrer no dia anterior.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR NEY SUASSUNA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Anexos”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/05/2006 - Página 16675