Discurso durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.

Autor
Flávio Arns (PT - Partido dos Trabalhadores/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA. REFORMA AGRARIA.:
  • Vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem-Terras (MLST) nas dependências da Câmara dos Deputados.
Publicação
Publicação no DSF de 07/06/2006 - Página 19182
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA. REFORMA AGRARIA.
Indexação
  • REGISTRO, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DIVERGENCIA, VIOLENCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, SEM-TERRA, INVASÃO, CONGRESSO NACIONAL, PREJUIZO, RESULTADO, REIVINDICAÇÃO.
  • REPUDIO, ACUSAÇÃO, INCENTIVO, EXECUTIVO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, DESVALORIZAÇÃO, LEGISLATIVO, PROTESTO, TENTATIVA, IMPUTAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), RESPONSABILIDADE, VIOLENCIA, DEFESA, ORADOR, DIALOGO.
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REFORÇO, INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRARIA (INCRA).

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT- PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu também gostaria de enfatizar, pelo Partido dos Trabalhadores, a discordância completa com o que está acontecendo na Câmara dos Deputados. Não é esse caminho que vai conduzir a qualquer resultado positivo a favor das reivindicações que qualquer setor da sociedade, organizado ou não, apresente perante o Congresso ou perante o Executivo. Não é esse o caminho a ser seguido. Portanto, como membro do Partido dos Trabalhadores, discordo, do mesmo modo que os demais parlamentares, do método, do caminho adotado.

Gostaria de ir além: repudio também, como membro do Partido dos Trabalhadores, qualquer insinuação de que isso esteja sendo incentivado pelo Executivo Federal. É um absurdo cogitar dessa hipótese, porque o Presidente Lula e todos os seus ministros - e não há outro caminho a ser seguido - sempre enfatizaram o diálogo, o entendimento, a conversa, a busca de soluções conjuntas para os desafios que o Brasil apresenta.

No que se refere a essa manifestação, se for o caso, gostaria de dizer que o Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -, desmantelado no governo passado, recebeu a atenção deste Governo, que não só restabeleceu as suas funções como também realizou dois concursos públicos para esse órgão. Neste momento, há uma luta, de parte dos funcionários do Incra, no Brasil inteiro, para obterem melhores condições de trabalho. Os recursos nessa área aumentaram de R$1 bilhão para R$3 bilhões.

A insinuação de que essa manifestação tem a mão do Executivo Federal, do Planalto, para realizar essa bandalheira, é algo impensável. Infelizmente, neste ano, em virtude da proximidade das eleições, esse tipo de insinuação vem acontecendo.

Se o líder dessa manifestação, como insinuado, porque eu também não sei, for militante do Partido dos Trabalhadores, ele não terá qualquer tipo de apoio de nossa Bancada ou de quem quer que seja, porque, independentemente de partido, a ordem, o diálogo, o entendimento, a paz, a segurança têm de ser buscados por todos os partidos.

Alguns dizem que aquele sujeito é do PT, que o PT está fazendo uma manifestação orquestrada. Isso não faz parte do ideal, do objetivo, do povo brasileiro, e qualquer partido político tem que repudiar esse comportamento. Mesmo que alguém do PFL ou do PSDB estivesse incitando essa turma, eu jamais generalizaria em termos de partido político.

Lamentamos esse fato, que não pode acontecer novamente. Que fique claro para a sociedade brasileira que nós já ultrapassamos esse estágio de coisas em nosso País e não aceitamos que a conquista de um ideal, de um objetivo, venha por meio da bandalheira, da quebradeira ou de outras atitudes do gênero.

Defendemos o diálogo, o entendimento, a justa procura daquilo que possa construir cidadania e dignidade para o povo brasileiro.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/06/2006 - Página 19182